Música

Yudi vira pagodeiro e diz que sonha em escutar sua música tocando em postos de gasolina

'Desejo que a minha arte fale mais alto do que a minha imagem', diz cantor

Yudi Tamashiro investe agora na carreira de cantor de pagode

Yudi Tamashiro investe agora na carreira de cantor de pagode Instagram/yuditamashiro

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São Paulo

Aos 27 anos, Yudi Tamashiro percebeu que quer seguir a carreira de cantor. Conhecido por apresentar o programa matutino do SBT, Bom Dia & Cia (2005-2012), o artista agora se dedica ao pagode e tem feito muitos shows pelo país. Para ele, a repercussão tem sido bastante positiva e surpreendente.

"Sinceramente não esperava essa agilidade toda, tudo ocorreu muito rápido. Não tinha me preparado para isso. Estamos vendendo shows por nós mesmos, em casa, eu e minha mãe. Agora estamos em busca de escritório, porque o sucesso foi além do que eu imaginava”, explica ele, que é natural da baixada santista e conta que por lá, desde pequeno, o que mais ouvia era pagode e funk.

Essa nova aventura começou em março deste ano, quando Yudi passou um mês e meio de cama após sofrer uma lesão na coluna. Sem muita coisa para fazer, resolveu chamar um amigo compositor, que também já trabalhou para Marília Mendonça e Bruno e Marrone.

Em algumas horas de papo, fizeram juntos quatro canções. Era o start que ele precisava para decidir que era aquilo que ele queria fazer daquele momento em diante. O primeiro show foi, na realidade, um presente dele para um outro amigo que fazia aniversário em uma balada. Yudi se ofereceu para cantar na festa, e o dono do estabelecimento quis que ele voltasse pelos próximos três meses.

“Canto músicas que eu escutava na infância e que fizeram parte da minha história. Começo com uma autoral e volto aos anos 1990, com Exaltasamba, Negritude Júnior. Em seguida, venho com outras mais atuais, como as de Mumuzinho e Ferrugem. E, no fim, misturo com Charlie Brown Jr. e Natiruts, tudo em levada de pagode”, explica o artista.

A partir de agora, Yudi tem metas bem delineadas do que quer. Uma delas é lançar quatro músicas até o final deste ano, todas com clipe –a primeira, “Cancela”, já está disponível no YouTube. A outra é expandir sua música pelo Nordeste e tocar em mais casas de shows pelo Brasil, e lançar o primeiro DVD, em 2020.

O terceiro objetivo/sonho é mais peculiar. “É chegar num posto de gasolina e ouvir minha música tocando sem que as pessoas saibam que sou eu. Desejo que a minha arte fale mais alto do que a minha imagem."

DANÇARINO NATO

Yudi Tamashiro sempre foi dançarino. Começou como calouro de Raul Gil aos dez anos de idade, e se apresentava com uma banda que tinha em Santos em festas pelo interior paulista. Mas foi com 13 que ganhou um concurso de break dance.

De lá para cá, o artista nunca mais largou a arte de dançar, tanto que recentemente Yudi acabou dançando junto com alguns garçons em uma hamburgueria. Yudi também foi o vencedor do Dancing Brasil (Record), em 2017, reality de dança apresentado por Xuxa Meneghel.

E no pagode não será diferente. O paulista quer agregar a dança à música. "Não sei ainda como farei isso, pois hip-hop em nada tem a ver com o pagode. Mas quero arrumar uma maneira de aliar as duas coisas. Tenho estudando Justin Timberlake, Thiaguinho, e busco referências em coisas antigas também. O pessoal do pagode tinha uns passinhos antigamente, esse lance da coreografia. Quer encontrar a minha identidade."

Por mais que tenha entrado na música de vez e só pense nisso, Yudi sabe que não dá para desvincular a sua imagem da de apresentador de TV. Até porque são os antigos telespectadores dele que hoje frequentam as suas apresentações. "Rola um saudosismo muito bom. A molecada está na balada comigo. Parece que subo ao palco e todo mundo me conhece. E quando penso, conhece mesmo", diverte-se.

Yudi conta que acaba de receber um convite de um canal para apresentar um programa de games. Ele ficou muito conhecido por presentear com playstation seus fãs em jogos pelo telefone na atração do SBT. Mas, segundo ele, talvez não seja a hora de retornar à TV.

"Fiquei de analisar [a proposta], mas por me conhecer eu sei que quando pego um projeto eu entro de cabeça. Minha mente agora está no pagode. Não tenho como apagar o passado, mas dá para conseguir trilhar uma nova história a partir de agora. Tenho 27 anos e 19 anos de carreira. Estou novo. Dá para fazer muita coisa ainda", conclui.

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