Grupo de K-Pop Masc fala sobre Neymar, problemas de pagamento no Brasil e show no mesmo dia do BTS
Quarteto fez shows por quatro capitais brasileiras nos últimos dias
Quarteto fez shows por quatro capitais brasileiras nos últimos dias
Um grupo de garotos sul-coreanos cantando pop em um show no Brasil com ingressos esgotados. Não estamos falando do BTS, mas sim do Masc, o quarteto de k-pop que também disputou o público jovem nos palcos neste domingo (26) em São Paulo.
Lembrados especialmente pela música "Strange", o grupo criado em 2016 faz sua segunda passagem pelo Brasil, agora com dois novos integrantes (Moonbong e Ireah), e tendo se apresentado em Goiânia, Curitiba, São Paulo e até em Manaus nos últimos dez dias.
A turnê acabou coincidindo com uma das noites de apresentações do grupo de k-pop BTS, mas isso não incomoda o Masc: "Sou Army", brinca Heejae, em referência aos fãs do outro grupo.
No entanto, a viagem pelas terras brasileiras não foi tão tranquila. O grupo precisou lidar com uma quebra de contrato da empresa brasileira que os trouxe, no meio da turnê, resultando no cancelamento do show que aconteceria em Porto Alegre.
“Quando ouvi a notícia, a primeira coisa que pensei foi 'poxa, mas a gente veio do outro lado do mundo, por que estão trazendo essa dificuldade?’", diz Woosoo. Heejae completa: "Mas os fãs brasileiros mandaram muitas mensagens, pedindo desculpas pelo ocorrido, mesmo a culpa não sendo deles. [...] E justamente por conta disso o show acabou sendo ainda maior".
Agora, prestes a voltarem para sua terra natal e continuarem no fluxo de trabalho, o quarteto relembra a emoção dos fãs nos shows e não descarta a possibilidade de voltar em breve ao Brasil. Woosoo, inclusive, tem vontade de conhecer Neymar: "Seria incrível ver ele, presencialmente, chutando uma bola. Ele pode chutar até na minha cara", brinca.
Qual a maior diferença que vocês notaram entre a primeira e a segunda visita ao Brasil?
Woosoo/Heejae: Dessa vez, conseguimos ir a outras cidades que não fomos da outra vez. Não fomos para Porto Alegre e Rio de Janeiro, mas conhecemos outros lugares. A sensação que fica é de que conhecemos um pouco melhor o Brasil, mais afundo.
Como tem sido a experiência do grupo para os novos integrantes?
Ireah: Eu já tinha ouvido falar pelos outros integrantes que o Brasil é um lugar de paixões. Os fãs demonstram muita energia. E nós estávamos realmente esperando por uma coisa assim, por essa energia toda, esse carinhos dos fãs. Ver como os brasileiros demonstram isso gritando, cantando juntos, pulando, me fez sentir tudo o que já ouvíamos falar. Foi além da expectativa.
Qual o diferencial do Masc para as outras bandas de k-pop?
Woosoo: Os outros grupos parecem ter cada integrante em uma cor totalmente diferente, mas que harmonizam. Mas acho que, ao invés de termos uma coisa mais metódica e produzida, seria mais legal trazer as cores diferentes de cada integrante e deixá-las se misturar naturalmente.
O problema em torno da empresa que quebrou contrato com vocês no Brasil desanimou vocês?
Woosoo: Na verdade, ninguém de toda a equipe estava sabendo do problema até a gente conseguir terminar a segunda cidade. Tudo estourou antes de começar o show da terceira cidade. Quando ouvi a notícia, a primeira coisa que pensei foi 'poxa, mas a gente veio do outro lado do mundo, por que estão trazendo essa dificuldade?’. Depois conversamos entre nós e, na verdade, isso é mais a parte administrativa, resolvida pela nossa empresa. Pensamos que mesmo que sejam dez pessoas, nossos fãs estarão ali, presentes, então é melhor fazer o máximo de shows possíveis, o que desse para ser feito – já que tivemos problemas insolucionáveis – mas já estávamos de acordo quando recebemos a notícia. Só fizemos o nosso trabalho. Claro, teve essa dificuldade e desânimo em um primeiro momento, mas nos esforçamos para terminar nosso trabalho.
Heejae: Quando estourou tudo isso, os fãs brasileiros mandaram muitas mensagens para as nossas redes sociais, pedindo desculpas pelo ocorrido, mesmo a culpa não sendo deles. Estávamos muito sentidos. Ganhamos força com essas mensagens e pensamos ‘vamos fazer esse show’ justamente por conta disso. E o apoio dos fãs foi ainda maior no show. Os gritos, a energia. Nós também, na demonstração de agradecimento por esses fãs. Isso só foi possível porque a nossa assessoria trabalhou bastante.
E como foi se apresentar na mesma noite do BTS?
Ireah: Apesar de sermos Idol [estilo de grupos, como os de k-pop, voltado para serem "ídolos" dos jovens], eu não escuto muitas músicas de Idols. Do pouco que eu ouço, o que mais toca na minha playlist é BTS. Gosto muito da mensagem que eles passam. Não chego a acompanhar muito, mas gosto muito do trabalho dele, e acho que essa é a nossa relação com o grupo.
Heejae: Eu sou Army [nome dado aos fãs de BTS].
Com quem vocês ainda gostariam de gravar?
Heejae: Vai ser um sonho se eu puder gravar algum dia com o Bruno Mars. Se ele quiser dar uma música para mim, pode. Se quiser cantar junto, pode. Se quiser que eu vá ao show dele só como dançarino, também posso ir.
Woosoo: Já está tudo combinado para eu receber a música do DJ Khalid [risos], para eu cantar junto com a Ariana Grande. E falando em parceria, ouvi dizer que o Neymar voltou esses dias para o Brasil, e eu queria chutar uma bola para ele. Seria incrível ver ele, presencialmente, chutando uma bola. Ele pode chutar até na minha cara, não tem problema. Eu gosto mais de futebol do que de música. Gosto de assistir, mas jogar é muito difícil, cansa muito.
Moonbong: Gostaria muito de trabalhar com a Jessie J, seja em um grupo misturado ou em dupla. Seria meu sonho.
Ireah: Um dos cantores que mais gosto é Charlie Puth. Se um dia eu puder trabalhar com esse cantor, seria incrível.
Qual a visão que fica dos fãs brasileiros?
Moonbong: Vi pessoas cheias de energia, mas o que ficou mais na minha memória foi que eu me senti muito amado. Vou lembrar dessa sensação por muito tempo.
Woosoo: Por ser a minha segunda vez no Brasil, consegui fazer mais contato com todas as pessoas brasileiras, principalmente com fãs. Conversei com as pessoas, às vezes em inglês, e estou voltando para a Coreia com a imagem de que os brasileiros são amigos. Já me sentia mais próximo por ter vindo outra vez, mas agora são amigos. Fizemos até o cover de "Ai Se Eu Te Pego" e acabamos procurando por algumas músicas brasileiras para selecionar essa.
Ireah: As pessoas normalmente falam que o melhor jeito de sentir o que a pessoa está pensando é olhar bem nos olhos dela. Tive essa oportunidade, de olhar no olho de cada fã, e cada vez que eu olhava eu sentia uma coisa diferente. Vou guardar isso.
Heejae: A imagem que fica é de que fãs brasileiros gostam de música, de apresentações, e que sabem se divertir com isso. Eles conseguem fazer parte do show. Os coreanos são mais de olhar o artista no palco e ouvir a música; os brasileiros também querem fazer parte. São formas diferentes de apreciar.
Quais os planos do grupo para o futuro?
Heejae: Estamos voltando aos poucos. A partir desse álbum, vamos voltar a trabalhar com mais força e mais frequência. Para o segundo semestre, já temos turnês marcadas internacionalmente, na Europa e na Ásia. Provavelmente vamos trabalhar mais fora da Coreia neste ano. Mas vamos continuar lançando mais álbuns a partir desse. E, quem sabe, se o Brasil nos chamar no final do segundo semestre ou no começo do ano que vem… Temos vontade de voltar.
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