Homem que pegou notas do Carnaval de SP continua preso
Duas, das cinco pessoas que foram detidas durante confusão que interrompeu a apuração das notas do Carnaval de São Paulo, ainda estavam presas no 2º DP (Bom Retiro) na manhã desta quarta-feira. Eles aguardam transferência para um CDP (Centro de Detenção Provisória).
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Carro alegórico é incendiado após confusão
Confusão interrompe apuração do Carnaval de SP
Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, da Império de Casa Verde, e Cauê Santos Ferreira, 20, da Gaviões da Fiel, fortam detidos ontem por dar início a confusão que interrompeu a apuração. A polícia não informou se as outras três pessoas que haviam sido presas foram liberadas.
Faria deve ser indiciados sob suspeita de dano ao patrimônio público e supressão de documentos, já que cédulas de votação dos jurados desapareceram. Já Ferreira, por suspeita de dano ao patrimônio público. Os crimes podem resultar em cinco (dano) e três (supressão) anos de prisão.
O delegado disse que Faria é o homem que invadiu a área onde as notas eram lidas, agrediu o locutor com um chute, pegou e rasgou as notas. Ele já tem antecedentes criminais, segundo a polícia.
A polícia diz que ele é membro da diretoria da Império, mas o vice-presidente da escola, Paulo Ferreira, nega. "Ele nem estava na mesa com a gente", disse. Imagens feitas antes da confusão mostram Faria sentado em uma mesa.
'MAL-ENTENDIDO'
O diretor da harmonia da Rosas de Ouro foi liberado no início da manhã de hoje, depois de ter sido detido na noite de ontem por suspeita de furto de uma das taças das campeãs do Carnaval de São Paulo.
Segundo a polícia, um mal-entendido entre a própria Liga das Escolas de Samba fez com que Bruno Armando Amaral, 28, fosse levado a Deatur (delegacia do turista), para prestar depoimentos
Na discussão com um segurança ele e outro homem foram acusados de furtar o troféu de quinto colocado do Carnaval.
De acordo com a polícia, a própria Liga havia entregado a taça a Amaral, mas outros que não viram a cena pensaram que a roubava, o que deu início a mais uma confusão.
A presidente da Rosas, Angelina Basílio, chegou a dizer momentos após a detenção que não se tratava de furto. "Eu não acredito que eles tenham roubado o troféu, porque este troféu não nos pertence. Eles estavam comigo", disse.
CONFUSÃO
Uma confusão interrompeu a leitura das últimas notas das escolas de samba do Carnaval de São Paulo, no Anhembi (zona norte), na tarde desta terça-feira. Tudo começou quando um integrante de escola de samba invadiu a área onde as notas eram lidas, agrediu o locutor com um chute, pegou e rasgou os documentos com as notas. A confusão se espalhou, e a apuração terminou em vandalismo.
Presidentes das escolas estão reunidos e ainda não se sabe como ficará o resultado final do Carnaval. "Tem escola que não sabe perder. O jogo é jogado. A escola vem na avenida, canta o samba errado e depois quer tirar o julgador de samba-enredo. Vamos ver se tem possibilidade de levantar as duas notas que faltam. Se não tiver, vai se manter o resultado que se mantém até agora", disse Paulo Sérgio Ferreira, presidente da Liga e da Vila Maria.
Após o tumulto dentro do Anhembi, onde ocorria a apuração, torcedores invadiram parte da pista da marginal Tietê. Um carro alegórico foi queimado na dispersão do sambódromo, onde estavam as alegorias usadas nos desfiles.
Policiais militares que estavam no local tentaram proteger os locutores e jurados, mas a confusão era generalizada. Integrantes de outras escolas também invadiram a área.
Depois, torcedores da Gaviões da Fiel invadiram a marginal Tietê, chutaram placas da cerca de proteção do pátio enquanto seguiam em direção à quadra da escola.
Enquanto isso, alegorias que estavam no estacionamento ao lado do sambódromo foram queimadas.
TROCA
A apuração já havia começado com clima tenso, após um atraso de mais de 20 minutos. Representantes de cada escola foram convocados para uma reunião à portas fechadas, que tratou de uma troca de jurados.
Segundo a Liga Independente das Escolas de Samba, jurados dos quesitos samba-enredo e mestre-sala e porta-bandeira foram substituídos por suplentes na quinta-feira (16), um dia antes do início dos desfiles do Grupo Especial. Um dos jurados disse que não podia participar porque seria jurado no Rio, e o outro alegou motivos "emocionais". Segundo a Liga, a troca foi informada por e-mail.
O presidente da Vai-Vai, Darly Silva, o Neguitão, reclamou da troca dos jurados e disse que isso deixou as escolas indignadas. "Nós não vamos aceitar isso. Estão roubando escolas, beneficiando essa daí [Mocidade], que só tira 10", disse.
No momento da interrupção, a Mocidade Alegre liderava a apuração e era a única com notas 10 em todos os quesitos avaliados. Faltavam ser lidas as duas últimas notas do último quesito.
Instantes antes da confusão, Neguitão começou a protestar contra a apuração, e integrantes da Camisa Verde e Branco se juntaram a ele, rompendo a barreira de segurança da área onde eram lidas as notas. Integrantes da Vai-Vai ameaçaram agredir fotógrafos que faziam imagens de Neguitão.
O diretor-executivo da escola, Américo Calandriello Júnior, disse que Neguitão ficou revoltado, mas não incitou agressões. "Ele é uma pessoa muito tranquila, e comanda uma comunidade enorme em torno da escola. Ele jamais agrediria ninguém."
Josélia Alves, da diretoria da Camisa, gritou pouco depois da interrupção: "Acabou o Carnaval de São Paulo. Não vai haver mais apuração. Não admitimos que as escolas sejam roubadas."
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