Estilo

Cabelo curto volta à moda, e pedidos por cortes que deixam a nuca livre crescem nos salões

Famosas como Anne Hathaway e Flavia Alessandra aderem à tendência

A cabelereira Caroline Ursogrande com Mariana Amaral

A cabelereira Caroline Ursogrande com Mariana Amaral Rubens Cavallari/Folhapress

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Modelos nas passarelas pelo mundo, artistas do cinema e da televisão, meninas e mulheres nas ruas e no metrô. E com cada vez mais pedidos nos salões de beleza, não há dúvidas de que o cabelo curtinho é a tendência do momento, ideal também para os dias mais quentes.

A cabeleireira Caroline Ursogrande, 31, estima que, de cada dez cortes femininos que faz atualmente, seis têm a proposta de passar o facão. “Estamos em um momento em que as mulheres estão se empoderando e isso se reflete também no corte de cabelo”, diz ela, que atende no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

No início do mês, Caroline recebeu a funcionária pública Mariana Amaral, 23, que chegou ao salão com a ideia fixa de mudar o visual. A jovem conta que decidiu aproveitar as altas temperaturas para adotar os fios curtinhos.

“Gosto da estética do cabelo bem curto e, vendo mais gente por aí com esse tipo de corte, inclusive da minha idade, foi um incentivo a mais”, conta. “Conversei muito com a cabeleireira para acertar os detalhes”, completa Mariana, que conheceu a profissional pela rede social Instagram.

A cabeleireira Natacha D’Alessandro, 38, trabalha na Consolação (região central) e conta que o estilo “pixie cut” —caracterizado pela chamada “nuca batida”, com ou sem franja longa— tem sido o mais pedido por lá.

“As principais referências que me trazem são de atrizes de Hollywood, como Anne Hathaway”, diz.
Aqui no Brasil, as atrizes Erika Januza, no ar na novela “Amor de Mãe”, da Globo, e Flávia Alessandra, que está no elenco de “Salve-se Quem Puder”, novo folhetim das 19h da emissora, são duas adeptas do corte “pixie cut”.

Os tipos de corte têm sido batizados com nomes em inglês de uns anos para cá porque as tendências surgem no exterior e são importadas por nós. Bruna Peresin, analista do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Embelleze, explica que a nomenclatura ajuda a identificar o estilo, o efeito e a altura dos fios. Ela lembra que, ao pé da letra, “messy” significa “bagunçado”.

A tradução dos nomes, porém, afastaria as clientes. “Se dissermos para uma cliente que ela ficaria linda com um cabelo desarrumado, certamente ela não toparia o corte.”

CUIDADOS

Ter o cabelo curtinho também exige alguns cuidados específicos. Usar pomada para modelar o penteado e ir ao salão com mais frequência, para manter o corte, são algumas das orientações. “É recomendado retocar o corte uma vez por mês”, afirma o professor Érico Polôni, do curso de cabeleireiro do Senac-SP.

O profissional lembra, ainda, que usar condicionador após o xampu garante um toque mais sedoso, independentemente do tamanho da juba. Tem cabelão e quer se livrar dele? Vá em frente, mas vá com calma. “O ideal é experimentar um comprimento médio e ir sentindo a novidade, se você vai se adaptar ou não. Cortar direto pode assustar”, aconselha Polôni.

REGRA É BEM-ESTAR

A única regra a seguir ao escolher um corte é a do bem-estar. O professor Érico Polôni, do Senac, diz que mulheres de rosto arredondado podem, sim, ter um corte chanel. O mesmo vale para quem tem nariz longo e sonha com uma franja reta.

Nesses casos, ele diz, algumas adaptações podem ser feitas —no primeiro caso, um repicado nas pontas pode dar leveza aos fios; no segundo, um corte desfiado pode ser a solução. “Vivemos um momento em que respeitamos as pessoas como elas são. Se a cliente quer um corte e segura [a mudança], a gente faz. Não dá mais para encaixar as pessoas em estereótipos.”

Bruna Peresin, da Embelleze, concorda. “Ultrapassado é não se permitir algo novo ou limitar vontades por regras preestabelecidas.”

A personal trainer Ohana Macedo Bettine, 31, de Santo André (ABC), conta que se libertou recentemente desses padrões.

“Antes, quando eu queria mudar, eu arriscava na cor”, diz ela, que por anos foi “desencorajada” pela cabeleireira a passar a tesoura nas madeixas. “Certo dia, eu estava no salão fazendo as unhas e um cabeleireiro me sugeriu a mudança. Ele disse que, se não eu gostasse, tudo bem, porque cabelo cresce. Resolvi arriscar. Estou adorando.” 

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