BBB21: Na reta final, programa acelera ritmo e escapa de virar jardim botânico
No entanto, queda no número de votos pode sinalizar desinteresse do público
No entanto, queda no número de votos pode sinalizar desinteresse do público
Caio Afiune foi o 11º eliminado do Big Brother Brasil 21 João Cotta-21.abr.2021/Globo
A edição de 2021 do Big Brother Brasil (Globo) deslanchou de maneira fortíssima, com brigas espetaculares e quatro vilões disputando a raiva do público. Só que, ao longo do primeiro mês, os quatro foram eliminados em sequência. O reality parecia correr o risco de se tornar uma estufa de samambaias, com jogadores apáticos se escondendo uns dos outros.
Felizmente, aquilo que os fãs mais temiam acabou não acontecendo. A saída de figuras carismáticas como Nego Di, Karol Conká, Lumena e Projota acabou desnudando traços que andavam escondidos nos demais participantes.
Durante algumas semanas, Arthur foi o malvado que desprezou o amor puro de Carla Diaz. Depois, Rodolffo se queimou ao fazer uma brincadeira racista com João Luiz. Nos últimos dias, Viih Tube se revelou a verdadeira malvada do BBB 21, mas só aos olhos do público –lá dentro, os brothers simplesmente não conseguem votar nela.
Palmas para os produtores de elenco, que, a meu ver, cometeram um único erro entre os 20 selecionados deste ano: Thaís, que perdeu todas as chances que teve para brilhar (Arcrebiano e Kerline, coitadinhos, deram o azar de saírem antes que a gente pudesse conhecê-los).
E palmas para os roteiristas, que criaram dinâmicas surpreendentes e eficazes, mantendo o nível de tensão lá em cima. Claro que nem tudo funcionou: as provas de resistência continuam enfadonhas, e aquela em que Caio machucou o pé poderia ter um resultado ainda pior. Ficam os aprendizados para o ano que vem.
A saída de Caio Afiune nesta terça-feira (20) marca o início de uma semana intensa, com um novo paredão a cada dois dias. O goiano, que foi um chato de galochas enquanto fez par constante com Rodolffo, ficou mais simpático e cresceu no jogo depois que seu bromance foi eliminado, duas semanas atrás. No entanto, a sorte que lhe valeu tantos anjos, lideranças e sucessos no bate-e-volta terminou, e ele recebeu 70,22% dos votos do público.
Uma rejeição expressiva? Talvez não, porque este paredão teve apenas 62,1 milhões de votos. Só o primeiro da temporada, que descartou Kerline, teve menos, 29 milhões. São números que passam longe do recorde histórico alcançado em 2020: mais de um bilhão e meio de votos, quando Manu Gavassi e Felipe Prior se enfrentaram.
Manu e Felipe tinham torcidas engajadíssimas, coisa que neste ano só Gilberto e Juliette podem se gabar de ter. Pode ser que o interesse do eleitorado aumente quando Viih Tube finalmente for emparedada, o que deve acontecer nos próximos dias.
No discurso desta terça, Tiago Leifert deu a Caio a senha para que ele saísse de cabeça erguida: a audiência estaria preferindo manter no jogo quem está com os dois pés dentro da casa, o que não seria o caso do fazendeiro. Casado e com filhos, ele estaria sempre preocupado com a família aqui fora.
Não sei se concordo com essa narrativa, pois o mosca morta do Fiuk não parece ter acordado para o BBB, e a sonolenta Pocah fala o tempo todo das saudades que sente da filha (coitada dela quando sair e descobrir que a garota foi vítima de asquerosos ataques racistas nas redes sociais).
Mas deixa o Caio para lá. O que interessa agora é o tiroteio dos próximos dias, quando mais três brothers serão defenestrados. O próximo deve ser João Luiz, que alternou momentos de fotossíntese com um outro realmente histórico, quando chamou Rodolffo na chincha por causa da piadinha racista. Quero crer que o público prefere eliminá-lo pela apatia inicial, e não por esta atitude tão corajosa.
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