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Tony Goes

Shakira e Jennifer Lopez esbanjam energia em noite latina no Super Bowl

Cantoras dividiram o palco no show do intervalo da final do campeonato de futebol americano

Shakira e Jennifer Lopez no palco erguido no Hard Rock Stadium, em Miami, no intervalo do Super Bowl
Shakira e Jennifer Lopez no palco erguido no Hard Rock Stadium, em Miami, no intervalo do Super Bowl - REUTERS
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Depois de dois anos de apresentações bem mais ou menos, o show do intervalo do Super Bowl voltou a causar impacto. Desde Lady Gaga, em 2017, que esses 12 minutinhos não eram tão bem aproveitados.

As duas maiores estrelas latinas da música pop, a colombiana Shakira e a americana Jennifer Lopez, levantaram o público do Hard Rock Stadium, em Miami, e ainda estão causando nas redes sociais.

Foi, desde o início, uma noite com sabor hispânico. Demi Lovato, que tem antepassados mexicanos, cantou o hino nacional dos Estados Unidos com a pujança de uma concorrente do “The Voice”, como se estivesse desesperada para que os jurados virassem suas cadeiras.

Dona de um vozeirão, a cantora fez o número mais emotivo da cerimônia da entrega dos Grammys, no domingo passado (27/1), e tentou passar a mesma intensidade ao encarar o hino. Exagerou um pouco a dose e quase descarrilou no final, mas a internet foi às nuvens.


Já o show do intervalo foi quente, telúrico, quase infernal. Tanto Shakira quanto J. Lo estavam incandescentes, controlando voz e corpo com precisão cirúrgica ao mesmo tempo em que pareciam se entregar ao ritmo e à plateia.

Cantar durante o Super Bowl é uma honra que cabe apenas às estrelas de máxima grandeza. Também é uma tarefa amedrontadora: Madonna recusou o primeiro convite que recebeu, alegando que não teria tempo para se preparar.

E preparo é preciso. O palco deve ser montado sobre o gramado em poucos minutos. Um batalhão de pessoas se desloca para cima dele – músicos, bailarinos, espectadores – e o espetáculo tem que correr sobre carretéis, milimetricamente coreografado.

Mesmo assim, as polêmicas são frequentes. Em 2004, Justin Timberlake arrancou o sutiã de Janet Jackson, expondo um seio da cantora em rede nacional de TV. Em 2016, Beyoncé ofuscou os astros principais, a banda Coldplay, da qual era convidada. A sra. Jay-Z lançou a música “Formation”, um libelo antirracismo, e desagradou parte da plateia branca.

Em 2019, foi a vez de Rihanna recusar o convite para se apresentar, em protesto contra supostas práticas racistas da NFL (National Football League), a organizadora do evento. No lugar dela, entrou o insosso grupo Maroon 5.

Mas, em 2020, tudo foi perdoado. Jennifer e Shakira não só foram impecáveis, como quebraram diversas barreiras. Foram as primeiras mulheres latinas a serem a grande atração musical do maior evento esportivo dos Estados Unidos. Também derrotaram o etarismo: Jennifer Lopez já tem 50 anos, e Shakira completou 43 neste domingo (2). Só Madonna, que tinha 53 anos quando se apresentou no Super Bowl de 2012, era mais velha.

Shakira abriu os trabalhos, fazendo um medley de seus hits e um dueto com o rapper Bad Bunny. Depois foi a vez de Jennifer Lopez, que exibiu seus dotes na pole dance – adquiridos para o filme “As Golpistas” – e também desfiou grandes sucessos, com J Balvin fazendo uma participação especial. Todo isso com direito a orquestra, palco com projeções em 3D e energia para iluminar meia Flórida.

No final, as cantoras dividiram o palco com Emme, filha de Jennifer, que canta muito mais do que a mãe. As duas, que nunca haviam trabalhado juntas antes, estavam em perfeita sintonia. E fazem um contraste interessante: Shakira, mais baixinha, parece a garota mais transada da turma. Já Jennifer Lopez, com alguns quilos de extensões capilares sobre a cabeça, exala o glamour de uma deusa.

O show só teve um defeito: foi curtíssimo. Mas esta é a característica das apresentações no Super Bowl. Os artistas têm menos de 15 minutos para darem tudo de si. Jennifer e Shakira conseguiram, e fizeram história.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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