Maisa estreia na Netflix no filme 'Pai em Dobro' sobre busca de filha por pai
De Thalita Rebouças, longa tem clima leve e divertido do Carnaval
De Thalita Rebouças, longa tem clima leve e divertido do Carnaval
Ao terminar de ver "Pai em Dobro", primeira produção da escritora Thalita Rebouças, 46, e da atriz e apresentadora Maisa, 18, na Netflix, pode se abater sobre o espectador uma saudade de um tempo pré-pandemia, quando se podia aglomerar na rua e curtir os bloquinhos de Carnaval –festa que foi adiada nas principais capitais do Brasil neste ano.
Até mesmo Maisa Silva, que não se diz lá muito fã da folia, afirma ter virado o próprio meme "saudade do que a gente não viveu". "Em 2022, eu vou ser adicionada ao grupo de seguidores fiéis de Thalita Rebouças, que vão em todos os blocos e curtem o Carnaval", promete ela, em tom de brincadeira.
"Eu falei que vou pegá-la pelo braço e levá-la para os blocos, porque eu sou muito Carnaval. Foi muito bacana e importante para mim falar sobre isso, porque é uma coisa muito do meu coração", completa a escritora, que diz curtir a celebração desde criança levada pelas mãos de seu pai.
Ainda que o Carnaval seja apenas o pano de fundo da história, é neste clima de alegria e leveza típicos da folia que se passa "Pai em Dobro"–e a sede do fictício bloco Ameba Desnuda, no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, é o ponto de união da trama. O longa, que estreia nesta sexta-feira (15) em 190 países na Netflix, gira em torno de Vicenza, a protagonista vivida por Maisa, que é criada em uma comunidade hippie matriarcal chamada Universo Cósmico (não há identificação da cidade em que essa comunidade está localizada).
Ao fazer 18 anos, a jovem decidir descobrir quem é o seu pai, informação que a mãe insiste em não lhe responder apesar de suas insistentes perguntas. Assim, ao encontrar uma foto da mãe do Carnaval de 2002, ano em que nasceu, Vicenza vende o seu único bem material (uma bicicleta) e parte para a cidade carioca em busca do seu progenitor.
Segundo Thalita Rebouças, a ideia da produção surgiu de uma conversa informal que ela teve com Eduardo Moscovis em uma festa –ele interpreta Paco, um dos candidatos a pai como indica o título do filme. O segundo é Giovanne, papel de Marcelo Médici.
Para Maisa, o filme apresenta a realidade de milhões de brasileiros que não conhecem ou sabem quem é o pai. "É uma história importante e que pode ser um exemplo. Mostra também que toda a configuração de família é válida, que o amor é incrível e não tem a ver com sangue, ele é muito mais que isso", diz Maisa. "Pai em Dobro" é o primeiro trabalho lançado por ela após sair do SBT, emissora que a alçou ao estrelato ainda na infância e que foi a sua casa por 13 anos.
A atriz e apresentadora destaca que, embora Vicenza seja muito diferente dela, há pontos em comum, como o forte senso de responsabilidade de ambas. "E ela segue o coração dela acima de tudo. O que eu acho muito bonitinho na Vicenza é que, apesar da maturidade e de ser muito inteligente e solícita, ela também tem uma ingenuidade que foi muito legal de trabalhar no filme. Eu tinha que mostrar essa sensação dela de ver muitas coisas pela primeira vez", completa.
Fenômeno como autora de livros para adolescentes –são 25 obras publicadas e mais de 2 milhões de exemplares vendidos–, Thalita Rebouças pela primeira vez inverte os papéis. "Pai em Dobro" nasceu primeiro como roteiro de filme, e depois virou livro, com o mesmo nome e lançado no fim de 2020 pela editora Rocco.
"Foi muito mais legal que fazer o contrário, porque eu não tive que cortar nada para caber em 1 hora e meia. Eu pude colocar no livro diálogos que foram cortados [na edição do longa], e pude contar a história pregressa dos personagens", diz.
Assim, na obra impressa, é possível saber mais sobre a família e a história de Paco. "Agora, eu só quero brincar disso, transformar filme em livro, que é muito mais leve", afirma Rebouças, aos risos.
Quatro livros de Thalita Rebouças já foram adaptados para o cinema, em dois deles Maisa atua: "Tudo por um Popstar" (2018) e "Ela Disse, Ele Disse" (2019) –o primeiro superou a marca de um milhão de espectadores, já o segundo teve público de cerca de 238 mil pessoas nas salas. A obra da escritora mais bem recebida na telona foi "Fala Sério, Mãe!" (2017), com mais de 3 milhões de espectadores. "É Fada" (2016) também foi bem, e levou 1,6 milhão de pessoas aos cinemas.
Thalita Rebouças costuma fazer uma ponta nas produções, e já atuou ao lado de Maisa. Em comum, em todas as suas participações, o seu papel é ajudar a mocinha. Não foi diferente em "Pai em Dobro", em que ela faz a recepcionista do prédio comercial onde trabalha Giovanne.
"Quando escrevi lábios tremelicantes no roteiro, eu falei: 'Eu tenho que fazer esses lábios tremelicantes'. Aí eu já pensei na unha gigante que eu quis botar, já comecei a me achar atriz de verdade", diz, aos risos. "A Thalita arrasou na atuação", completa Maisa. "Hashtag chupa Meryl Streep", brinca a escritora.
"É muito legal, porque na minha cabeça é tipo: 'Caraca, eu tenho que me controlar para não ficar babando como a autora que escreveu, que inventou aquela pessoa que está sendo tão perfeita na sua frente, sabe'?"
Quatro obras da escritora já foram adaptadas para o cinema: "É Fada", de 2016; "Fala Sério, Mãe!", de 2017; "Ela Disse, Ele Disse", de 2019, além do já citado "Tudo por um Popstar".
Thalita Rebouças, que vai ser repórter no reality musical The Voice+ (que estreia no próximo domingo (17), foi autora, ao lado de Fábio Góes, do samba do Ameba Desnuda. Aliás, a escritora afirma ter realizado o sonho de ter um bloco de Carnaval com o filme.
"Os amigos que têm bloco dizem que dá tanto trabalho que eu desisto. Mas eu adoraria [ter um bloco]. Já pensou, Maisa, você levando o estandarte?", convida. "Me chama que eu vou, hein Thalita", responde a atriz. "Já quero fazer", conclui Rebouças.
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