Dia das Mães: Barbara Evans diz que Monique foi forte ao assumir ser gay
'Ela me enche de orgulho e, ao se assumir gay, mostrou de novo a mulher forte que é'
'Ela me enche de orgulho e, ao se assumir gay, mostrou de novo a mulher forte que é'
Em depoimento a Leonardo Volpato
"Eu e a minha mãe, Monique Evans, sempre fomos melhores amigas. Como o meu irmão [Armando, 43] é bem mais velho, sempre foi muito eu e ela, grudadas. Lembro que morávamos no Rio, em Ipanema, e depois mudamos só nós duas para Alphaville, em São Paulo, cheias de planos.
Na infância eu adorava ir com ela para o trabalho. Até nas viagens para fora do Brasil minha mãe me levava, mesmo sabendo que teria de se dedicar a maior parte do tempo aos compromissos. Com a gente nunca teve tempo ruim.
Com o passar dos anos, nossos laços foram se estreitando cada vez mais. Éramos como irmãs. Eu até usava as roupas dela na esperança que ficassem boas em mim, mas isso só foi possível quando eu comecei a crescer e invadia o closet dela (risos).
Sempre tivemos uma relação aberta, falamos de qualquer assunto sem pudor. Me sentia muito à vontade e cada vez mais isso nos aproximava. Mesmo depois do meu casamento com o Gustavo, ela continua próxima a mim, me apoiando e dando conselhos como minha melhor amiga.
Eu sempre lidei muito bem com a questão de ela ser uma mulher à frente de seu tempo, falar abertamente de sexo. Na escola todas as minhas amigas queriam ir em casa conhecer a minha mãe famosa. Isso não me incomodava, pelo contrário, eu adorava essa idolatria.
Ela me orgulha. Ao se assumir gay, mais uma vez ela mostrou a mulher forte que é e foi atrás da felicidade sem se preocupar com a opinião das pessoas.
Claro que nem só de momentos bons vive uma relação mãe e filha. Ela sofre de depressão e de transtorno de personalidade borderline. Acompanho sua luta para combater esses problemas desde muito nova. Tenho momentos na minha cabeça em que lembro dela chorando ou tendo crises de pânico dentro de lojas e eu pequena, ao lado, tentando ajudar.
Mas também não tiro da memória a luta diária dela para se reerguer e superar tudo isso diariamente. Acho muito bonito o tanto que ela quer viver. Por mais que esteja difícil, ela luta, dá a volta por cima. E é dessa forma, com garra, que tem participado do momento mais importante da minha vida: a chegada da minha filha, Ayla.
O momento de maior amor que senti foi quando minha mãe conheceu a netinha. Via o amor transbordando. Nós três juntas é uma emoção grande e um amor forte. Durante a gestação, que foi difícil, ela ficou ao meu lado. Eram muitos hormônios na cabeça, no corpo, e o apoio dela era essencial o tempo todo. Também na perda do gêmeo da Ayla, lá estava minha melhor amiga dando suporte. Foram momentos complicados, mas que com apoio dela eu superei."
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