Gil do Vigor revela perrengues nos EUA e diz que chorou por falta de cuscuz
Documentário do Globoplay mostra vida do economista fora do país
Documentário do Globoplay mostra vida do economista fora do país
Economista mais famoso do Brasil, Gilberto Nogueira, o Gil do Vigor, 30, participava, um dia desses, de uma festa nos Estados Unidos, para onde se mudou após ser aprovado no tão sonhado PhD em economia. Porém, a comunicação acabou se tornando um pouco difícil para ele.
Espalhafatoso como o brasileiro já conhece, Gil, em determinado momento, empolgou-se e, para fazer amizade, começou a dizer "I like you" (eu gosto de você, em inglês) para muitos homens dentro da balada. Só que a frase, no inglês, tem um peso diferente da que é entendida em solo brasileiro, e Gil acabou tendo de lidar com um de seus principais perrengues no país.
"Falava isso para todos e, depois, vi os caras com medo de mim. Quando percebi, todos da balada estavam achando que eu estava apaixonado por eles. Fui de pessoa em pessoa explicar que não era paixão, que era amizade, não estava flertando. Mas que se quisessem eu estava na pista", brinca.
Esse é apenas um dos momentos que foram vividos pelo ex-BBB em solo americano. A partir desta quinta-feira (9), muitos outros poderão ser acompanhados em cinco capítulos no Globoplay. Trata-se do documentário "Gil na Califórnia", que mostrará a virada de vida pela qual ele passou desde o reality até chegar à Universidade da Califórnia, em Davis.
De acordo com Patricia Cupello, diretora do projeto, o que o público poderá ver é a história de um brasileiro que lutou, perseverou e venceu na vida. Dessa forma, servirá de inspiração a muita gente. "São quatro pilares que sustentam e trazem reflexões à narrativa: família, educação, religião e sexualidade. É um mergulho na essência desse menino pobre, nordestino que foi salvo pela família e pela educação", explica.
A série conta com uma captação documental íntima que mostra a rotina e os destinos que Gil percorre no norte do estado da Califórnia. As paisagens e os encontros com pessoas que moram na região despertam reflexões pessoais no economista. A partir dessas experiências, ele trata de temas que fazem parte da sua personalidade como a liberdade e as origens.
"No BBB, muitas vezes não conseguia me abrir, me preocupava de as pessoas me verem como vítima ou coitado. Mas quando chego aos EUA e vejo dificuldades que nunca imaginei, aquilo me deixa em choque. Os telespectadores me verão encontrando medos e desafios que nem sabia que existiam", reforça Gil.
A Califórnia é um local conhecido pela sua diversidade e liberdade. Por isso, o economista conta que se sentiu muito bem por lá e que andar pelas redondezas o fez ter ainda mais certeza de seu entendimento como pessoa.
A cidade de São Francisco é conhecida como um dos marcos da luta pelos direitos da população LGBTQIA+. "Estou acostumado a ter que explicar tudo e lá não existe explicação. Podemos fazer o que quisermos. Isso me trouxe liberdade. Ser livre e não ter medo de ser quem eu sou é incrível", reforça.
Mas Gil não passou só por coisas boas com os americanos. Ele conta que no início não foi tão bem recebido por alguns colegas de PhD. Quando alguns se depararam com ele, um estrangeiro autoconfiante, com milhões de seguidores, "que dança até o chão" e cheio de câmeras ao redor, houve desconfiança. Mas aos poucos ele foi fazendo amizades.
"Teve uma questão de quebrar barreiras. Deixo claro que sou igual a todos. Não tem melhor ou pior, mas até entenderem isso foi complicado. Nos últimos meses eu já me abri, fiz contato com os vizinhos. Bastava pagar cachaça para eles", diverte-se.
Com o passar do tempo, Gil queria trazer para o Brasil, e sobretudo à sua terra natal, o Recife, tudo o que via de bom no exterior. Mas, embora tudo estivesse caminhando na direção correta, ele revela que sentia muita falta do calor humano que sente no Brasil e, claro, da comida brasileira.
"Eu cheguei a chorar por não ter cuscuz", relembra. "Pelo Brasil, você anda na rua, faz fofoca, come na casa do povo, faz muvuca. Senti falta desse acolhimento. Saía de casa nos EUA e não via ninguém nas portas, nas varandas. No Recife, parece que as pessoas querem viver juntas, e lá ninguém se mete na vida de ninguém."
Gil do Vigor gosta de dizer que se não fosse o Big Brother Brasil 21 (Globo) ele não teria conquistado nada, continuaria com o nome sujo na praça e triste pelos cantos. Entre 2019 e 2020, ele relembra que estava em depressão e que não tinha forças nem para levantar da cama para ir à faculdade. Em um dos dias em que se sentiu mais corajoso a sair de casa, pegou Covid-19. Ele e sua mãe, dona Jacira.
Aquele momento deu ainda mais angústias para Gil. Paralelo a isso, já tentava entrar na edição de 2020 do BBB, mas nem para a entrevista foi chamado. Também não havia passado na prova do PhD. Sem perspectivas, começou a se considerar menos interessante do que as outras pessoas e a duvidar do seu destino.
"Mas tirei forças das situações ruins e elas me impulsionaram. Tomei coragem mesmo na tristeza e defini que 2021 seria meu ano. Foi na base da raiva e da indignação mesmo. Foi então que tudo mudou. Deus me deu muito mais do que pedi", revela.
E, de fato, 2021 foi o ano de Gil. Rico, famoso e cheio de convites para festas e eventos, ele diz que ainda não consegue acreditar na virada que sua vida deu em questão de meses. "Nem parece que é real. Nunca vou me acostumar com a fama, foram 30 anos no mesmo estilo de vida e esses meses não parecem palpáveis, parece milagre de Deus."
De acordo com ele, parte da grana conquistada até aqui ele quer usar para viajar e conhecer o povo. A ideia é percorrer os cantos mais pobres do Brasil para tentar ajudar as pessoas com a sua visibilidade e influência. Além do sertão pernambucano, o economista diz que pretende ir para aldeias indígenas e para Manaus.
E embora ele diga que jamais quer deixar de trabalhar como economista, revela que tem mais desejos relacionados à fama. Um deles é gravar um disco erudito nem que seja "só para 1.000 pessoas escutarem".
"Não quero virar cantor, mas estou fazendo curso de canto online. Quero que as pessoas me tenham daqui a 100 anos, lembrem de mim por conta do CD. Acabei definindo novas metas na minha cabeça e essa é uma delas", explica.
Mas ele quer mais: "Quero fazer um filme de drama e uma novela em que eu morra no final. E vou realizar esses sonhos. Nas próximas férias farei cursos rápidos de atuação em Nova York. Ah, e também quero pular de paraquedas", almeja.
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