Angelina Jolie visita refugiados do Mali em Burkina Fasso
'Não fazemos metade do que poderíamos para encontrar soluções', diz atriz
A atriz americana Angelina Jolie, enviada especial do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), visitou neste domingo (20) um campo de refugiados em Burkina Fasso que abriga milhares de malineses que fugiram da violência jihadista.
Angelina chegou de helicóptero ao campo de Goudebou, acompanhada pelo chanceler de Burkina Fasso, Alpha Barry, para lembrar o Dia Mundial do Refugiado.
“Celebro esse dia todos os anos há 20 anos com refugiados em diferentes países e nunca me preocupei tanto com a situação dos deslocamentos no mundo quanto hoje", declarou a atriz após visitar o acampamento, localizado a uma centena de quilômetros da fronteira com o Mali.
“A verdade é que não fazemos metade do que poderíamos e deveríamos para encontrar soluções que permitam aos refugiados voltar para casa, ou para apoiar os países que os acolhem”, acrescentou a atriz, ao pedir apoio a esses estados.
O acampamento, localizado perto de Dori, já foi alvo de múltiplos ataques. Em março de 2020, um novo ataque ao posto de segurança do local, que abrigava até 9.000 refugiados, levou à fuga dos que haviam permanecido, resultando no fechamento efetivo de Goudebou.
Desde dezembro, autoridades de Burkina Fasso e o Acnur levam os refugiados novamente para esse acampamento, após terem reforçado o sistema de segurança com militares e patrulhas. Está prevista a construção de um quartel.
Entre dezembro e junho, quase 11 mil pessoas de cidades do norte de Burkina Fasso retornaram a Goudebou, de acordo com o Acnur. "Os refugiados estão angustiados, porque o contexto de segurança se deteriora dia após dia, apesar dos esforços das autoridades de Burkina Fasso, de seus parceiros e das forças de defesa e segurança na região do Sahel", declarou o representante dos refugiados de Goudebou, Wanadine ag Mohamed.
Desde 2012, 22 mil refugiados de várias nacionalidades se abrigaram em Burkina Fasso, incluindo malineses que fogem da violência de grupos jihadistas no norte e no centro de seu país. Mas desde 2015, Burkina é alvo de ataques jihadistas, que já causaram mais de 1.400 mortes e forçaram 1 milhão de pessoas a fugir de casa.
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