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Celebridades

Fernanda Machado quer criar rede de apoio a novas mães nos EUA

Atriz não descarta ter mais filhos mesmo com retirada do útero

A atriz Fernanda Machado Divulgação

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São Paulo

"Com coração apertado." É assim que a atriz Fernanda Machado, 40, afirma estar em relação à pandemia. Mesmo que os hospitais de sua cidade estejam vazios e os casos de Covid-19 sejam raros por lá, a atriz, imunizada, já que mora nos Estados Unidos, se preocupa com sua família no Brasil.

“As coisas aqui estão melhorando bem, mas no Brasil vemos que não. Estou em Santa Bárbara, na Califórnia, uma cidade que não é muito grande e que era bem turística antes da pandemia. Mas fico com coração apertado em olhar a situação no meu país”, conta ela, cujos pais têm 75 e 68 anos.

A cidade em que a atriz mora teve lockdown por dois meses e, no dia de sua conversa com o F5, registrava três casos por dia. A vida por lá parece voltar ao normal mais rapidamente, mas nem por isso as medidas e os protocolos são quebrados. Fernanda ainda teme, por exemplo, ir ao mercado.

“No momento, tenho pessoas com a doença na família. A minha tia faleceu recentemente [em março, aos 79 anos], vítima do vírus. A família do meu marido [o americano Robert Riskin] não sabe o que eu estou sentindo. Enquanto eles respiram aliviados, nós brasileiros estamos com coração apertado."

Os pais da atriz já tomaram a primeira dose da vacina, e Fernanda conta que chorou vendo vídeos. Já seu irmão, de 44 anos, ainda não tem data para tomar a dose assim como outros membros da família. Embora esteja preocupada, ela conta que resolveu parar de ler notícias sobre o país.

“Fiquei um bom tempo sem ver notícia nenhuma do Brasil. Tentei me desligar porque acompanhar a pandemia de dois países é mais punk. Estava me deprimindo. A ruptura veio em novembro de 2020 quando o pai de uma amiga minha morreu e eu fui ver que a coisa estava feia. Susto atrás de susto.”

Apesar de morar nos EUA, Fernanda pôde tomar a vacina por causa de uma pesquisa à qual se tornou voluntária. Mãe de Leo, de apenas 10 meses, ela participa de um levantamento que analisa a qualidade dos anticorpos no leite materno da mãe vacinada e se eles podem ser usados no combate ao vírus.

“A gente ainda não tem resultados, mas as expectativas existem com base em outros projetos. Isso já é uma alegria e por isso acabei amamentando o Leo e tiro do leite materno e dou ao meu mais velho, Lucca, de 5 anos e meio”, afirma ela, que chegou a falar sobre a pesquisa em suas redes sociais.

Ela conta que nenhum dos dois filhos teve reação adversa. “Eu tive na segunda dose. Foram 24 horas sentindo a força do vírus. Tive febre, dor no corpo. E os meninos receberam anticorpos passivos e não tiveram nada. Tomei a segunda dose dia 1 de março”, relembra.

Agora, Fernanda não pode sair do país, nem quer isso, já que seria um risco. Sua família também não pode ir visitá-la —ela já não vê os pais há um ano. Todos os amigos brasileiros de sua faixa etária que vivem nos EUA já foram vacinados, assim como toda a família de seu marido.

“Não dá nem para celebrar, pois é muita dor. Difícil ver luz no fim do túnel, parece que estou em um mundo paralelo. Ficamos com medo ao ver quem amamos no Brasil partindo tão rápido.”

Devido à pandemia, Fernanda teve seus trabalhos na TV adiados e chegou a recusar convites. No final de 2020, o agente dela no Brasil mandou detalhes sobre uma série que seria para o segundo semestre de 2021, mas não tinha como saber como o mundo estaria até lá.

“Acabei negando algumas propostas. Na terceira conversa eu falei que não aceitaria nada para metade de 2021. Ainda estou amamentando, então não iria com o Leo para o Brasil. Até gostaria, mas prefiro fazer em um momento mais seguro. Só depois de todo mundo vacinado”, completa a atriz.

DIFICULDADES E PLANOS

Apesar de hoje estar feliz com os filhos saudáveis e, possivelmente, imunizados, Fernanda Machado passou por momentos difíceis antes e depois do nascimento de Leo. Meses antes da gravidez, ela passou por um aborto espontâneo que a fez viver um luto muito complexo.

A descoberta de que estava esperando Leo aconteceu durante as gravações da segunda temporada de da série "Impuros”. Com a novidade, ela teve sua rotina modificada para conseguir terminar as filmagens e voltar aos EUA, momento que lhe trouxe um novo susto.

“Quando terminei de gravar, comecei a sentir dores. Estava vindo de volta aos EUA quando tive sangramento, fiz repouso. No dia seguinte à minha chegada fui ao hospital, estava de dez semanas. Era um anjinho de luz que estava cuidando de mim no Rio de Janeiro”, relembra.

Ela conta que talvez tenha sido importante viver o luto para poder seguir em frente. “Perdi em abril de 2019 e engravidei do Leo em setembro. Aí veio o medo de novo, não conseguia respirar até os cinco meses. A gravidez foi tensa”, relembra.

Fernanda ainda passou por mais complicações, com placenta prévia [quando a placenta obstrui a saída do colo do útero] e diabetes gestacional. A cesária aconteceu no dia 31 de maio de 2020 e resultou a perda do útero, mas os ovários foram preservados. Fernanda, inclusive, não descarta ter mais filhos.

“Eu decidi não ligar as trompas e ainda ovulo. Eu poderia adotar ou fazer barriga de aluguel com meu próprio óvulo. Mas minha família nem conhece meu filho, meus pais nunca nem viram ele”, diz. “Essa é a única pulguinha atrás da orelha. Se meus pais se mudarem para cá pode ser que sim”, completa.

Para matar a saudade da família, a atriz usa das chamadas de vídeo. “Tinha momentos de depressão ao saber que teria meu filho sem ninguém por perto. Sei do apoio da família. Não existe momento mais vulnerável na mulher do que o pós-parto. Isso me deprimia”, conta.

“Somos muito ligados aos meus pais. Nunca imaginei ter um filho longe deles. No parto do Lucca, eles estavam comigo. Vivenciaram tudo. Quando Leo nasceu os meses iam passando e eu tinha crise de choro. Agora, após dez meses, conseguimos sobreviver."

A atriz, que é paranaense de Maringá, conta que agora tem projetos relacionados a maternidade. “Tento dividir o que me ensinaram para ajudar novas mães. Não só amamentação, mas suporte emocional. Me formei como instrutora de ioga para mães e bebês e depois das aulas eu dava esse suporte”, afirma.

“Quero fazer parceria para ter um espaço onde teremos workshops, aulas e espaço para mães conversarem e dividirem suas experiências aqui nos EUA. Tenho ajudado várias amigas com bebês novinhos a solucionar problemas do início. E tenho um projeto de escrever livro sobre maternidade, mas falta tempo”, diz.

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