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Celebridades

Ex-pastor Felipe Heiderich desabafa sobre ataques após assumir bissexualidade

Ele diz que 'não fazia ideia do que o público LGBTQIA+ sofria'

O pastor Felipe Heiderich assumiu ser bissexual
O ex-pastor Felipe Heiderich assumiu ser bissexual - Instagram
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São Paulo

Felipe Heiderich fez um longo desabafo por meio de um vídeo compartilhado no Instagram neste sábado (27), no qual fala sobre sua orientação sexual. O ex-pastor evangélico aborda as dificuldades, críticas e ofensas que vem sofrendo desde que assumiu ser bissexual e tornou público seu relacionamento com o youtuber Bruno de Simone nesta sexta-feira (26).

“As notícias recentes sobre minha sexualidade são verdadeiras. Estou namorando um rapaz e para mim está tudo bem", começou Heiderich, contando que muitas pessoas o aconselharam a não assumir sua orientação sexual.

"Se você não concorda, tudo bem. Eu posso não concordar com muitas outras coisas, só respeite. Se você acha que estou em pecado, ore por mim, se você não consegue acreditar em mais nada do que eu falo da bíblia, tudo bem também. Eu sempre vou continuar falando. Deus te abençoe", prossegue.


"Sei que muitos de vocês estão esperando uma declaração minha depois de tudo o que aconteceu. Quero começar dizendo que o maior conselho que recebi das pessoas foi 'se mantenha no armário', 'fica escondido', 'mantenha sua vida com outra pessoa, sem ninguém saber, tanta gente faz isso', 'não manche sua imagem pública'", exemplificou, agradecendo e demonstrando entender que muitos fizeram isso como forma de demonstrar amor, mas dizendo que não conseguiria viver uma mentira.

Em seguida, o ex-pastor disse que tomará medidas legais contra quem insinuar que ele esteja envolvido com pedofilia. Relembrando uma dura acusação que sofreu no passado, ele disse que "ela nunca esteve com a razão. Eu sempre fui uma pessoa extremamente dedicada e fiel".

O ex-pastor se refere a acusação de abuso sexual contra o enteado, da qual foi absolvido por falta de provas, em setembro de 2020. De acordo, com o processo movido pela ex-mulher dele, a pastora, Bianca Toledo, o filho dela teria sido vítima de pedofilia, em 2016, quando tinha cinco anos.

Após se livrar do processo, Heiderich move uma queixa-crime contra Toledo, por entender que foi vítima de uma armadilha para incriminá-lo injustamente. Ele a acusa, entre outras coisas de, calúnia, difamação, injúria e denunciação caluniosa.

"Não confunda bissexualidade e homossexualidade com pedofilia, porque isso vai falar quem você é. A partir do momento em que você voltar a me chamar de pedófilo, de uma coisa que eu já fui extremamente absolvido em todas as instâncias, haverá um acionamento judicial não só meu, mas de toda a comunidade LGBT que entende que, segundo as pesquisas, a maioria dos pedófilos são heterossexuais", pontuou ele.

Heiderich seguiu seu desabafo ao dizer ter se surpreendido com as mensagens de ódio que recebeu desde que resolveu dizer a verdade sobre sua vida íntima. "Não imaginei que seria assim, eu não fazia ideia do que o público LGBTQIA+ sofria. Sofrer isso na pele é algo que não desejo a ninguém. Por isso entendo quando eles dizem que se pudessem não seriam assim, porque o ser humano tem uma incrível capacidade de ser cruel. Meu sincero desejo de que você nunca tenha que passar por isso”, lamentou.

O religioso disse que, apesar de tudo estar "sendo muito difícil, confuso e complicado", está bem, porque sabe que quem o ama de verdade vai entendê-lo. "A maioria diz que sou um monstro, uma decepção, um falso e que eu vou para o inferno, mas tudo bem. Foi o que fizeram comigo há quatro anos e eu era inocente. Então não faz muita diferença agora. Quem está comigo vai continuar comigo", reafirmou.

Heiderich aproveitou para explicar que o livro "Encontro Marcado", que será lançado em breve, não tem o objetivo de afrontar a igreja e nem acobertar pecados. É uma chamada ao amor, de como Jesus reagia às pessoas ditas como monstros, falsas e condenadas ao inferno, como eu estou sendo e você, talvez, já foi muitas vezes", disse, esclarecendo que a obra não é para quem está bem, mas para quem se sentiu abandonado pela sua religião, a quem ele chamou de 'desigrejado'.

"Quero dizer que Jesus continua amando, mesmo que esse amor do outro não seja tão plausível. Foi um desafio, porque eu poderia nunca ter contado, mas eu não sou assim. Sou transparente. E se um dia algo mudar, vou vir aqui também e vou dizer. Continuo amando Jesus e sei que ele me ama. Tenho pessoas muito queridas do meu lado, que me dão sustento, mesmo que grande parte continue me virando as costas, porque, infelizmente, essa é a característica do ser humano nesse tempo”, concluiu.

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