"O feminismo já caminhou muito, não precisa mais ser radical", diz Monica Martelli
Com a carreira artística ancorada no humor, Ingrid Guimarães e Monica Martelli se conheceram nas gravações do antigo "Chico Total", em 1996. Para as duas, que estarão no "Programa com Bial" (GNT) de domingo (23), a comédia era um ambiente hostil à mulher.
Em entrevista ao apresentador, elas apontam Dercy Gonçalves como precursora na área. "A Dercy, com os palavrões, tinha que se colocar de forma masculina como uma reação para esse machismo todo. Mesmo hoje ainda tem muito disso", diz Ingrid, que atualmente vive Marlene na série "Chapa Quente".
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Monica lembra da época em que pertencia ao elenco do "Zorra Total" (Globo) para falar que papéis femininos dentro do humor ainda eram subestimados há pouco tempo. "Quando eu fazia Zorra Total, ficava encostada na pilastra vestida de gostosa e era só. Tentava levar personagens, mas era só vista daquela forma."
Ela conta que recebeu de sua mãe uma formação feminista e que não foi "criada para casar". "Minha mãe sempre dizia: 'nunca dependa de homem, seja independente'. Aprendi que a única possibilidade de liberdade na vida é a independência financeira. Uso isso como um mantra, afirma.
Para ela, "o feminismo já caminhou muito, não precisa mais ser radical. Não queremos ser como os homens, queremos os mesmos direitos."
Já Ingrid diz que usou a profissão para questionar padrões estéticos da TV. "Quando comecei, as modelos estavam entrando na televisão, tinha que ser muito bonita mesmo. Decidi fazer um papel de modelo para falar de beleza. Todo mundo pode ser bonito, é uma questão de atitude." Em 2008, ela interpretou a top Leandra Borges em um quadro do "Fantástico".
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