Celebridades

'Dei um jeitinho brasileiro', diz Thammy Miranda sobre cirurgia de retirada dos seios

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Thammy Miranda, 33, não obedeceu ao procedimento padrão do SUS para fazer a cirurgia de retirada dos seios.

Segundo a lei brasileira, o transgênero deve fazer pelo menos dois anos de terapia com psicólogo e endocrinologista antes de se submeter às cirurgias de transição de gênero.

Para não precisar esperar os dois anos, o ator fez uma mamoplastia redutora em vez de mastectomia, que é a retirada total da mama. "Dei um jeitinho brasileiro", brincou ele em entrevista ao "TV Folha ao Vivo" nesta sexta-feira (2). "Para a mastectomia, precisaria de um laudo, e para conseguir esse laudo eu teria que fazer dois anos de terapia", explica. Junto com a cirurgia, ele "aproveitou" e fez também uma lipoaspiração na barriga.


"Eu mesmo não recomendo a ninguém o que eu fiz", confessa. "Aconselho os jovens trans que me procuram a não terem pressa, não tomarem 'bomba' na academia de qualquer jeito, procurarem um endocrinologista e fazer o processo direitinho".

Filho mais velho de Gretchen, ele acaba de lançar o livro "Thammy: Nadando Contra a Corrente" (BestSeller) em que conta sobre como se descobriu transgênero e sobre o processo de transição.

HORMÔNIO

Thammy ainda está passando pelo tratamento hormonal —e provavelmente passará a vida inteira. A cada 15 dias, toma uma injeção de testosterona, que inibe a produção de hormônios femininos e ajuda na adequação estética ao gênero masculino: pêlos faciais, engrossamento da voz, redução de gordura e crescimento da massa muscular são alguns dos efeitos da injeção.

"Minha barba ainda está rala, tipo menino de 14 anos", brinca Thammy, ansioso para conseguir deixar a barba mais grossa. "Também estou rendendo mais na academia, perdi gordura e perdi celulite, ganhei músculos mais rápido", comemora. A mastectomia, para ele, foi uma libertação.

Por enquanto, a parte cirúrgica do procedimento de transição de Thammy já está encerrada. Ele continua com os órgãos genitais femininos, inclusive os internos. O pênis artificial ainda é uma realidade distante para os homens trangênero: "Não quero colocar porque não funciona direito. Tenho medo de perder minha sensibilidade", explica ele, que também não fez questão de retirar útero e ovário, mas retiraria, caso houvesse risco de câncer.

Embora seja possível, Thammy afirma que não tem vontade de engravidar, desde quando "ainda era mulher". Ser pai, no entanto, está nos planos: ele a namorada, Andressa, já conversaram sobre ter um bebê.


THAMMY NA POLÍTICA

Filiado ao PP-SP, Thammy está presidindo a ala LGBT do partido. Ele reitera que não quer se candidatar a nenhum cargo público em 2016, mas que está focado em ouvir e criar projetos para o público gay e trans dentro do partido.

Colega de partido de Jair Bolsonaro, o ator desviou de assunto quando questionado sobre um possível apoio partidário a ele. "O partido nunca me pediria isso. Não tenho nada a ver com ele, não o conheço, ele atua lá no Rio. Dentro de um partido há pessoas com diferentes ideias", afirma. Thammy entrou no PP a convite do Delegado Olin, que é amigo de seu pai, e de Guilherme Mussi.

Já uma possível candidatura de José Luiz Datena a prefeito da capital paulista teria o apoio do ator. "Gosto do Datena, acho que ele seria um bom prefeito sim", se limitou a dizer.

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