Há uma semana, o mundo da comédia perdia um dos seus mais influentes representantes com a morte de Roberto Bolaños, aos 85 anos. A despedida do mexicano, criador de Chaves, Chapolin e outros personagens icônicos, comoveu fãs e colegas humoristas do mundo inteiro, inclusive o brasileiro Renato Aragão, 79.

Durante a coletiva de lançamento de seu telefilme, "Didi e o Segredo dos Anjos", no Rio, o ex-Trapalhão disse que considerava Bolaños um gênio da comédia e lamentou não ter tido a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Renato Aragão disse também que costumava assistir "Chaves" e que continuará assistindo.

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"Cada país tem seu ídolo e o Roberto Bolãnos ultrapassou fronteiras. Ele foi para todo lugar, foi para os Estados Unidos, para o Brasil. E ele era um gênio por que ele escrevia e atuava também", disse Aragão.

O humorista comparou Bolaños ao também comediante mexicano Mario Moreno (1911-1993), conhecido como Cantinflas, que fez sucesso em sua terra natal com um personagem ingênuo e meio caipira. Cantinflas tinha Charles Chaplin entre seus fãs e recebeu o Globo de Ouro de Melhor Ator Cômico pelo filme "A Volta ao Mundo em 80 Dias".

"Para o México ele era um novo Cantinflas. Para o mundo, ele foi uma coisa surpreendente. Ninguém acreditava que aquele cenário pobre, aquela coisa da periferia mexicana, tomasse uma dimensão tão grande. Ele atravessou todas as sociedades", disse o brasileiro.

A comparação também foi feita por um ex-colega de Bolaños, o ator Edgar Vivar, que interpretava o Senhor Barriga em "Chaves". Em visita à Comic-Con Experience, em São Paulo, o mexicano afirmou que Roberto Bolaños foi mais significativo para o México que Cantinflas.

"Roberto tinha mais significância que Cantinflas, sobretudo pela difusão, pela televisão. Cantinflas era um ídolo do México, mas vinculado ao cinema. Roberto foi um renascentista, um experimentador, um criador, compositor, músico, ator, diretor, roteirista", afirmou Vivar.