Você viu?

Carnaval 2024: Escola de samba do Rio vai homenagear ex-governador Sérgio Cabral

Fundada por torcedores do Vasco, União Cruzmaltina fará o anúncio oficial neste domingo (23); político passou seis anos preso por corrupção

Sérgio Cabral em seu apartamento no bairro de Copacabana, no Rio, após sair da prisão - Eduardo Anizelli / Folhapress

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Rio de Janeiro

Salvo mudança de última hora, a escola de samba carioca União Cruzmaltina anunciará oficialmente neste domingo (23) que o ex-governador Sérgio Cabral será o tema de seu enredo em 2024. A agremiação foi fundada por torcedores do Vasco da Gama, time de Cabral, e desfila na Série Prata, na avenida Intendente Magalhães, no subúrbio do Rio.

A União Cruzmaltina postou em suas redes sociais um vídeo em que aparecem obras e medidas associadas ao ex-governador –como o trecho do metrô até a Barra da Tijuca, o teleférico do Complexo do Alemão e Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs)— e, embora mantenha um tom de mistério, o teaser deixa claro que Cabral será homenageado pela agremiação, o que revoltou os apoiadores da escola e torcedores do clube.

"Este enredo é muito pior que os quatro rebaixamentos do time", comentou um seguidor. "O presidente ser amigo do Cabral tudo bem; mas misturar a instituição neste bolo era desnecessário", postou outro. "Vergonha", "desgosto", "Não é possível", "Estão manchando a nossa história", foram alguns dos termos e desabafos usados com mais frequência.

Cabral chegou a acumular cinco mandados de prisão, 37 ações penais (sendo duas sem relação com a Lava Jato) e 24 condenações a penas que, somadas, ultrapassaram 400 anos de prisão. O ex-governador é acusado de cobrar 5% de propina nos grandes contratos de seu mandato à frente do Governo do Rio de Janeiro (2007-2014).

As investigações descobriram contas com cerca de R$ 300 milhões no exterior em nome de "laranjas",
além de joias e pedras preciosas usadas, segundo o Ministério Público Federal, para lavagem de dinheiro.

A homenagem a Cabral é defendida por Rodrigo Brandão, presidente da União Cruzmaltina. Ao jornal O Globo, o dirigente disse que o ex-emedebista foi "o melhor governador" da história do Rio.