Disney altera atração de parques para ressaltar história de Tiana, primeira princesa negra
'Splash Mountain' evocava o passado racista dos EUA
A Disney modificará a atração "Splash Mountain" dos seus parques americanos, por evocar o passado racista dos EUA, e a adaptará para a história de sua primeira princesa negra, Tiana, anunciou a companhia nesta quinta-feira (25).
Uma atração muito popular na Disneylândia, na Califórnia, e na Disney World, na Flórida, o "Splash Moutain" é um trajeto aquático, percorrido em um veículo que imita o tronco de uma árvore. O percurso termina com uma queda na água.
A temática de "Splash Mountain" faz referência a um filme muito controverso da Disney, "A Canção do Sul", de 1946. Desde o seu lançamento, o filme foi alvo de críticas, sendo acusado de reproduzir clichês racistas e mostrar de forma romantizada as plantações nas quais os escravos trabalhavam, no antigo sul dos Estados Unidos.
Por esses motivos, não foi exibido nos cinemas desde os anos 80 e nunca foi lançado em DVD. "A Canção do Sul" também foi excluído do catálogo Disney +, a plataforma de vídeo sob demanda.
As duas atrações de "Splash Mountain" nos dois parques da Disney serão "completamente remodeladas", e no futuro serão baseadas na história de "A Princesa e o Sapo", cuja heroína Tiana é a primeira princesa negra da Disney.
"O novo conceito será inclusivo, todos os nossos visitantes poderão se enxergar (nas atrações) e serão inspirados, e falará da diversidade das milhões de pessoas que visitam nossos parques a cada ano", ressaltou em comunicado a empresa de entretenimento número um do mundo.
A decisão faz parte das iniciativas e pedidos de remoção de estátuas e monumentos associados à escravidão e opressão racista nos Estados Unidos, após protestos contra a morte do cidadão negro George Floyd pelas mãos de um policial branco.
Para a Disney, a mudança da atração "Splash Mountain" tem "um significado particularmente importante hoje", embora a empresa observe que já havia começado esse processo desde o último ano, e tenha uma política de adaptar suas atrações ao momento atual.
Após o movimento #MeToo, uma cena mostrando mulheres sendo vendidas em leilão, por exemplo, foi removida de uma atração de "Piratas do Caribe" na Disneylândia, na Califórnia. "É importante que nossos visitantes se reconheçam nas experiências que criamos", afirma Carmen Smith, responsável por criar estratégias de inclusão na Disney.
O grupo não detalhou quando essas mudanças estarão prontas em seus dois parques nos Estados Unidos, que atualmente permanecem fechados por causa da pandemia do novo coronavírus.