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Mauro Nakada lança livro com as sete maravilhas do mundo moderno: 'Sou guiado pela curiosidade'

Youtuber documenta experiências de cinco meses viajando pelo mundo

Mauro Nakada - Reprodução/Instagram/mauro
São Paulo

Mauro Nakada, 22, conseguiu realizar um feito que é sonho de muita gente: conhecer as sete maravilhas modernas do mundo. O youtuber brasileiro que tem mais de 2,8 milhões de inscritos em seu canal percorreu 14 países e mais de 100 mil km em cinco meses.

Na rota, as maravilhas: Coliseu de Roma (Itália), Chichén Itzá (México), Cristo Redentor (Brasil), Macchu Picchu (Peru), Muralha da China, Cidade de Petra (Jordânia) e Taj Mahal (Índia). "É uma experiência de vida incrível para mostrar como você aprende muita coisa saindo de casa", diz Nakada.

E o saldo foi realmente positivo: "Perdi muito da minha ansiedade, de criar expectativas em cima das coisas, de ter medo do que eu não conheço. Descobri que o desconhecido quase sempre é legal."

Sem roteiro e guiado apenas pela curiosidade, ele documentou seus dias em centenas de fotos e em um diário, que agora se materializam em obra. Neste domingo (17), Mauro lança "O guia do Mochileiro terráqueo: Em busca das 7 maravilhas" (Novo Século, 160 pág., R$ 39,90), seu primeiro livro.

As viagens de Mauro foram todas feitas em 2017, sendo a primeira em janeiro, a Macchu Picchu, onde ficou por cinco dias, e a última, para o Coliseu em Roma, em dezembro do mesmo ano. No meio disso, conheceu a Muralha da China, além de Pequim, Xangai, Hong Kong e Macau. Da China, ficou mais 11dias entre índia, Jordânia e Dubai. 

Já em junho de 2017, foi para o México, onde ficou por uma semana entre a Cidade do México e Cancún, onde visitou Chichén Itza, em Yucatán. Em setembro, conheceu Foz do Iguaçu e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Em novembro, por fim, ficou mais 15 dias na Europa entre Londres, Paris e Roma.

Mauro Nakada afirma que terminou de escrever o livro em abril de 2018. "Levei um mês. Mas até chegar na editora e assinar todos os contratos, fechamos a versão final em novembro. A jornada inteira foi de quase dois anos."

Para uma viagem grande como essa, economizar é essencial. E para isso, vale tudo. "Não tenho problema de fazer duas ou três escalas só para comprar a passagem mais barata. O que importa é chegar ao destino. Com o dinheiro que economizei, consigo me alimentar e fazer outros passeios", dá a dica.

"Minha viagem favorita foi a aventura na Ásia. Cada país é um continente novo, uma história totalmente diferente da outra. Nunca na minha vida pensei que iria pisar na Ásia, porque achava muito longe", conta Nakada, que revela, sem pestanejar, que sua "maravilha favorita é o Taj Mahal. "Não é à toa que foi a capa do livro. E é a mais fotogênica de todas. De qualquer canto que você faz uma foto, ela sai linda. A construção de mármore branco, simétrica e gigantesca, é algo incrível."

Em suas páginas, Nakada narra as diferentes experiências e choques culturais, ao misturar descrições e fotos que ele mesmo tirou nas viagens –a princípio, sua ideia era fazer um livro só com imagens. Ao final de cada capítulo, ele faz um resumo do que aprendeu em cada viagem. 

O youtuber afirma que gosta de explorar o lugar e ver o que ele tem a oferecer assim que chega. Desde destinos de natureza até cidades. "Não tenho roteiro. Vou andando pela rua e descobrindo. Vou a um restaurante local, pergunto na rua, entro no que acho interessante. É pior viajar com roteiro e com horários marcados. Gosto de ser guiado pela curiosidade."

Após tantos dias de passeio, ele carrega algumas histórias. Em uma delas, estava em Hong Kong e acabou parando no meio de um set de filmagem de ninguém menos que Tim Burton, com quem ele inclusive conversou, sem perceber que se tratava do diretor. 

Já na índia, à caminho do Taj Mahal, descobriu que seu guia fazia aniversário naquele dia e interrompeu a programação, desistindo de assistir ao nascer do sol, para comemorar na padaria favorita do nativo. "É muito bom pousar num país sem saber nada, e dali dez dias você já está incluso no contexto do país, o dia a dia das pessoas de lá, sua moeda, cultura, gastronomia, quais são os modos etc."

​COMO TUDO COMEÇOU

Em 2007, Mauro Nakada começou a fazer remakes de vídeos do ator Jackie Chan, seu ídolo. Dois anos depois, ele ganhou uma câmera e passou a publicar em seu canal que, ​segundo ele, são uma mescla de ideias que chegam a sua cabeça espontaneamente. 

O jovem entrou no curso de cinema, mas em 2016, a um ano de terminar, trancou a faculdade para viajar a trabalho. "Estava em período de provas, mas as oportunidades de trabalho eram muito importantes para mim. Em uma delas, fui para os estúdios da Pixar, em São Francisco (Califórnia), para desenvolver projetos na área de publicidade."

Coincidentemente, nos dois meses seguintes, Nakada recebeu outras duas propostas de trabalho no exterior. Foi aí que começou a maturar a ideia de viajar e escrever sobre suas experiências. Ele conta que escrevia todos os dias, à noite, uma espécie de diário do que acontecia com ele no celular, notebook ou em um caderninho. 

"Não tinha onde soltar esse conteúdo porque nenhuma rede social suportaria esse formato, então fiz um site com textos gigantescos. Gostava da dinâmica porque conseguia contar a viagem de forma bem completa."

Como referências para o livro, ele teve o próprio "Guia do Mochileiro da Terra", a série de livros de "Um Lugar na Janela" e as crônicas e textos de Antonio Prata e seu pai, Mário Prata. "Recebi muitas propostas para escrever livros, mas não queria fazer uma biografia por ser muito novo. Fui atrás de histórias e experiências para, aí sim, fazer um livro completo."

Apaixonado por audiovisual, ele ainda sonha em dirigir filmes e trabalhar com música, "sentar com um produtor musical para criar um disco para um artista, ou um programa para alguém". "Gostaria de me arriscar", diz.

Para este ano, Nakada quer trazer influenciadores digitais brasileiros para o seu quadro de entrevistas no YouTube. A intenção é entender a história por trás dos "grandes" como Felipe Neto e Whindersson Nunes. "A gente se conhece, mas nunca bateu um papo mesmo para entender qual é a de cada um. E sinto que o público é curioso para entender isso."

Por enquanto, a meta mais próxima é abrir um clube do livro online para receber os feedbacks de sua obra, para depois, quem sabe, fazer uma continuação. "Normalmente eu faço uma lista de metas para cada ano, mas para 2019, cheguei a conclusão de que eu quero manter o que eu fiz nos últimos anos. Quero melhorar a fotografia, o conteúdo e a postura na internet. Mais do que isso, quero me tornar uma pessoa melhor."