O BBB 24 terá muitas novidades por causa de uma necessidade: pela primeira vez desde sua reinvenção, em 2020, o reality precisa provar na Globo que tem relevância e audiência com o formato adotado naquele ano, quando passou a confinar famosos e anônimos.

O Big Brother Brasil, é bom que se diga, sempre foi uma atração com grandes números. A primeira edição, ainda em 2002, conseguiu 41,1 pontos de média na Grande São Paulo, segundo dados levantados pelo F5. Atualmente, cada ponto equivale a 207 mil indivíduos.

Mas a maior audiência, em termos decimais, foi o BBB 5, com impressionantes 47,2 pontos na capital paulista. Esta edição apresentou nomes então desconhecidos mas que se mantêm famosos e relevantes até os dias de hoje, como a atriz Grazi Massafera e o político Jean Wyllys.

Entre 2002 e 2019, a atração só escalou anônimos no elenco do reality show. Com números caindo edição após edição, a Globo decidiu mudar para 2020 e incluiu pessoas célebres ou com alguma influência nas redes sociais entre os "brothers".

A ideia deu certo: o reality virou uma máquina de engajamento, faturamento e números. Ajudado de certa forma pela pandemia da Covid-19, a temporada que teve Thelma Freitas como campeã e nomes como Babu Santana, Manu Gavassi e Rafa Kalimann, marcou 25,2 pontos —cinco pontos a mais que o ano fracasso de 2019.

Em 2021, um recorde: com a eliminação de Karol Conká, que saiu com 99,2% dos votos, a atração marcou 38 pontos, com picos de 40. Foi a última vez, inclusive, que a Globo chegou aos 40 pontos de audiência em São Paulo sem envolver partidas de futebol. A média geral do BBB21, com Juliette Freire campeã, foi de 28 pontos.

O desgaste do atual formato começou em 2022, quando muita gente questionou a vitória do ator Arthur Aguiar, devido à força de sua torcida na internet. A média caiu cinco pontos, e foi para 22,6 pontos.

Já em 2023, números ainda mais baixos: com uma temporada sem sal e com participantes criticados por não entregarem entretenimento, a vitória de Amanda Meirelles conseguiu somente 18,7 pontos de média, a pior da história do formato desde que chegou no Brasil.

É justamente por isso que a Globo foi obrigada a mudar. Ao todo, serão 26 participantes e uma dinâmica diferente para entrada, e até mesmo para a votação. O comando segue com Tadeu Schmidt. O BBB24 vem para provar que o reality ainda é uma força muito grande e que sempre pode se reinventar.