BBB 22: Douglas Silva quase não entrou por temer ser esquecido por filha
Mulher do ator diz que ele quer melhorar situação financeira da família
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"Exatamente como no Big Brother Brasil 22". É assim que a psicóloga Carolina Brito Samarão Silva, 33, descreve o ator Douglas Silva, 33, atualmente confinado no reality da Globo. "A única coisa que muda é que ele adora ver televisão", continua ela, que é casada há 13 anos com o artista e é mãe das duas filhas dele.
Um cara gente boa, brincalhão, que gosta de dançar e é o responsável por preparar todas as refeições da família, afirma ela destacando ainda uma outra característica do marido: a sinceridade. "Até não precisava mostrar tanto. Ele fala no programa as coisas que diria para nós e com os amigos. Já entregou um monte de coisa minha que não era para ter dito", diz a psicóloga em certo tom de contrariedade.
"Sabe uma pessoa que não tem filtro?", prossegue. Tamanha sinceridade foi o que mais a preocupou quando o casal decidiu em conjunto que Douglas deveria aceitar o convite para participar do BBB 22.
Embora seja famoso desde novo por ter interpretado Dadinho no sucesso "Cidade de Deus" (2002) e depois tenha se destacado como Acerola na série "Cidade dos Homens" (2002-2005), sendo indicado ao prêmio de melhor ator do Emmy Internacional pelo trabalho, Carolina afirma que a vida financeira da família "não é do jeito que eles gostariam".
"O Douglas está no BBB pelos dois motivos: o prêmio de R$ 1,5 milhão e a visibilidade que o reality proporciona", diz. Ficar longe da família foi a única coisa que balançou DG (como é chamado no programa) a não aceitar o convite. Segundo Carol, ele teve medo de a filha mais nova, Morena, 1, não se lembrar mais dele por causa do período longe.
Já Maria Flor, 10, a mais velha, é um sucesso nas redes sociais. Com seus vídeos de dança e torcida para o pai, ela já tem mais de 260 mil seguidores no Instagram. "Ela é idêntica ao pai. Para não dizer que não é idêntica, ela tem algumas chatices que são minhas, porque o Douglas não é nada chato. Para ele, qualquer coisa está bom, já eu reclamo", afirma Carolina aos risos.
Apesar da desenvoltura de Maria Flor, o casal não quis incentivá-la a ingressar na carreira artística muito nova. "O Douglas não tinha vontade, ele achava que ela era muito nova ainda para decidir. E ela não tem obrigação nem necessidade de trabalhar", diz.
Criado na favela Kelson's, na Penha, zona norte do Rio, Douglas, ainda antes de ser famoso, já ajudava a família. "Desde muito pequenininho ele trabalhava mesmo sem a mãe deixar. As pessoas contavam para ela que ele pedia para ajudar o cara que passava vendendo laticínio na comunidade porque qualquer dinheirinho que ganhasse era alguma coisa", relata.
Segundo Carolina, o marido é muito consciente dos prós e contras da carreira artística. De um lado, agradece a oportunidade de ter sido descoberto tão jovem, mas por outro reconhece o peso da responsabilidade da profissão. No fim do ano passado, Maria Flor gravou, ao lado do pai, a série "How to Be a Carioca", que o Star+ deve lançar neste ano, e marcará a sua estreia na profissão de atriz.
Ela também participou de outros dois testes, que ainda aguarda os resultados. "A gente sempre conversa muito com ela. É tudo muito medido e feito de uma maneira suave para não pesar muito para ela", diz a psicóloga.
Carolina afirma que DG, de fato, divide com ela o cuidado com as filhas e com a casa. "Eu estou sentindo muita a falta dele por isso também". Além de preparar as refeições da família —'eu detesto cozinhar', diz a psicóloga— é ele que vai ao mercado, dá comida para a filha mais nova e leva e pega a mais velha na escola.
"Como pode o cara ser machista se é ele quem cozinha, quem cuida das filhas? Como podem chamar ele justamente da coisa que ele não é? É só observar o comportamento dele dentro do programa", rebate Carol sobre queixa de parte do público após ele ter levado só homens para o VIP quando se tornou líder ainda na primeira semana.
A psicóloga afirma que o marido não costuma acompanhar o BBB e, por isso, foi surpreendido com a necessidade de, como líder, ter de escolher outros brothers para ficar no VIP com ele. "Ele teve que decidir ali tudo na hora, escolher muito rápido", justifica.
Segundo ela, DG falou brincando que não iria levar mulher porque a filha mais velha pediu. "Jamais ele deixaria de fazer alguma coisa porque a filha de 9, 10 anos pediu. Não foi isso", diz.
"Quem vê o programa o tempo todo já vê que ele é brincalhão, ele se aproximou da Naiara Azevedo, que fez massagem nele, a Laís também já fez massagem. O Douglas é muito de boa com tudo, e eu também", acrescenta ela. Ciúme? "Zero. São tantos anos juntos. O jeito que toda hora ele fala: 'Carolina, estou com saudade'. Ele sempre foi assim, me passa muita segurança", destaca.
HATERS E REDES SOCIAIS
Para a família de DG, a situação mais difícil até o momento foi quando o ator foi indicado ao Paredão, na terceira semana do reality. Embora já soubesse que as pessoas pudessem ser cruéis nas redes sociais, Carolina afirma que viver a situação é completamente diferente —ela denunciou ataques racistas à Justiça do Rio.
Preocupada com a filha mais velha, que ficou abalada com os haters, a psicóloga a afastou por um período das redes. "Mas até eu estava chorando todos os dias, porque há algumas mensagens muito cruéis", diz Carol. Com o tempo, porém, ela foi percebendo que ele não era o único que estava sendo alvo na web. "As pessoas falam de todo o mundo. E eu pensei: não vou focar nisso porque, se não, vai afetar a minha saúde", afirma. Ela também destaca que a família recebeu muitas mensagens de apoio —vários artistas fizeram campanha para Douglas ficar no reality.
Para dar conta das redes sociais do marido fora do BBB e não se exaurir, ela conta que teve de contratar uma equipe para ajudá-la no trabalho, mas faz questão de se manter como dona da palavra final. "Eu conheço o Douglas, sei como ele gostaria de se posicionar, não abro mão que as coisas passem por mim", diz.
O que fará se ganhar o prêmio de R$ 1,5 milhão? "Ele tem muitos planos: melhorar a nossa vida, ajudar a mãe e as irmãs dele, tem vontade também de montar um projeto social dentro da comunidade em que cresceu", afirma.
Embora se considere uma pessoa pé no chão, Carolina diz que aposta que o marido vá até a final do BBB. "Se as pessoas não levarem um cara desse que se dá bem com todo o mundo, preza pela boa convivência, é acolhedor, é divertido, eu já não sei mais nada", conclui.