Vamos com toda a força para o futebol feminino, diz diretora da Globo sobre Olimpíada de Paris
Sem a seleção masculina, Joana Thimoteo, responsável pelos eventos esportivos da emissora, afirma ainda que empresa terá seus próprios 'influencers' e que o vôlei é outra aposta
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A concorrência com a cobertura massiva de influenciadores na Olimpíada de Paris não assusta a Globo. Quem afirma é Joana Thimoteo, diretora de eventos esportivos da emissora, detentora exclusiva dos direitos de transmissão dos Jogos na TV aberta e também na TV paga.
Além da Globo e da Cazé TV, que vai transmitir o evento no YouTube, vários influencers estarão em Paris para criar conteúdo, e Joana diz que tanta gente "invadindo" o seu território não significa uma ameaça, pelo contrário. "Quando a gente vai olhar muitas das coisas que estão sendo comentadas, eu diria que uma grande parte delas vem do que a Globo já tem", diz a executiva, em almoço com o F5, no Rio.
Segundo ela, essa será "a Olimpíada da disputa de atenção", e por isso a emissora também vai mostrar seu lado "influencer" —tanto é que pediu autorização ao Comitê Olímpico Internacional para que vários de seus profissionais ocupem lugares reservados aos criadores de conteúdo: nos bastidores, próximo aos atletas e ao epicentro dos lugares onde as provas vão ser disputadas. "Podemos estar de vários formatos diferentes. E estamos extremamente confortáveis com isso. Nós temos um portfólio inacreditavelmente bom", afirma.
A Globo tem exclusividade de transmissão da Olimpíada em TV aberta e TV paga, e no digital terá a concorrência da Cazé TV e de outras empresas, com influenciadores em um projeto de cobertura. É a Olimpíada da disputa de atenção? Sem dúvida. Quando a gente fala sobre as ofertas, a gente está falando que elas se complementam. Hoje um desafio para a Globo é: como ser relevante para que o consumidor que está cheio de interferências queira estar com a gente sempre?
É verdade que vocês pediram ao Comitê Olímpico Internacional uma posição que seria reservada a influenciadores nos Jogos? Sim. Falei para eles que influenciar é uma palavra muito ampla. Você entende o jornalismo inicialmente como um filtro? Para essa influência, o que o COI quer? Acho que a gente influencia mais do que ninguém. Na verdade, quando a gente vai olhar muitas das coisas que estão sendo comentadas, eu diria que uma grande parte delas vem de conteúdos que a Globo tem.
Mas o jornalismo da Globo não seria suficiente, neste caso? A gente tem uma credibilidade em cima do nosso jornalismo que a gente vai querer ir sempre, mas a gente também hoje já opera numa leveza, num lugar que a gente combina esse tipo de conteúdo que os influenciadores fazem. Hoje, entre a gente, tem espaço para todo tipo. O que a gente tem é uma retidão na credibilidade do que a gente faz. Isso para gente não é discutido, não é negociado.
A Globo também tem seus influenciadores, não? Os influenciadores, na essência da palavra do que vocês chamam, podem fazer parte. Teremos jornalistas, narradores, ex-atletas, e vamos utilizar as mídias sociais desse nosso grande elenco. Se você parar para pensar, aqui na Olimpíada a gente tem mais de 100 influenciadores, usando as suas próprias plataformas fora das nossas, para falar sobre o que fazemos É uma potência gigantesca. Estamos bem servidos nesse sentido.
Nas últimas quatro Olimpíadas, o futebol masculino teve o maior pico de audiência das transmissões da Globo, e também na Record, em 2012. Este ano não terá seleção de futebol masculino. Atrapalha? Para a sociedade brasileira, não é bom o futebol masculino não estar. As Olimpíadas são um encontro de nações. É um momento de celebração. Eu acho ruim a seleção brasileira masculina não estar. Como produto, para a Globo, não é bom não estar.
Até que ponto esta ausência preocupa? A gente preferia ter a seleção brasileira, sem nenhuma dúvida. Além da questão da audiência, não ter o futebol masculino tem outra questão objetiva: menos duas horas de um bom produto para você transmitir. Isso não é o modelo que a gente gostaria.
No que vocês vão apostar para ocupar este lugar? A gente gostaria de ter o futebol masculino e feminino. Não tendo masculino, a gente vai com toda a força para o feminino, que é algo que a gente já tem investido. E o vôlei também é uma boa aposta nossa.
A Copa do Mundo feminina de 2027 será no Brasil. A Globo tem interesse nos direitos de transmissão? Estamos de olho, estamos sempre de olho em tudo que vem por aí. Estamos sempre sentados à mesa, conversando, pensando, o que mostra que todos os nossos movimentos são muito sólidos. A gente para, pensa, estuda e avalia em que modelo a gente pode estar nele. Obviamente a Copa do Mundo Feminina é um evento extremamente relevante, sendo no Brasil mais ainda. Obviamente a gente gostaria de estar junto.