Televisão

Warner critica Globo ao Cade e diz que rompeu contrato do Brasileirão por causa da emissora

Empresa foi consultada pelo órgão em investigação sobre suposto monopólio no futebol

Jogadores do Palmeiras comemoram gol no Campeonato Brasileiro: Warner diz que saiu do torneio por causa da Globo - REUTERS

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Aracaju

A Warner Bros Discovery se reuniu na última segunda-feira (24) com coordenadores do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para falar sobre o inquérito do órgão governamental que investiga um suposto monopólio da Globo nos direitos de transmissão do futebol.

A empresa americana prestou esclarecimentos sobre o período que transmitiu o Campeonato Brasileiro, entre 2019 e 2021, e afirma que rompeu o contrato por conta de atuações da Globo com os clubes.

O F5 teve acesso a documentos sobre a reunião. Quem representou a Warner na conversa foi Lara Andrade, principal executiva jurídica da emissora no Brasil. O coordenador-geral do Cade, Felipe Neiva, também esteve presente.

O Cade pediu acesso a contratos da Warner com clubes da Série A do Brasileirão e quis saber o motivo de um acordo que ia até 2024 ser rompido três temporadas antes do seu final.

A resposta: a Globo teve interferência direta na situação. De acordo com o que foi relatado, por um pedido do canal carioca, times como Palmeiras e Fortaleza adotaram o chamado "bloqueio de praça", que impede que uma partida seja transmitida para a cidade onde ela é realizada.

Ou seja, uma partida do Alviverde que acontecia em São Paulo não poderia ser exibida pela Warner para a capital paulista, a maior interessada no jogo e onde provavelmente teria maior audiência.

A emissora também citou os redutores aplicados pela Globo na venda dos pacotes de pay-per-view. O acordo determinava uma redução no valor a ser recebido pelos clubes que tinham contrato com a Warner na TV paga, como Atlético-PR, Bahia, Ceará, Internacional e Santos. A Globo, segundo o documento, só retirou os redutores após os clubes convencerem a Warner a adotar o bloqueio de praça.

Por fim, a empresa também lembrou do processo movido pela Globo em 2021, quando tentou se utilizar da então Medida Provisória 984, que dava ao time de futebol mandante da partida o direito de escolher quem transmitiria o jogo.

A Warner chegou a optar por confrontos entre Palmeiras em casa contra o Flamengo, mas sua concorrente dizia que a escolha desrespeitava contratos. A Globo passou a usar esse entendimento jurídico após a aprovação da Lei do Mandante no congresso, no segundo semestre de 2021.

O Cade retomou a investigação do suposto monopólio da Globo no futebol em junho, após dois anos de inquérito parado. Nas últimas três semanas, o órgão pediu informações sobre problemas que times como Flamengo e Athletico-PR tiveram com a maior TV do país. A Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro).

Procurada pela reportagem para comentar o teor da reunião, a Warner preferiu não falar sobre o assunto. O Cade e a Globo dizem que não comentam investigações em andamento.