'Terra e Paixão': Walcyr Carrasco rejeita pressão para restabelecer faixa das 21h após 'Travessia'
'A minha preocupação é só escrever o que eu desejo', diz autor, que evita se comparar a colegas
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Três anos se passaram desde que Walcyr Carrasco assinou sua última novela na faixa nobre da Globo: "A Dona do Pedaço". Nesse ínterim, ele escreveu "Verdades Secretas 2" e trabalhou na sinopse de sua 15ª obra na emissora, "Terra e Paixão".
A saga de Aline, interpretada por Bárbara Reis, estreia no próximo dia 8 de maio, e o autor rechaça qualquer tipo de peso já em cima da trama. "A minha preocupação é só escrever o que eu desejo. Escrevo uma novela com exatamente aquilo que está no meu coração. Não penso em mais nada."
Walcyr evita comentar a audiência ruim do horário, herança da criticada "Travessia", escrita por Gloria Perez, que amargou números baixos desde o início (com uma média geral de 24 pontos enquanto antecessora "Pantanal" cravava 30 pontos), e termina ainda bastante contestada.
Ele também diz detestar comparações com outros colegas de profissão. "Não me comparo com ninguém e seria muito deselegante da minha parte fazer qualquer tipo de comentário sobre o trabalho de outro autor. Faço o meu e pronto."
Aos 71 anos, o autor revela que o desejo de sair do eixo Rio-São Paulo em "Terra e Paixão" não teve nada a ver com o caminho trilhado em "O Outro Lado do Paraíso", ambientada em Tocantins, há seis anos. "A gente tem que sempre pensar na cara do Brasil e olhar para todos os seus cantos. Já vinha pensando em uma novela retratando a região de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Tenho memória afetiva lá. O meu tio era missionário e eu passei muitos anos da minha infância naquele lugar."
Walcyr conta que suas tramas são sempre pensadas a partir das protagonistas. "As minha 'mocinhas' são fortes e gosto desta questão de superação, daquela mulher que vai à luta e consegue vencer. Também sempre trabalho com a trama baseada em histórias reais", explica.
O autor nega ter sido influenciado pela emissora na escolha da atriz que protagoniza a trama. Existiam boatos de que ele havia escolhido Agatha Moreira para o papel principal, mas a Globo teria exigido uma heroína negra. Bárbara Reis precisou fazer vários testes até ficar com a personagem Aline.
"Eu quem tive a ideia de uma protagonista negra, assim como quis colocar também uma família indígena na trama. Esse é o Brasil. O Brasil de um povo só. E como já disse: temos que olhar as nossas caras. Nós autores temos independência", afirma.