Rafael Vitti dispensa dublê em truques de mágica em 'Além da Ilusão'
Ator já venceu competição de ilusionismo e diz que passou meses praticando
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"A mágica que eu faria hoje, se tivesse esse poder, é afastar esse vírus da face da Terra e reflorestar a Amazônia", diz Rafael Vitti, 26, em bate-papo com jornalistas para promover "Além da Ilusão". Na novela, que estreia no dia 7 de fevereiro na faixa das 18h da Globo, ele vive o ilusionista Davi.
"Toda vez que eu ganho o presente de poder interpretar um personagem, busco me apropriar de algumas características dele", comenta. "A mágica, por acaso, é uma área de atuação pela qual tenho muito interesse."
Ele lembra que, em 2016, venceu o Truque VIP, quadro do Domingão do Faustão em que famosos disputavam uma gincana de mágicas na frente do público. Foi o primeiro contato com esse universo, mas desde que soube que interpretaria um mágico, ele tentou se aprofundar.
"É uma arte muito complexa, tem que praticar muito para ficar minimamente crível", afirma. "Para eu me sentir um mágico, precisava exercitar muito. Fiquei meses treinando em casa."
Para isso, contou com a ajuda de alguns mágicos profissionais que deram o caminho das pedras, como Rapha Santacruz e Gabriel Montenegro. Deu tão certo que ele dispensou dublês e realizou os próprios truques nas cenas da novela.
Na novela, Davi pratica sua arte na rua. A profissão do personagem não será muito bem recebida pelo aristocrático Dr. Matias (Antonio Calloni), que é pai das duas mulheres por quem o rapaz se apaixona: Elisa e Isadora.
Com a primeira, ele vive uma paixão proibida pelo pai, que acaba tramando o assassinato dele. Só que os planos dão errado e quem morre, na verdade é ela. Só que Davi vai levar a culpa e acaba preso. Ele passa uma década na prisão até fugir e se deparar com a irmã caçula da amada, que agora está igualzinha a ela.
Ambas as personagens são interpretadas na fase adulta por Larissa Manoela, 21. "Lari é uma parceira sensacional, super aberta", elogia o ator. Ele conta que os dois começaram a trabalhar juntos cerca de dois meses antes das gravações, em ensaios online, para estabelecerem uma relação que pudesse ser crível na tela.
"O principal quando se vai construir uma relação de casal é a confiança", explica. "Sempre mostro que ela pode confiar em mim, e que também confio nela. A partir daí vamos construindo a paixão e as bases da relação. Isso foi acontecendo naturalmente, são dois casais com duas relações diferentes."
O ator também comemora que a trama se passe nos anos 1930 e 1940. "Sempre quis fazer novela de época", afirma. "Está me descolando da minha realidade."
"É um grande desafio para mim, que sempre fiz personagens contemporâneos", comenta. Ele lembra que já trabalhou em "Verão 90", mas que a época retratada era muito mais próxima da atual.
"Tem toda uma postura, um tempo de falar... As pessoas naquela época tinham outra métrica para conversar e passar informação", observa. "Está sendo enriquecedor, até meu vocabulário está se ampliando. Sem contar que a gente sente a necessidade de se debruçar sobre esse período."
Rafael diz que não costuma recorrer aos pais, o também ator João Vitti, quando está em dúvida sobre como realizar determinadas cenas. "Quando a gente tem essa possibilidade de ter alguém em casa que tem essa experiência, a gente não usa muito", conta.
"A gente tem uma relação muito natural, nunca chego perguntando como fazer algo", explica. "Mas sempre passo os textos para ele, quando estou muito agoniado eu faço. A verdade é que eu poderia usar mais a experiência do meu pai [risos]."
O novo personagem passa longe do adolescente Pedro, com o qual fez sucesso em sua estreia em "Malhação - Sonhos", atualmente em reprise. Porém, ele conta que foi nessa época que conheceu Luiz Henrique Rios, diretor artístico da novela e que o escalou para a nova trama.
Ele diz que atualmente até assiste à novela adolescente quando pode, mas que evitou durante algum tempo se rever nesse primeiro trabalho diante das câmeras. "Por muito tempo, eu falava eu estava viajando [no papel], mas hoje eu vejo como eu era corajoso", diz. "Isso eu fui perdendo um pouco, mas a gente ganha em outras coisas, como experiência."