Tony Ramos diz que 'Cabocla' foi marco na carreira e quer mostrar aos netos
Remontagem de Benedito Ruy Barbosa chega ao Globoplay nesta 2ª
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A novela "Cabocla", sucesso da Globo de 2004, é a mais nova atração a ganhar espaço no Globoplay a partir desta segunda-feira (12). Para Vanessa Giácomo, 38, rever a remontagem clássica da trama de Benedito Ruy Barbosa é recordar sua estreia na TV. Já o veterano Tony Ramos, 72, diz que é uma oportunidade de apresentar aos netos.
A adaptação foi conduzida por Edmara e Edilene Barbosa, filhas de Benedito. No ano de 2004, foi possível abordar temas que tinham sido censurados em 1979, na primeira versão da novela, como a questão da posse de terra e o conceito do usucapião.
"Eu já tinha feito uma participação, mas foi meu primeiro papel mesmo", relembra Giácomo em entrevista ao F5. Antes de "Cabocla" ela havia participado da minissérie "Presença de Anita" (2001). "Fiz o teste para Cabocla, mas eu não sabia que era para ser a protagonista. Sabia que era para Zuca, mas não conhecia a história", conta.
Ela ressalta a responsabilidade de viver a personagem antes interpretada por Glória Pires, 57. "Ela é uma pessoa por quem tenho imensa admiração. Mas, em momento nenhum fiquei com medo ou temi essa responsabilidade. Amo desafios e esse foi só o meu primeiro", diz ela, que afirma ter sido maravilhoso.
"Foi muito bom ter a sorte de pegar, como primeira novela, uma personagem que tem tantas nuances e camadas, que eu poderia ir para qualquer lugar com ela", comenta Giácomo sobre seu papel. "Independentemente de ser a protagonista era uma grande história".
Além de Zuca, dos personagens mais emblemáticos da novela é o coronel Boanerges, interpretado por Tony Ramos, 72, que não hesita ao ser questionado se irá rever a trama: "Claro que sim!", afirma ele, que pretende mostrar a história para seus netos. Apesar de já ter os episódios em seu acervo pessoal, ele destaca que “fica ainda mais fácil e maleável” no streaming.
Giácomo também afirma que irá assistir à novela. "A história central de romance, Zuca, Luís Jerônimo (Daniel de Oliveira) e Tobias (Malvino Salvador) é uma história muito bem amarrada e construída pelo Benedito", completa.
Tony Ramos afirma que a trama “é uma história fantástica, deslumbrante. Uma história de amor, ganância política e humana, dos desentendimentos políticos e, talvez, um dos melhores últimos capítulos que eu fiz na minha carreira”.
Boanerges movimenta a história em um embate por terras com o coronel Justino (Mauro Mendonça). A relação dos líderes da Vila da Marta marca o tom político presente na trama, e também enfatiza a questão agrária.
“E essa personagem já foi vivida por um dos maiores atores brasileiros: Cláudio Corrêa e Castro”, relembra o ator. “E eu tinha do lado de lá um dos maiores atores brasileiros: Mauro Mendonça. Nós tivemos uma química instantânea”, afirma sobre o parceiro de cena.
“Nós reagíamos automaticamente de uma maneira muito espontânea, foi uma delícia”, lembra. Para ele, além do papel, o sucesso da novela e expectativa de criar uma releitura diferente da primeira versão também foram pontos no papel.
“Quando se sabe do sucesso de uma novela, no passado, existe a preocupação de não fazer igual o que foi a primeira versão”, completa. Por isso, ele afirma que não assistiu à novela para usar de referência na nova versão.
“Só cheguei a ver quando ela foi ao ar”, fala, “mas eu nunca usei versão anterior como referência, aliás eu não recomendo a ninguém”. O veterano afirma que em releituras de obras clássicas é interessante como cada ator deixe sua marca nas personagens.
“A história, quando é boa, pode ter leituras de várias maneiras”, explica. “Quando existe um personagem, é preciso entender o que está por trás das entrelinhas e criar em cima disso. E isso é trabalho de ator, não é só decorar um texto”.
O 'remake' deveria ter entrado no Globoplay em dezembro do ano passado, porém sua estreia foi postergada em favor da entrada de “Kubanacan” (2003), de Carlos Lombardi, e “Felicidade” (1991), de Manoel Carlos, no catálogo.
Tony relembra de dois momentos que o marcaram na novela. A primeira é uma cena engraçada, em que ele estava concentrado para não rir. Foi quando Boanerges perde uma aposta e precisa raspar o bigode, então tenta esconder de sua esposa Emerenciana (Patrícia Pillar).
A segunda, é de quando o filho do coronel nasce morto. “Ele carregou o próprio ‘caixãozinho’ da criança por todo o vilarejo e fazenda até chegar no cemitério. Para mim, é uma cena emblemática das mais bonitas que eu já pude fazer na minha vida”, completa.
Já Giácomo diz que ao pensar na novela "penso na Zuca. Lembro dela jogando cravos para o Luís Jerônimo. Me vem ela correndo no campo jogando cravos e fazendo comida com a mãe", relembra. "O público pode esperar uma novela que fala de família e de temas muito importantes de uma forma leve".
Além de cenas marcantes, a novela também embalou o público em sua trilha sonora. Assinada por Marcelo Barbosa e Mariozinho Rocha, a trama contou com músicas sertanejas e modas de viola apresentadas por grandes nomes da música brasileira.
Rio Negro e Solimões, Rick e Renner, Cleiton e Camargo e Roberta Miranda foram vozes presentes da trilha. A dupla Zezé di Camargo e Luciano fez o grande sucesso “Nosso Amor é Ouro” e virou tema do romance entre Neco (Danton Mello) e Belinha (Regiane Alves).
“A novela para quem tem 18 anos, por exemplo, é inédita”, reflete Tony Ramos. “O público pode esperar ação, diversão em tempos tão difíceis que estamos vivendo ainda”. Para Giácomo, a sensação de "Cabocla" é como "conhecer todos os personagens intimamente e estar ali vivendo com eles todo esse drama".