O Departamento de Emprego Justo e Habitação (DFEH) da Califórnia infornou nesta terça-feira (26) que está processando a Disney e a CBS por supostamente encobrir 14 anos de assédio sexual contra homens da equipe de produção de "Criminal Minds". Série policial foi encerrada neste ano em sua 15ª temporada.

De acordo com o processo, Gregory St. Johns teria abusado de sua posição como diretor de fotografia para apalpar repetidamente funcionários e retaliar aqueles que rejeitaram seus avanços. St. Johns tocou vários homens em suas genitálias e "beijou ou acariciou seus pescoços, ombros e ouvidos" em um padrão de comportamento "desenfreado, frequente e aberto".

"O processo alega ainda que a equipe de produção executiva teve conhecimento e apoiou a conduta ilegal, demitindo vários funcionários que resistiram ao assédio de St. John", segundo comunicado do órgão. O departamento fiscaliza a aplicação das leis de direitos civis na Califórnia e suas violações, incluindo o assédio no local de trabalho, agora busca indenizações para as vítimas.

Além de processar os gigantes estúdios de Hollywood, a ação também inclui alguns executivos como réus. Entre eles estão a showrunner da série Erica Messer, os produtores executivos Harry Bring e John Breen Frazier, o diretor Glenn Kershaw e a gerente de produção Stacey Beneville.

St. Johns foi afastado do programa depois que a revista Variety publicou um artigo em 2018 detalhando as acusações. O DFEH começou a investigação em março de 2019. O diretor Kevin Kish alertou para "empresas e líderes que protegem assediadores e retaliam aqueles que denunciam violações à lei".

Nem a Disney nem a CBS responderam imediatamente aos pedidos de resposta feitos pela reportagem.

"Criminal Minds" foi uma série policial de longa duração sobre o FBI, cujo elenco incluía Mandy Patinkin, Paget Brewster e Jennifer Love Hewitt, entre outros. Foi produzida em conjunto pela ABC e CBS, de propriedade da Disney.

Hollywood foi atingida por uma série de acusações de assédio sexual nos últimos anos. A sentença de 23 anos do magnata do cinema Harvey Weinstein por estupro e agressão sexual em março foi considerada um marco para o movimento #MeToo.