Televisão

'Nos Tempos do Imperador' recria monarquia brasileira com história atual e paisagens do Rio e da Bahia

Nova novela da Globo marca retorno de Selton Mello aos folhetins após 20 anos

São Paulo

As gravações de “Nos Tempos do Imperador” já estão a todo vapor. A nova novela da faixa das 18h da Globo, que deve estrear no dia 30 de março, trata do Brasil nos anos 1800 e sua política monárquica, dando continuidade à novela "Novo Mundo", exibida em 2017.

Se na obra de dois anos atrás Caio Castro interpretava D. Pedro 1° em um cenário de luta pela Independência do Brasil, a nova produção é protagonizada por Selton Mello, que após passar 20 anos longe das novelas, dá uma chance à trama escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson. 

Como D. Pedro 2°, o ator dará vida ao viajante imperador, querido pelo povo, que trabalha pelo progresso do país e para ampliar os horizontes da população investindo na educação. Ao lado dele está a imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella), com quem tem as filhas Leopoldina (Melissa Nóbrega/ Bruna Griphão) e Isabel (Any Maia/ Giulia Gayoso), fruto de um casamento político. Elas são ensinadas por uma mulher moderna, a Condessa de Barral Luísa (Mariana Ximenes), que desestrutura D. Pedro 2° com a força e beleza. 

As gravações da novela acontecem em locações no Rio de Janeiro, nas cidades de Barra do Piraí e Rio de Flores, e na Chapada Diamantina (Bahia), onde são reproduzidas as famosas expedições de D. Pedro 2°. Em uma delas, inclusive, o personagem tem um encontro inesperado com o general Solano Lopez (Roberto Birindelli), comandante das tropas do Paraguai, desenvolvendo-se aí a história já contada pelos livros de história brasileiros.

Toda a história, que começa em 1856, remonta a um Brasil ainda jovem, 30 anos após a Independência, que busca sua identidade. Entre vitórias e derrotas de diversas batalhas, a trama aborda escolhas e sacrifícios, baseada em uma história de amor e esperança, sem deixar os elementos históricos de lado.

"O resgate do contexto histórico somado às tramas envolventes e inspiradoras dos protagonistas constroem uma novela com muita brasilidade, que promete gerar identificação com o público e abrir discussões para temas contemporâneos", diz Vinícius Coimbra, diretor artístico, em material divulgado a imprensa. 

Um dos assuntos que ainda se faz paralelo nos dias atuais é o da jovem Pilar (Gabriela Medvedovski), que desde pequena enfrenta o peso de ser uma mulher do século 19 e tenta convencer o pai Eudoro (José Dumont), fazendeiro e coronel da Bahia, a deixá-la estudar.

Ele, por sua vez, promete casá-la com um futuro candidato a deputado pela Bahia, Tonico (Alexandre Nero), já tachado como o grande vilão da novela. Vendo-se presa a esse cenário, Pilar foge, e abdica de um relacionamento sem amor para realizar o sonho de ser médica. 

Em paralelo, existe o escravo Jorge/Samuel (Michel Gomes), um homem corajoso e honesto, que acredita na integração entre negros e brancos, e luta para se tornar livre. O destino o obriga a fugir sem um planejamento, e ele acaba cruzando com o caminho de Pilar, desenvolvendo-se um romance entre os dois.

Apesar de tantos arranjos políticos, a mensagem da novela é a de que é possível usar o poder para o bem, segundo o autor Alessandro Marson. “Vamos falar sobre a importância de pensar no coletivo e não no desejo individual. É tão rico isso! Você estar em um lugar de poder e conseguir usar isso para o bem."

“Somos donos da nossa história. Vamos mostrar o quanto a luta pessoal de cada um atinge a todos que estão à sua volta e gera transformações”, completa a autora Thereza Falcão.