Monica Iozzi diz que Kim, de 'A Dona do Pedaço', é espontânea e que ângulo certo de selfie pode lhe deixar como Rihanna
Atriz entra na novela com personagem cheia de atitude
Empresária, descolada e platinada, Kim estreou em “A Dona do Pedaço” nesta terça-feira (28) roubando a cena. A personagem, vivida por Monica Iozzi, 37, é a responsável por gerenciar a carreira de influenciadores como Vivi Guedes (Paolla Oliveira) usando técnicas para fotos e ditando atitudes.
“Ela é muito espontânea, mas ao mesmo tempo é uma pessoa inteira montada. Você não vê muitas coisas naturais na Kim. O visual dela é completamente pensado: a cor do cabelo, a maneira como ela se veste e fala, e o próprio nome dela”, diz Iozzi.
A atriz afirma que o nome não é inspirado na socialite Kim Kardashian –na verdade, trata-se de uma abreviação do verdadeiro nome da empresária, ainda não revelado. "É uma pessoa que ela construiu", continua. "E a Kim não tem filtro: o que vier à cabeça, ela fala; o que tiver vontade, ela faz."
Iozzi, no entanto, garante que leva uma vida bastante diferente da de sua personagem, porque "a vida passa muito rápido". "Depois de uma certa idade, você já entende o que funciona e o que não funciona. Se o amor se transformou em amizade, ou se você se apaixonou por outra pessoa, viva e deixe viver. Tenho mais essa filosofia, nunca fui persistente."
Kim vai trabalhar diretamente com Josiane (Agatha Moreira), que sonha em ser famosa, mas sua principal cliente e amiga é a personagem de Paolla Oliveira, já consolidada no mercado das influenciadoras digitais. "Elas são tão próximas, trabalham juntas há tanto tempo e são tão amigas que têm liberdade total uma com a outra. A gente só é grosseiro com quem a gente é muito próximo. E elas são muito sinceras uma com a outra."
A personagem surge como um contraponto na vida de Iozzi, uma vez que a atriz apagou seus perfis no Facebook e Twitter “porque era muita coisa” – ela conta que chegava a passar mais de três horas online. Hoje, ela mantém apenas o Instagram. Mesmo assim, na nova novela, afirma que seu núcleo conseguirá conversar bem com o público da internet e o “universo das it-girls”.
“Eu me inspirei nos grandes editores de moda, que são as pessoas que têm um olhar de vanguarda para as tendências. É um universo muito diferente do meu, mas estou encantada”, diz.
Iozzi até revela que, por conta da personagem, passou a reparar nos ângulos das selfies que faz. “O ângulo pode te derrubar ou te fazer uma deusa, uma Rihanna. De baixo, jamais. De cima para baixo, favorece bastante. Agora, para fazer vídeo para falar, é melhor de frente, se não fica aquela coisa esquisitíssima”, brinca.
“Ainda estou aprendendo, porque estou pesquisando [...] Agora, quando vejo uma foto em um editorial, eu questiono o cenário, a luz… Estou mais antenada”, completa.
No entanto, nas redes sociais dela mesma, Iozzi garante que continuará sendo quem sempre foi. “Não passo maquiagem, não me preocupo muito com luz ou com nada. Só quando estou muito derrubada, com olheiras de William Waack, eu coloco um filtrozinho no Instagram. Mas vou continuar sendo eu mesma."
Ativista e aberta às discussões políticas, Iozzi também diz que, mesmo após as polêmicas pelas quais passou por se posicionar, não se impôs nenhum filtro. Ela afirma que continua falando sobre o que pensa, mas com "um pouco mais de cuidado, porque não tenho dinheiro para pagar esse pessoal não". "Você pode não se colocar, é uma escolha sua, mas eu não consigo. Se eu fosse professora, maquiadora, sendo uma pessoa com milhões de seguidores ou dez, eu falaria as mesmas coisas."
A atriz acrescenta que, desde muito cedo, se interessa bastante pela vida em sociedade, "porque política é nossa vida". Para ela, muitas pessoas dizem não se interessar com o argumento de que é algo chato, mas que "talvez, se as pessoas se interessassem mais, estaríamos numa situação muito melhor".
“Acho que com meu papel como artista e como comunicadora dá para fazer bastante coisa. Mas admiro muita gente que vai fazer política, porque a engrenagem é viciada há muitos anos [...] É muito fácil falar que nenhum político presta; tem muita gente boa que são os verdadeiros heróis", conclui.
PLATINADA
Monica Iozzi também conta que ainda está se acostumando com as madeixas platinadas da personagem, ainda mais porque “o loiro não te permite sair de casa sem se maquiar”. “Eu saio e foda-se [sic], mas se for para trabalhar, não dá para não passar nada, se não você fica inteira amarela."
“Pela minha vontade, não sei se algum dia eu ficaria platinada e de chapinha. Sou uma pessoa que nem gosta muito de pintar o cabelo. [...] Mas acho que cabe muito nessa personagem”, conta. “Porque não é um loiro sexy ‘fui para a praia’. É uma assinatura. Ela chega ao lugar e algum impacto causa, não passa despercebida[...] Uma das coisas mais bacanas da nossa profissão é poder mudar e gosto disso.”
Além disso, ela diz que cuidar do cabelo platinado é trabalhoso, uma vez que há uma preocupação de secar e escovar os fios todos os dias, gastando “milhões de reais”.
A jornalista viajou a convite da Globo.