'Malhação' pode ter retorno de personagem de temporadas anteriores nos 25 anos da série
Série da Globo completa duas décadas e meia no ar em 2020
A série “Malhação” (Globo) completa 25 anos no ar em 2020, e o roteirista Emanuel Jacobina, 57, um dos criadores do folhetim afirmou, nesta quinta-feira (5), que estuda a possibilidade de trazer de volta à trama algum antigo personagem para marcar a data.
Jacobina, que acaba de assinar um contrato para mais cinco anos a frente do programa, afirmou, na CCXP (Comic Con Experience 2019), que acontece em São Paulo até o próximo domingo (8), que geralmente não gosta da ideia de "ressuscitar" personagens antigos, mas que seria uma forma de marcar a data.
"Estamos conversando sobre a pertinência, se é legal a gente abrir um parênteses para convidar alguns atores para aparecerem fazendo personagens que já fizeram", revela Jacobina. O ator Marcello Melo Junior, 32, por exemplo, já teria falado em algumas ocasiões que gostaria de voltar a viver Maicon.
“Malhação” surgiu a partir de um roteiro desenvolvido por Jacobina e Andrea Maltarolli em uma oficina de formação de roteiristas e, após dois pilotos e a entrada de outros profissionais no projeto, acabou se tornando um dos principais laboratórios para novos atores da Globo. Segundo ele, algo inimaginável na época do lançamento.
Danton Melo e Fernanda Rodrigues, que estavam no elenco inicial da novela em 1995, também compareceram à CCXP nesta quinta e recordaram a repercussão que “Malhação” teve na época de seu lançamento, com pessoas acampando em frente à Cinédia, produtora onde era gravada.
"Na época, a gente tinha muito tesão naquilo. Eu, a Fê, a Ju Martins já tínhamos feito novela, éramos jovens experientes, mas qualquer coisa para jovem era um núcleo dentro de uma novela. Aquela era a primeira vez que a Globo estava apostando num projeto feito por jovens, para o jovem. Mas a gente nunca imaginava que estaria aqui, 25 anos depois, falando disso, desse sucesso", afirma Danton.
"O público também se apaixonou por aquela histórias", recorda Fernanda. "Essa multidão que vocês veem aqui [na CCXP] era a quantidade de pessoas que ia lá para frente da Cinédia, tinha gente que dormia do lado de fora. A gente virou álbum de figurinha, chiclete, caderno, copo, caneta. Era um fenômeno."
Danton ficou duas temporadas em “Malhação”, no papel de Héricles, enquanto Fernanda Rodrigues ficou um pouco mais de três temporadas, no papel de Luísa. Segundo eles, a saída aconteceu de forma espontânea para seguirem novos projetos, mas antes disso deram boas vindas a novos atores, quando a trama ainda se passava em uma academia.
Questionado sobre a mudança desse ambiente, da academia, para uma escola, Jacobina afirma que foi a melhor decisão que tomou nesses 25 anos de histórias —embora não tenha ficado a frente da produção em todas as temporadas. Segundo ele, o formato de academia já estava esgotado e, por isso, não tinha muito a perder com a mudança.
Outro veterano de “Malhação” que passou pela CCXP nesta quinta foi o ator André Marques, que mediou o painel com elenco de “Malhação - Viva a Diferença”, que vai virar série na Globoplay a partir de 2020, com o título “As Five” e com as cinco protagonistas da temporada de 2017.
André recordou os primeiros anos em que viveu Mocotó e como era ver o elenco se renovando ano a ano e ele permanecendo na trama. Segundo ele, a sensação era de repetir na escola, embora tenha adora a permanência por cinco anos.
Já Fernanda Rodrigues e Danton Melo afirmaram que mesmo deixando “Malhação” continuaram acompanhando o desenrolar da trama. A atriz até brincou com a possibilidade de reviver Luísa e questionou Jacobina sobre qual teria sido o futuro de sua personagem.
Também participaram do encontro de “Malhação” a atriz Sophia Abrahão, que esteve na série em 2007 e retornou neste ano, mas para viver ela mesma. Ela afirma ter amado o retorno, que, segundo Jacobina, foi super-bem recebido pelo público.
Mais recentes em “Malhação”, Rayssa Bratillieri e André Luiz Frambach também falaram da expectativa que é participar da novela, agora que já é conhecida como uma das principais portas de entrada para novos talentos na emissora. Segundo Rayssa, é um trabalho árduo, com pouco glamour, ao contrário do que as pessoas imaginam. "Acho que vivi mil anos em dois anos", afirma ela ao falar da intensidade.
Segundo a atriz, justamente pelo deslumbramento de alguns atores que chegam à novela, há uma certa competição entre os jovens que compõe o elenco. Jacobina, que já esteve à frente de dez temporadas, diz que isso muda de edição para edição, e que muita gente saiu amiga, como muitos também saíram inimigos. "São todos seres humanos."