Xand Avião diz que terá forró dos bons em live com presença de Juliette
Cantor traz clima de festas junina a apresentação com Tato e DJ Ivis
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Olha a cobra! É mentira... As festas juninas precisaram ser canceladas mais uma vez por causa da pandemia de coronavírus, mas isso não significa que não vai ter forró dos bons para dançar em casa. É o que promete Xand Avião, 39, que realiza neste sábado (26) a live Na Fogueira.
"Mais um ano sem São João", lamenta o cantor em conversa com a imprensa, da qual o F5 participou. "Mas estou sentindo que está passando. Daqui a pouco está todo mundo vacinado, podendo se abraçar. Enquanto isso, temos essa ferramenta [a live] para estar perto do público."
O cantor diz que precisou se acostumar a cantar apenas para as câmeras. "Fiz seis lives no ano passado para matar um pouco a saudade", comenta. "Mas não tem inventor que crie algo que nos faça ter o mesmo sentimento quando estamos no palco. Sem negar que junho é o mês que mais faturamos. O que mais sinto falta é da estrada e de ouvir as pessoas cantando as minhas músicas na minha frente de mim."
Entre as lives de 2020, ele já havia realizado uma transmissão comemorando as festas juninas. Neste ano, porém, ele promete repertório e direção de arte diferentes, além de diversos convidados especiais. "Cada live que eu faço é como se fosse um DVD."
"É como se fosse um filme", explica. "É tudo roteirizado, o que eu vou falar, quanto tempo eu vou falar... É também para não ficar chato. Já vi cantor que demorou 16 minutos falando sem parar, eu contei no relógio (risos)."
Ele adianta que o palco vai simular uma ilustração de cordel. "Estaremos dentro do 'Auto da Compadecida'", conta, referindo-se à história clássica de Ariano Suassuna (1927-2014) cuja adaptação para os cinemas em 2000 faz sucesso até hoje.
Entre os convidados estarão o cantor Tato, do grupo Falamansa, e o DJ Ivis, que estourou recentemente com o álbum "Baile do DJ Ivis". Também foi confirmada a presença de Juliette Freire, campeã da edição mais recente do Big Brother Brasil (Globo). "Juliette dominou o Brasil, que coisa boa", admira-se ele. "Ela é uma nordestina pura. Paraibana não pode negar as raízes de mulher forte. Quero ela me ajudando a representar o nosso Nordeste."
Xand diz que recebeu uma ligação da advogada e maquiadora há cerca de duas semanas e que ela própria quem disse que gostaria de participar da live. Os dois ainda não conversaram sobre como será a participação dela, se ela vai cantar e qual será a música. "Juliette na minha live vai fazer o que ela quiser", garante. "Ela não é cantora, mas canta muito bem. Se ela quiser cantar a live inteira, ela canta."
O repertório vai ser muito pautado pelos convidados. "Queremos mostrar o que está tocando no Brasil hoje", afirma, citando nomes como Zé Vaqueiro, Tarcísio do Acordeon e o próprio DJ Ivis.
Aliás, ele considera que nunca houve um momento melhor para o forró no país. "Nunca vi o forró ser tratado e ouvido como hoje", diz. "Penso que o momento chegou, a hora do forró é agora. Das 50 músicas mais tocadas do país, 22 são de forró. Hoje eu vejo comercial de campeonato de futebol com música dos Barões da Pisadinha. Isso é uma vitória para mim e para quem faz forró."
Por isso mesmo, Xand vai aproveitar a boa fase para lançar músicas em breve. Na live, ele diz que vai apresentar pelo menos algumas das músicas que estarão em seu próximo EP. "São três músicas que na minha opinião vão balançar o Brasil."
Tato, do Falamansa, afirma que ficou extremamente honrado com o convite para participar da live. "Ser notado por um dos ícones da nossa música, como é o Xand, é extremamente honroso."
O cantor diz que não ficava em São Paulo neste período do ano havia 22 anos. "Realmente é frustrante, pelo segundo ano consecutivo", afirma. Sobre os shows que farão depois que todos estiverem vacinados, ele promete: "Se a expectativa das pessoas de assistir for igual à que estamos de tocar, vai ter que durar o dia inteiro (risos)".
Já sobre o bom momento do forró, ele avalia que o ritmo tem altos e baixos para estar sempre se reciclando. "A gente não está falando de um ritmo criado por uma cabeça pensante em uma mesa de escritório, é um ritmo que nunca deixou de ter presença cultural", diz.
"Porém, sem dúvida nenhuma isso está se acentuando", admite Tato. "O que acontece, às vezes, é que a gente não enxerga a evidência de que o forró está sendo tão aceito pela sociedade como agora."
Que o diga o DJ Ivis, que trabalhava apenas nos bastidores (como produtor e compositor) e começou a ter seu trabalho musical reconhecido em plena pandemia. "O forró realmente deu um salto muito grande no Brasil, de novo conseguimos fazer essa engrenagem dar uma rodada", analisa.
Ele tem sido apontado justamente como um dos responsáveis por fazer o ritmo se expandir em todo o país. "Estamos conseguindo fazer no Nordeste algo que não acontecia havia alguns anos, trazer de novo o interesse no forró", comemora.
Conhecido por misturar forró com eletrônico, ele não gosta de chamar isso de "novo forró", como alguns apelidaram. "Eu não falo do velho e do novo forró, porque música é algo atemporal", diz. "Não existe 'novo forró', o que existe é uma continuidade."
Ainda sem fazer shows com público presencial, DJ Ivis comemora que esta será praticamente a primeira apresentação ao vivo. "Eu já tive uma grande oportunidade em 2015 de me tornar artista, mas não me senti preparado e continuei no que estava me dando melhor, que era produzir", conta. "Hoje me sinto mais preparado para me mostrar assim."