Música

Pixote lança DVD gravado em drive-in e diz ser o mais diferente: 'Buzina era aplauso'

Projeto que traz inéditas e sucessos foi gravado no Allianz Park

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São Paulo

No trânsito das grandes cidades, ouvir buzinas sem parar é um convite ao estresse. Porém, quando o buzinaço acontece em um show drive-in, para os artistas em cima do palco isso soa como aplausos. E foi isso o que aconteceu em agosto de 2020 na gravação do DVD “Arena”, do Grupo Pixote, no Allianz Park, em São Paulo. O lançamento em janeiro.

O projeto foi todo filmado e chega em formato físico para os fãs da banda de pagode com quase 30 anos de história. Eles tiveram de se reinventar para fazer o que chamam de “álbum mais diferente da vida”. Ao todo, 300 carros buzinavam, ligavam o pisca alerta e as setas para mostrar que seus condutores gostavam do que ouviam.

“Não sabíamos o que iria dar, mas deu certo. Foi muito diferente. Gosto do calor humano, brinco com todo mundo, mas dessa forma acabou sendo uma experiência nova. Pedia buzina, mãos para fora do carro, luzes dos faróis como se fossem os celulares. Foi legal”, relembra o vocalista Dodô.

Ele conta que o DVD tem dez inéditas e oito sucessos já conhecidos além de pout-pourris. As participações especiais foram da dupla Marcos e Belutti, Léo Santana e do Grupo Menos é Mais. “O Léo é um parceiro que quando eu liguei e o convidei ele só perguntou a hora e a roupa que deveria usar. O Marcos e Belutti eu já queria chamar faz tempo e eles toparam de primeira. E o Menos É Mais nunca tinha gravado nada com ninguém e foi um prazer”, afirma Dodô.

Para ele, não foi difícil selecionar o repertório. Dentre os destaques estão “Cada um Cada Um”, “Que Maravilha”, “A Lua e Eu”, “Frenesi”, “Razão de Viver”, “Bateu Levou” e “Nuance”.

“Nesses quase 30 anos de história, a gente evoluiu e amadureceu muito. Nós começamos muito jovens, eu tinha 14 anos, e somos um grupo que não se desfez ao longo do tempo. Estamos evoluindo o som, a linguagem, e para isso o segredo é a nossa união”, conclui Dodô.

AJUDA NA PANDEMIA

Assim como todo mundo, Dodô do Grupo Pixote afirma estar ansioso pela vacina contra a Covid. De acordo com ele, sua banda sofreu muito com a impossibilidade de fazer apresentações. Acostumados a realizar uma média de 20 por mês e mais de 200 por ano, em 2020 eles fizeram apenas dez shows.

“Parou tudo, estamos quase um ano parados. Fizemos umas lives, mas foi pouco. Felizmente, nós conseguimos manter toda a rapaziada que trabalha com a gente. Sempre fizemos uma caixinha reserva para casos de necessidade e foi isso que possibilitou manter a galera”, afirma o músico.

Sua expectativa é que até julho a vacina avance no Brasil a ponto de que ele poder realizar um outro desejo: a gravação de um novo DVD, em Belém,, mas com público e protocolos. “Quero voltar e cantar pra caramba e ter contato direto com meus fãs, ver o sorriso deles de perto. Quem sabe fazer outro lançamento no próprio Allianz Park [estádio do Palmeiras] com aplausos em vez de buzinas.”

Porém, Dodô tem os pés no chão e sabe que todo o cuidado é pouco. “Imagino que vai rolar esse medo do público de aglomerar mesmo após a vacina. Ninguém estará 100% seguro e vai haver receio. Mas pelo menos as pessoas vão ter mais consciência agora”, diz.