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Mart'nália grava Vinicius de Moraes em disco que tem duetos com Carla Bruni e Maria Bethânia

Canções são resgate da infância musical em família

Retrato da Cantora Mart'nalia - Ricardo Borges/Folhapress_27.nov.2014
Fernando Silva
São Paulo

Homenageado por Mart’nália em seu novo disco, o poeta Vinicius de Moraes (1913-1980) é um velho conhecido da artista de 53 anos. Além de já ter gravado músicas como “Tempo Feliz” e “Pra Que Chorar”, parcerias do Poetinha com Baden Powell (1937-2000), a cantora já prestara tributo a Vinicius em shows que fez em 2013.

Mart’nália ainda vinha interpretando o cancioneiro de Vinicius e também de Noel Rosa (1910-1937) em apresentações no Rio de Janeiro. Mas o elo entre Mart’nália e o autor do “Soneto da Fidelidade” se fez para valer quando ela decidiu que o novo projeto de sua carreira seria focado só em obras do poeta.

Com o novo álbum “Mart’nália Canta Vinicius de Moraes”, vieram à tona várias recordações da infância da artista, que é filha do sambista Martinho da Vila. “Meu pai assobiava ‘Insensatez’ e eu pensava que era uma canção dele, porque ele tinha mania de assobiar suas composições”, relembra Mart’nália.

A mãe dela, a cantora Anália Mendonça, não ficava atrás. “Vivia cantando ‘A Tonga da Mironga do Kabuletê’ em casa.” Ambas as canções entraram no álbum, que chegou às lojas e aos serviços de streaming em março.

O repertório, porém, não se baseou apenas nas memórias íntimas da artista. Afinal, Mart’nália tinha uma certeza na hora de fazer a seleção das faixas: ela queria “que a poesia [das músicas] tivesse mais leveza” "Escolhi canções que falassem do amor de uma forma mais brejeira, mais parecida comigo, não fossem de dor de corno”, conta.​

Durante a produção do disco, surgiram também algumas surpresas. Uma delas foi descobrir “Um Pouco Mais de Consideração”, faixa da trilha sonora da novela “O Bem-Amado” (Globo, 1973), primeiro folhetim exibido em cores na TV do país. “Essa eu não conhecia mesmo”, conta.

Ser convencida a gravar uma música que inicialmente havia descartada foi outra surpresa. “Eu não queria gravar ‘Eu Sei que Vou te Amar’ porque muita gente já tinha feito”, diz, citando Ana Carolina como uma das cantoras que registrou a faixa em estúdio —o elenco de artistas que já a gravaram vai do baiano Caetano Veloso à cubana Gloria Estefan. “Foi o [músico] Arthur Maia que insistiu”, conta.

Com a persistência de Maia (1962-2018), Mart’nália não apenas gravou “Eu Sei que Vou te Amar” como dividiu os vocais com a cantora Maria Bethânia, convidada especial da faixa. Parceiro da cantora e compositora carioca desde os anos 1980, Maia produziu o disco e fez os arranjos de seis músicas, incluindo “Eu Sei que Vou te Amar”, no último trabalho de sua vida. O outro produtor é Celso Fonseca.

Além de Bethânia, Mart’nália tem mais dois convidados no álbum em homenagem a Vinicius. A italiana Carla Bruni canta “Insensatez” em francês, que virou “Quelle Grande Sottise” (Que Grande Estupidez, em português) na mão do artista cabo-verdiano Mário Lúcio.

Já o cantor, compositor e violonista Toquinho aparece em uma de suas mais famosas composições com Vinicius de Moraes, “Tarde em Itapoã”. O músico sobe ao palco com a filha de Martinho da Vila no show que ela faz no Espaço das Américas, em São Paulo, no dia 12 de julho. “O Toquinho é um luxo”, derrete-se Mart’nália.

Mart'nália canta Vinicius de Moraes

Avaliação:
  • Quando: 12 de julho
  • Onde: Espaço das Américas
  • Preço: De R$ 120 a R$ 240
  • Classificação: 14 anos
  • Ingressos: Ticket 360 (https://goo.gl/xgibPV)

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