Estilo

Asa-delta, assimetria e 'candy colors' marcam moda praia do verão 2020; confira tendências

Especialistas apontam buscas por peças mais versáteis, que também servem para sair

Bárbara Nogueira evidencia a moda do biquíni cavado - Gabriel Cabral/Folhapress
São Paulo

A temperatura sobe a cada dia, e é chegada a hora de tirar o biquíni do armário para curtir os dias de sol, principalmente durante a próxima estação. Como de costume, a cada verão as tendências se renovam, e já é possível prever quais peças podem ser os novos (ou velhos) destaques das praias.

Para a consultora de imagem Ana Vaz, a versatilidade das peças é o ponto-chave da próxima estação, que começa a partir de 22 de dezembro. “A moda praia se aproxima cada vez mais do guarda-roupas do dia a dia. As apostas que vemos nas passarelas se traduzem para as roupas de banho. E tem muita peça que pode ser usada em 'looks' para fora da praia."

Exemplo disso são os biquínis com formato de top. O modelo cortininha continua forte, mas vai disputar espaço com os novos recortes assimétricos, como os croppeds de frente única, o “ciganinha” com babado leve nas mangas e os tops de um ombro só, que servem para compor "looks". “Tem biquínis que deixariam marcas grandes de sol, mas que são super estilosos para um momento que você não está na praia ou na piscina”, acrescenta Ana Vaz. 

Na praia, as mulheres preferem usar peças que deixam marcas de sol menores, segundo a consultora de moda Marcia Jorge, mas sem abrir mão de “algo que caia bem e que tenha alguma informação de moda”.

Quanto à parte de baixo do biquíni conitnuam em alta os lacinhos laterais, correntes, fivelas com estampa “tartaruga” e as “hot-pants”, que tem cintura mais alta. A principal moda, porém, é o formato asa-delta (com a cava acima da cintura). 

“Achávamos que essa moda dos anos 1990 não fosse voltar, mas voltou. O modelo asa-delta, assim como o mais cavado, volta para evidenciar o corpo, e não escondê-lo”, afirma a consultora. “Isso tem a ver com a libertação em relação ao próprio corpo –muitas pessoas que eram retraídas, pela idade ou pelo corpo, estão com mais confiança para criar. Os maiôs, por exemplo, não são mais sinônimo de quem tem vergonha do corpo.”

O formato cavado é o favorito da modelo Bárbara Nogueira, que se inspira nas "divas" dos anos 1990, como Luíza Brunet, Monique Evans e Magda Cotrofe. “Adoro que essa onda do maiô cavado, porque ele modela bastante o corpo da mulher”, diz. “Uso também muito asa-delta, porque tenho o quadril mais largo, e ele desenha o corpo melhor.”

A cantora Luísa Sonza, que tem uma marca de biquínis, aposta neste recorte nas peças que desenha. “Está muito forte no exterior, e eu trabalho com esse modelo desde a coleção passada. Sempre é uma boa: deixa o bumbum bonito, bem desenhado, e ao mesmo tempo não é nem uma calcinha grande nem um fio dental pequenininho. É um meio-termo que define o bumbum e o deixa bonito”, diz a cantora ao F5

Sem encontrar peças com as quais se identificava, ela começou a desenhar biquínis que valorizassem seu corpo e pedia para que fossem costurados. Os modelos logo despertaram a curiosidade de fãs e, frente à grande demanda, ela entrou em sociedade com a marca La Sirène para investir nas peças. 

Como apontado pelas especialistas, a cantora reforça que os recortes diferenciados estarão em alta neste verão e já podem ser vistos em sua nova coleção. “É sempre bom ter o modelo cortininha em casa, mas gosto de cortes diferentes –quanto mais diferente você se vestir, ou mais inovadora for na forma de se expressar, mais ‘moda’ vai ser.”

CORES E ESTAMPAS

A Pantone já antecipou que os tons de azul e verde –bem como a mistura dos dois– estarão também em alta neste verão. Além delas, Marcia Jorge aposta nas “cores doces” (conhecidas por “candy colors”), como o amarelo claro e, principalmente, o rosa claro.

“O lado feminino ainda é associado ao pink. Na São Paulo Fashion Week, vimos tudo rosa. Essas cores são uma tentativa de trazer a moda para o lúdico, assim como tem sido com as estampas de unicórnio, flamingo, cacto e abacate. Isso é um escapismo, uma maneira de brincar artisticamente e amenizar este mundo em que vivemos”, diz ela.

Ana Vaz também aposta que veremos muito vermelho, amarelo, coral e laranja, que são cores intensas e quentes. Ainda destaca-se o neón combinado com preto, especialmente no segmento popular, resgatando a moda passada. “Neon fica lindo, especialmente quando se está bronzeada. Quero pegar mais cor neste próximo verão justamente para poder usar mais essas cores”, diz Bárbara Nogueira.

Quando o assunto é estampa, as duas consultoras reforçam a tendência do tie-dye (técnica de tingimento artístico com efeito degradê), do poá (bolinhas) e do tropicalismo, que se estende às estampas florais e de folhagens –inclusive, misturadas entre si. A de folhagem, em especial, é uma das favoritas de Luísa Sonza, e está disponível em sua nova coleção, em biquínis de dupla face com lados estampado e liso.

Outra grande aposta é o uso de materiais artesanais. Para Marcia Jorge, eles voltam com a palha, o crochê e a corda, seja na roupa de banho, seja em acessórios como bolsas, sandálias e chapéus.

“Percebemos uma volta e valorização muito grande do que é feito a mão. Veremos bolsas de macramê, sapatos de ráfia e muitos materiais e tramas mais rústicas e naturais. Nos biquínis, isso se materializa através do crochê e detalhes bordados, mesmo que feitos industrialmente”, diz Ana Vaz.

Para as mais ousadas, ela também diz que os tecidos brilhantes cairão bem na estação: “O brilho saiu da noite, entrou para o dia e chegou à água.”