Escamas de salmão e folhas de abacaxi são alternativas ecológicas na moda
Consumo ecorresponsável está se tornando realidade
O consumo ecorresponsável está se tornando realidade no mundo da moda, com alternativas que incluem escamas de salmão e folhas de abacaxi, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (16).
"Os produtos de moda ecorresponsável se impõem", afirma o estudo divulgado na véspera do salão internacional Première Vision, que reúne durante três dias mais de 2.000 expositores do setor no norte de Paris.
Quase metade dos consumidores entrevistados compraram produtos de moda responsável em 2019, segundo a pesquisa realizada com 5.000 pessoas na França, Alemanha, Itália e Estados Unidos pelo Instituto Francês de Moda (IFM) e pelo Première Vision.
"Entre os critérios que são importantes para o consumidor, está a proteção do meio ambiente, um dado que não era necessariamente previsível", explicou à AFP Gildas Minvielle, diretor de estudos do IFM.
"O consumidor se perde em uma profusão de etiquetas e falta de clareza. Também há um medo ao 'greenwashing'", ou seja, a estratégia que algumas empresas adotam para passar uma imagem ecológica enganosa, segundo Chantal Malingrey, responsável da área de desenvolvimento do Première Vision.
"Cada vez há mais materiais que procedem de resíduos de outras indústrias e muitos vêm da agroalimentar", afirmou Marina Coutelan, encarregada de moda ecorresponsável do salão. "Esse é o futuro!".
A Circular Systems, com sede em Los Angeles, propõe por exemplo tecidos com aspecto de algodão clássico mas fabricados a partir de fibra extraída de folhas de abacaxi misturadas com casca de banana e óleo de cânhamo.
A Ictyos-Cuir Marin da França utiliza pele de salmão e de esturjão curtida sem cromo. "As escamas do peixe se tornam assim uma bela alternativa à pele de crocodilo. Podem substituir perfeitamente as peles exóticas", segundo Coutelan.
A empresa grega Varvaressos defende o acompanhamento de toda a cadeia de produção do algodão.
"Às vezes, o algodão pode crescer na China, ser fiado na Índia, tecido na Turquia e depois partir para produção em Bangladesh para ser vendido como produto acabado nos Estados Unidos. Os impactos em termos de emissões de CO2 são catastróficos", afirmou Coutelan.