X de Sexo Por Bruna Maia
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O fantasma de Nelson Rodrigues deseja estar vivo para cobrir o BBB 25

Edição promete ser rica em conflitos familiares e tensões sexuais mal resolvidas

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Edilberto e Raissa são pai e filha; Gracyanne e Giovanna são irmãs - Reprodução

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Tudo muda e tudo retorna ao ponto inicial. Em vez de escalar apenas indivíduos, a maioria de beleza padrão, em busca dos contratos de publicidade que a efêmera fama traz, a Globo resolveu ousar no BBB 25. Agora eles chegam em duplas, prontos para colaborar e competir com pessoas próximas.

Tem mãe e filho, tem casal, tem pai e filha, tem irmãos e irmãs, tem amigos. Sinto que faltou apenas alguém entrar com o chefe para o potencial de treta e escândalo aumentar.

Assim, o maior sucesso televisivo brasileiro retorna ao âmago de nossa cultura familista, safada e barraqueira, tão bem representada por Nelson Rodrigues em 'A Vida Como Ela É'. Os contos, publicados no jornal Última Hora entre 1951 e 1961, retratavam histórias de traição, obsessão, ciúmes doentios, desejos irrefreáveis —tudo em um ambiente suburbano tipicamente familiar e brasileiro.

Imagine só que Diego Hypólito, que entrou com a irmã Daniele na cota de "camarotes" reservada a pessoas já famosas, engate um romance com o arquiteto Mateus Pires, que entrou como amigo da atriz Vitória Strada. Certamente a produção vai colocar ambos em uma situação dramática e psicologicamente torturante em que tenham de escolher entre família/amizade e paixão.

Caso isso aconteça, preteridos certamente serão tomados por mágoa e estresse, pois se tem coisa que 25 edições de BBB provaram é que um confinamento repleto de restrições alimentares, ações publicitárias e quartos sem janelas tira até a pessoa mais terapeutizada do mundo do sério.

Penso muito na situação de Raissa, que entrou com o pai (o palhaço) Edilberto e do ator Diogo Almeida, que entrou com a mãe Vilma. Ambos são jovens e estão em um ambiente cheio de álcool, festas e editores doidos para narrar uma história de amor ou um movimento furtivo debaixo do edredom.

Será que eles terão de fazer isso escondido dos pais? E se eles ficarem juntos? Tão logo o primeiro beijo aconteça, já terão de morar com os sogros. Torço por esse plot.

No entanto, nenhuma participação me deixa mais cheia de expectativas do que a dupla de irmãs Giovanna Jacobina e Gracyanne Barbosa, nossa Afrodite cetogênica. Já fiquei muito tempo da minha vida acompanhando os vídeos de Gracyanne malhando com cargas sobre-humanas e fazendo publi de óleo de massagem com seu ex-marido, o cantor Belo. Para mim, ela é a mais pura encarnação da simpatia, da beleza, da libido, da endorfina, da estamina. Uma potencial ganhadora de todas as provas de resistência e uma feroz competidora pela cota de ovos da casa.

A minha mente de ficcionista já torce para que ela reviva a cena da briga na academia do BBB 24, entre Fernanda e Alane, com ainda mais fúria e músculos. Ela está pronta para ser uma forte adversária e, quem sabe, uma cunhada de meter medo. O meu coração, e o de todos os brasileiros, torce para que ela viva uma paixão com gosto de creatina em frente àquelas câmeras e que a Globo já tenha contratado o Belo para fazer um show.

Sabemos que a edição do ano passado foi um Oasis de barafunda em meio a um desgaste do programa, em que as pessoas entravam muito dispostas a fazer dancinha e pouco dispostas a fazer confusão. Talvez, a introdução de relações íntimas, construídas durante anos ou décadas, cheias de amor e afeto e também trauma e rancor possa ser a solução para esse problema.

Essa colunista de sexo sabe que o tabu do incesto impedirá os maiores escândalos de acontecer (graças a Deus), mas também sabe que família e flerte no mesmo ambiente rende grandes enredos. Nelson Rodrigues, se vivo, talvez desprezasse publicamente o BBB, mas certamente criaria um pseudônimo para documentar a safadeza no sigilo.