Tony Goes

Bilionário que fechou Noronha, Henrique Dubugras já sente os percalços da fama

Festa de casamento do empresário teria custado cerca de R$ 10 milhões

Henrique Dubugras: bilionário que fechou Fernando de Noronha começa a sentir a fama - Divulgação

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Até quinta passada (5), pouca gente fora dos círculos financeiros e da alta sociedade tinha ouvido falar de Henrique Dubugras. Na sexta (6) saiu a notícia de que ele havia fechado diversos pontos da ilha de Fernando Noronha para seu casamento com Laura Fiuza, que acontece neste sábado (7).

A festança, que contaria com shows da banda Maroon 5 e do DJ Alok (não confirmados) e a presença de Bill Gates, teria custado a bagatela de R$ 10 milhões.

Para muitos brasileiros, é inimaginável gastar num único dia uma dinheirama que a imensa maioria de nós jamais conseguiria acumular. Mas para Dubugras, é quase um trocado: com apenas 27 anos, ele já acumula uma fortuna de R$ 1,5 bilhão, e é uma das pessoas mais ricas do Brasil.

A fama repentina já traz dissabores ao empresário paulista. Nas redes sociais, muita gente entendeu que ele havia fechado a ilha toda, o que não é verdade. Mas Dubugras de fato alugou por alguns dias o Forte Nossa Senhora dos Remédios, mais conhecido como Forte Noronha.

Neste final de semana, o espaço não receberá turistas, o que gerou críticas e reclamações. "Como assim, o cara aluga um local público?". Acontece que esta é uma prática comum nos Estados Unidos e na Europa, onde monumentos históricos servem de cenário para festas privadas e desfiles de moda. É uma fonte de renda importante para a manutenção desses lugares.

Dubugras não queria ostentar. A festa estava sendo mantida em segredo. Funcionários do Forte estão proibidos de confirmar qualquer informação, sob o risco de multas pesadas. Drones e celulares foram banidos.

Mas o bilionário também fechou pousadas inteiras para receber seus 400 convidados, o que, evidentemente, não passou despercebido. E agora, de uma hora para a outra, ele tem sua vida esquadrinhada e discutida na internet.

Os brasileiros até gostam de seus ricaços, contanto que eles tenham vindo do nada e contém comoventes histórias de superação. Silvio Santos, por exemplo, quase nunca é atacado por sua imensa riqueza.

Mas o caso de Henrique Dubugras é diferente. Ele nasceu numa família rica, teve todas as oportunidades, estudou no exterior. Mesmo assim, seu sucesso profissional não caiu do céu: começou a programar ainda na adolescência, criou uma startup de pagamentos e, antes dos 30 anos, multiplicou por várias vezes o patrimônio familiar.

"Ah, mas ele não inovou em nada". Pode até ser, mas é injusto negar seu valor. Muitos jovens de classe alta não se tornam bilionários, mesmo trabalhando muito. Dubugras teve a sorte de nascer talentoso e de estar no lugar certo, na hora certa.

Enquanto isto, sua árvore genealógica é levantada, e as denúncias de privilégios da branquitude não demoraram a eclodir. Também surgiu uma discussão muito pertinente: é moral que alguém fique tão rico, em tão pouco tempo? Ainda mais num dos países mais desiguais do mundo. O que a sociedade ganha com isto?

O festão de Henrique Dubugras já lhe rendeu um aborrecimento concreto. Seu ex-sócio Henrique Duarte Coelho, com quem trava uma batalha judicial, não conseguia notificá-lo do processo que corre na Justiça, porque Dubugras estava com paradeiro desconhecido. Aí vazou a notícia da festa, e a intimação foi entregue num dos endereços do casamento em Noronha.

Nos dias que correm, é impossível alguém ser tão rico e permanecer em relativo anonimato. Ainda mais dando uma festa de R$ 10 milhões em Fernando de Noronha.

Bem-vindo à fama, Henrique Dubugras. Que você saiba lidar com ela.

Erramos: o texto foi alterado

O empresário Henrique Dubugras é paulista e não carioca como afirmado anteriormente. O texto foi corrigido.