Tony Goes

'Mar do Sertão' é versão light de Pantanal, com toques de Cine Holliúdy

Novela estreou na Globo nesta segunda (22), na faixa das 18 horas

Zé Paulino (Sergio Guizé) e Candoca (Isadora Cruz), na novela 'Mar do Sertão' - Ronaldo Santos Cruz/TV Globo

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Uma linda moça toma banho num pequeno lago, espremido entre pedras imensas. Um rapaz se aproxima e começa a mexer com ela. A moça sai da água e ele vai ficando inconveniente, chegando cada vez mais perto.

A tensão do que parecia ser uma cena de assédio sexual é logo desmontada: os dois são namorados de longa data. Candoca, a primeira protagonista da novata Isadora Cruz, e Zé Paulino, vivido por Sérgio Guizé, estão até de casamento marcado.

Assim começa "Mar do Sertão", que estreou nesta segunda na Globo, na faixa das 18 horas. A novela de Mario Teixeira se passa na fictícia cidade nordestina de Canta Pedra, em um estado não especificado. Isto permite que os atores vindos desta região brasileira, que compõem quase metade do elenco, falem com seus próprios sotaques.


Parte das externas foi gravada no Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco. Mas a cidade cenográfica, inspirada na pequena Piranhas, em Alagoas, foi erguida no terreno dos estúdios da emissora no Rio de Janeiro.

"Mar do Sertão" entra no ar com a responsabilidade de manter a boa audiência de "Além da Ilusão", que reverteu a curva descendente do horário. Por causa da ambientação rural, também é inevitável que seja comparada a "Pantanal", o grande sucesso do momento.

De fato, há alguns pontos em comum com a atual ocupante da faixa das 21 horas na Globo. Belas paisagens, homens rudes, falares distintos dos das capitais do Sudeste: as duas novelas mergulham num Brasil profundo e algo idealizado.

A diferença é que em "Mar do Sertão", que tem direção artística de Allan Fiterman, não há violência, misticismo ou discussões políticas, embora a trama foque o coronelismo que ainda impera nos grotões.

É quase uma versão light de "Pantanal", temperada com o humor regional de "Cine Holliúdy", que se passa no interior do Ceará. Aliás, o corrupto prefeito Saba Bodó e o escorregadio jornalista Eudoro Cidão – feitos, respectivamente, por Welder Rodrigues e Érico Brás – parecem saídos diretamente daquela série cômica.

Mas o romance sempre precede o humor nos folhetins, e o núcleo principal de "Mar do Sertão" é o triângulo amoroso formado por Candoca, Zé Paulino e Tertulinho – este, interpretado por Renato Góes, que foi o Zé Leôncio jovem de "Pantanal".

Neste primeiro capítulo, o mulherengo Tertulinho espia Candoca tomar banho num açude (a garota é chegada num mergulho), e imediatamente se interessa por ela. Depois que Zé Paulino sofrer um acidente e for dado como morto, os dois irão se casar.

Os pais de Tertulinho são o coronel Tertúlio, feito por José de Abreu, e sua mulher Deodora, vivida por Débora Bloch. A atriz volta a fazer novelas depois de sete anos, mas o ator foi visto há pouco tempo em "Um Lugar ao Sol". Ambos estão entre as poucas caras conhecidas do elenco, em que predominam atores com pouca ou nenhuma experiência em TV.

Sem pirotecnias ou ritmo frenético, o primeiro episódio de "Mar do Sertão" procurou apresentar com calma os personagens principais. Já deu para perceber que é uma novela simples, que não pretende reinventar o gênero nem quebrar paradigmas.

Por enquanto, a maior novidade ficou por conta das "cenas do próximo capítulo", que a Globo voltou a incluir no final de cada capítulo de suas novelas depois de um hiato de três décadas. Em "Mar do Sertão", o segmento é apresentado por uma bem-humorada dupla de repentistas.