Tomara que Elizangela se recupere logo, e mude de ideia quanto à vacinação
Atriz não se vacinou e foi internada em estado grave com sequelas de Covid
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Elizangela faz parte da minha memória afetiva. Eu ainda era pequenininho e ela, um pouco maior do que eu, já era a assistente do Capitão Furacão, nos primórdios da TV Globo.
Depois Elizangela me acompanhou ao longo de inúmeras novelas. Eu ainda cruzei com ela nos bastidores do Video Show (Globo), quando fui redator do programa. É uma ótima atriz e uma graça de pessoa.
Mas também é negacionista. Publicou, ao longo da pandemia, diversos posts duvidando da gravidade da situação. No final de 2020, comparou a "vacinação forçada", algo que não existe no Brasil, ao estupro, e ainda usou o bordão "meu corpo, minhas regras". Faltou combinar com o vírus.
No dia 20 de janeiro, Elizangela foi internada em estado grave, com sequelas de Covid, na UTI do Hospital Municipal José Rabello de Melo, em Guapimirim, cidade no fundo da Baía de Guanabara onde ela mora há oito anos. A assessoria de imprensa da prefeitura confirmou que a atriz não tomou uma única dose de nenhuma vacina contra o novo coronavírus.
Confesso que fiquei contente com a notícia. Não, não desejo nenhum mal a Elizangela. Pelo contrário: quero que ela fique boa o quanto antes e volte logo a brilhar na televisão, seu habitat natural. A boa notícia é que sua recuperação vai de vento em popa. A atriz teve alta neste domingo (23) e já está em casa. Mas ainda precisará usar suporte de oxigênio por uma semana, para respirar melhor.
Mas então, por que gostei de saber dessa internação? Porque este episódio pode servir para Elizangela mudar de ideia e pedir desculpas pelas besteiras que andou dizendo. Ao questionar a eficácia das vacinas e duvidar da própria pandemia, ela se colocou a serviço da morte e da destruição.
Nem sei qual é sua posição política, mas a atriz serviu direitinho aos planos nefastos da extrema-direita, que tenta disfarçar a própria incompetência negando a existência dos problemas.
Elizangela escapou, mas vai que alguém que acreditou em seus palpites estúpidos não teve a mesma sorte?
Infelizmente, muitos militantes anti-vacina preferem morrer a dar o braço a torcer. Não faltam casos de negacionistas que imploram que não seja revelada a verdadeira causa de suas mortes. Entre os que sobrevivem, não são raros os que negam que tenham contraído Covid.
Será que Elizângela vai se juntar a esse grupo? Seu empresário, Lauro Santana e sua filha, Marcela Simões, afirmam não ter certeza se ela foi ou não imunizada. "Ela é uma pessoa muito alegre, alto astral, não gosta de falar sobre doença. Daí, não sabemos ou não. Nunca tivemos esse tipo de conversa", disse Santana ao portal G1.
Os dois podem estar tentando conter a avalanche de mensagens de ódio que Elizangela vem recebendo nas redes sociais. Mas a melhor estratégia para recuperar a imagem da atriz seria ela vir a público dizer que agora acredita na ciência, que acabou de salvá-la.
Mesmo que nada disso aconteça, este caso pode servir para abrir os olhos de muitas pessoas que ainda não procuraram os postos de saúde. Estão vendo, gente? Quem não se vacina, corre o sério risco de ser internado, e até de morrer.
A variante ômicron, já dominante no Brasil, só não está provocando milhares de mortes porque encontrou por aqui uma população bastante vacinada. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, cerca de 90% dos internados com Covid não haviam completado o esquema vacinal, e 38% não tomaram nenhuma dose.
Que este tremendo susto pelo qual Elizangela passou sirva para convencer, se não a ela, pelo menos a quem ainda duvida da importância da vacinação.