Tony Goes

BBB 22: A 1ª semana foi morna, mas o que o Brasil quer é fogo no parquinho

Tadeu Schmidt precisou lembrar aos participantes que aquilo é um jogo

Participantes do BBB 22 fazem oração - Reprodução

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O Brasil anda exausto de tanta polarização. Não aguentamos mais brigar, seja por coisas sérias ou por besteiras. Andamos querendo tranquilidade, civilidade, boa educação.

Menos no Big Brother. O reality cresceu de importância nos últimos anos. No começo da pandemia, era um dos únicos programas inéditos exibidos pela TV. As pautas políticas também entraram na casa, e discussões sobre machismo, racismo e homofobia engajaram o público.

Acima de tudo, finalmente percebemos que a razão mais básica que nos faz assistir ao BBB são os conflitos. Hoje em dia até poupamos os vilões, porque sabemos que são eles que movimentam o jogo.

Faltou avisar aos participantes desta edição. Talvez assustados com o que aconteceu com nomes como Karol Conká ou Projota, ninguém quer se expor demais. Fica todo mundo na moita, distribuindo abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim.

Temos até um ativista do amor e da compreensão, que é Tiago Abravanel. O ator quis "revolucionar" o tradicional Jogo da Discórdia das noites de segunda-feira, sugerindo que todos só falassem bem uns dos outros. Logo surgiu na internet o boato de que o neto de Silvio Santos foi encarregado pelo avô de destruir por dentro o programa da Globo.

Tiago é o melhor amigo lá dentro de Naiara Azevedo, a quem dá muitos conselhos. Tomara que ela não lhe dê ouvidos. Ególatra e insegura ao mesmo tempo, a cantora sempre tenta roubar o protagonismo dos demais. Qualquer coisa que esteja acontecendo tem que ser sobre ela.

Sua entrada na casa chocou as redes sociais. Naiara fala de boca cheia, interrompe os outros a todo instante e, horror dos horrores, esmagou uma barata com o pé descalço. Seus colegas teriam votado nela em peso para o primeiro paredão, não tivesse o líder Douglas Silva a indicado primeiro.

Mas Naiara acabou sendo a menos votada da primeira eliminação, com apenas 15,8% dos votos. Parte disso pode ser creditada a seus fãs: afinal, trata-se de um dos maiores expoentes do feminejo. Outra parte deve cair na conta de quem prefere que ela continue causando na casa.

No entanto, nada disso serve para eximir Luciano Estevan. O primeiro eliminado do BBB 22 caiu por mérito próprio. Todo mundo que entra para o reality quer ser (mais) famoso, mas o rapaz exagerou. Sua obsessão pela fama soou vazia para muita gente. Se tivesse se calado sobre este assunto e, por outro lado, falado mais com os outros jogadores, ele talvez ainda estivesse lá dentro.

Luciano achou que bastava colocar a cara no vídeo para ficar famoso. Talvez até fique mesmo: vai depender dos convites que receber, e de como irá se comportar daqui para a frente. Mas a pecha de primeiro eliminado desta edição o acompanhará para sempre, e o prêmio de R$ 1,5 milhão não será mais dele.

Ele não foi o único a se recolher. A apatia está tão generalizada que o apresentador Tadeu Schmidt precisou recordar a todos que aquilo lá não é uma colônia de férias, mas um jogo que vale dinheiro. Fez um ótimo discurso de estreia: Tadeu foi contundente e direto ao ponto, sem maiores elucubrações, e não deu spoiler de quem seria defenestrado em seguida. Sua fala calou fundo na casa.

O que esperar dos próximos dias? Eu, pessoalmente, tenho duas favoritas. Uma delas é Linn da Quebrada, ou Lina. Já a entrevistei duas vezes, e sempre saí maravilhado com sua clareza de ideias. Lina tem dito coisas importantes sobre transfobia, mas sinto que ela ainda está um pouco tímida. Precisa crescer e aparecer.

Minha outra queridinha é Jade Picon. A moça raramente sorri de boca aberta, e seu arzinho de quem já está com a vida ganha (e está mesmo) talvez não seja a narrativa ideal para conquistar o público. Mas é justamente isto que a diferencia das outras sisters, muito mais atiradas.

Enquanto isto, Boninho e sua equipe devem estar quebrando a cabeça para inventar maneiras de colocar fogo no parquinho. O Brasil agradece.