João Augusto, filho de Gugu Liberato, assume protagonismo no funeral do pai
Comoção pela morte do apresentador foi proporcional à sua popularidade
Desde 1994, quando morreu Ayrton Senna, que a cidade de São Paulo não presenciava um adeus tão grandioso e dolorido a um de seus filhos.
O velório de 22 horas de Gugu Liberato na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), iniciado na quinta (28) e encerrado nesta sexta (29), seguido pelo enterro no cemitério Gethsêmani, no bairro do Morumbi, foi condizente com a fama do apresentador e com o choque provocado por sua morte repentina. O caixão seguiu em cima de um carro de bombeiros. Taxistas fizeram carreata. Buzinaços e aplausos se ouviram ao longo de todo o trajeto.
Em meio à comoção, uma figura se destacou: João Augusto, 18, o filho mais velho de Gugu e a viúva do apresentador, Rose Míriam. A rigor, o rapaz nunca foi um desconhecido do público. Ao longo dos anos, Gugu volta e meia aparecia com a família inteira em matérias nas revistas sobre celebridades, e as postagens nas redes sociais eram constantes.
Mas, de certa forma, o funeral do pai também serviu como uma estreia para João Augusto, tanto na mídia quanto na vida adulta. De uma hora para outra, ele teve que se portar como o esteio da casa, e cumpriu a tarefa à perfeição. Amparou a mãe, as irmãs Marina e Sofia, de 15 anos, e a avó, dona Maria do Céu, de 90. Foi atencioso com os milhares de fãs que passaram até três horas na fila, debaixo de chuva, para entrar na Alesp –exatamente como seu pai seria. E só arredou pé durante a noite, quando a família voltou para casa para descansar.
Colegas de profissão de Gugu como Eliana, Rodrigo Faro, Sabrina Sato, Ratinho, Marcos Mion, Ana Hickmann e Mara Maravilha foram ao velório. Mas uma ausência se fez notar: Silvio Santos, patrão de Gugu por mais de 35 anos. O dono do SBT enviou uma coroa de flores e se fez representar por suas filhas Cíntia e Sílvia Abravanel.
Segundo sua assessoria, o dono do SBT está abaladíssimo. Desmarcou as gravações que faria nesta quinta (28) e está recluso em casa, tentando digerir a perda. Apesar de Gugu ter se bandeado para a Record em 2009, ele e Silvio jamais se afastaram, e ainda mantinham excelente relações.
O curioso é que foi justo o SBT, a emissora onde Gugu passou a maior parte de sua carreira, que menos deu atenção ao velório do apresentador. Enquanto isto, a Record e a própria Globo, onde Gugu chegou a assinar contrato para rompê-lo sem ter entrado no ar, se desdobravam em homenagens.
Talvez seja um vício da casa: o SBT nunca deu muita importância ao jornalismo, e não costuma derrubar sua programação normal para cobrir qualquer tipo de evento. Mas até o funeral de Roberto Bolaños, o Chaves, ocorrido em 2014 na Cidade do México, mereceu mais tempo na tela da emissora.
De qualquer forma, a morte inesperada de Gugu Liberato abalou toda a TV brasileira e a memória afetiva de muita gente. Seu último adeus foi do tamanho de sua importância.
Erramos: o texto foi alterado
Diferentemente do afirmado, o funeral de Roberto Bolaños, o Chaves, ocorreu em 2014, e não em 2012. O texto foi corrigido.