As cenas que mais marcaram em 2024, na TV, no streaming e no cinema
Relembre momentos importantes do audiovisual no ano, de morte em novela a encontro inusitado em programa de TV
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Um assassinato em horário nobre; uma mulher se vingando de anos de estupro do tio; outra que vê seu marido desaparecer nos anos de chumbo da ditadura. Foram muitas as cenas que marcaram em 2024 nas telas grandes e pequenas, na TV, no streaming e no cinema. A seguir, minha seleção pessoal e afetiva dos momentos que mais marcaram no ano que está terminando.
A morte de Zé Venâncio e a revolta de Zé Inocêncio em "Renascer"
O último remake de Benedito Ruy Barbosa não tinha as mesmas paisagens de "Pantanal", mas a direção de Gustavo Fernandez soube extrair imagens deslumbrantes da fazenda do coronel Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) e sua plantação de cacau.
Foram muitas as cenas maravilhosas: o instante em que o jovem Inocêncio (Humberto Carrão) conhece Maria Santa (Duda Santos); o sonho em que esta aparece ao filho João Pedro (Juan Paiva) depois que ele perde o filho; o abraço final de João no leito de morte de Inocêncio.
Entre todas, fico com a cena em que o coronel Egídio (Vladimir Brichta) acerta de longe e à queima-roupa Zé Venâncio (Rodrigo Simas), tirando a vida de um dos personagens mais doces da novela.
Na sequência, Marcos Palmeira teve o seu melhor momento, na cena em que Zé Inocêncio urra de dor e raiva pela morte do filho, praguejando o capetinha que deviria proteger sua família. Inesquecível.
A vingança de Carolina contra o tio estuprador em "Justiça 2"
As quatro histórias da segunda temporada de "Justiça" conseguiram manter o fôlego da primeira e longínqua temporada, que estreou lá em 2016. Mas nenhuma teve um desfecho tão inesperado e surpreendente quanto a de Carolina (Alice Wegmann), a jovem que foi estuprada por dois anos pelo tio, Jayme (Murilo Benício).
Para se vingar, Carolina cozinha em fogo lento um plano que envolve a patroa, a hilária Kellen (Leandra Leal), seu marido Darlan (Fábio Lago) e Bete, a cachorrinha influenciadora. Foi uma daquelas catarses de lavar a alma.
Eunice pressente o pior para o marido em "Ainda Estou Aqui"
O filme de Walter Salles se tornou o longa nacional mais assistido no pós-pandemia, ultrapassando 2,5 milhões de espectadores com a comovente história de Eunice Paiva, cujo marido, Rubens Paiva, morreu nas mãos da ditadura.
Fernanda Torres brilha em todas as cenas, mas uma é especial: aquela em que os enviados do Exército ocupam a sua casa enquanto esperam Rubens Paiva se trocar e acompanhá-los ao quartel "apenas para prestar esclarecimentos". Até então leve e radiante, o rosto de Fernanda de repente prenuncia toda a tragédia que está por vir.
Para não ser injusto, vamos dividir esse destaque com outra cena que ficou entre as mais comentadas pelos fãs do filme: o momento em que Eunice idosa (Fernanda Montenegro), com Alzheimer, vê a foto do marido na TV e tem um lampejo de memória. É tarefa impossível escolher entre a maestria de Fernanda mãe e Fernanda filha.
O encontro surreal de Narcisa e Inês Brasil no Lady Night
Esse foi, sem dúvida, o momento mais surtado da TV em 2024, um metaverso da loucura para o qual ninguém estava preparado. Tata Werneck perdeu o controle do próprio programa para essas duas doidas, que ainda descobriram ter nascido no mesmo dia, 25 de outubro.
De um lado, Inês bradou o seu orgulho por ter se tornado "a maior prostituta da Alemanha" e batido o recorde de transar por sete horas seguidas, para logo em seguida agradecer "o LGBTQIA+ por me tirar da prostituição".
Do outro, Narcisa interrompeu tudo para mandar um beijo para o amigo "Didi Tijucano, que tá na Nova Zelândia". Foi a porta do hospício a céu aberto. Credo, que delícia –fica aqui o meu voto por mais encontros como estes em 2025.
Tomás faz o parto dos bebês de Liana em "Pedaço de Mim"
Novelão que se preze precisa ter uma boa cena de parto. Primeira novela da Netflix –ou melhor, uma mininovela, só com 17 capítulos–, "Pedaço de Mim" trouxe Juliana Paes numa trama digna de Gloria Perez, que abordou a fecundidade heteroparental, condição raríssima em que uma mulher engravida ao mesmo tempo de dois homens diferentes.
Na cena do parto, no capítulo 3, o marido Tomás (Vladimir Brichta) faz o parto duplo de Liana longe do hospital, na distante casa de campo em que foram passar o fim de semana. Depois de trazer à luz seu filho, Mateus, por alguns segundos ele vive a tentação de não fazer o parto do segundo menino, Marcos, fruto de um estupro, colocando a vida de Liana em risco.
Tomás volta atrás, faz o parto de Marcos, mas o bebê parece morto por alguns instantes –o que resolveria toda sua angústia. A cena angustiante e muito bem dirigida por Maurício Farias resumiu à perfeição todo o conflito do casal, na trama escrita por Ângela Chaves.