Um texto de Gabriel Vaquer intitulado "Ex-BBBs irritam a Globo com exageros ao tentar emplacar 'projetos novos' na emissora" foi um dos mais lidos do F5 nesta semana. O material destacava o fato de alguns participantes do BBB 24 terem dado entrevistas dizendo que estão "escalados para programas e novelas" na Globo, o que, segundo o repórter, não é bem assim, já que, na maioria dos casos, não há nada previsto.

O caso mais emblemático seria o do vencedor da última edição, Davi Brito. Davi alegou que era "segredo" e que por isso não podia "contar muita coisa", mas que em breve ele traria uma novidade, algo como um programa dele na emissora, o que não procede segundo apuração do jornalista.

Outra informação que rodou a rede em maio foi a de que Beatriz Reis, a Bia do Brás, teria um quadro no Fantástico no estilo do antigo Me Leva Brasil, de Mauricio Kubrusly. Vaquer também diz que nada disso foi confirmado.

Até por que nem faria sentido. O genial Paulo Vieira já tem um quadro mostrando "O Brasil do Brasil" no Fantástico, o Avisa Lá Que Eu Vou, um grande sucesso da emissora que tem potencial para durar muitos anos no ar. E, como não se mexe em time que está ganhando, não teria por que trocar um pelo outro, muito menos ter uma reportagem com dois apresentadores.

O que chamou minha atenção foi a frase final, a famosa: "Procurada pelo F5, a Globo preferiu não comentar o caso". Por que será? Eu tenho um palpite.

Eu entendo que a Globo não queira comentar o caso de Davi. Seria muito deselegante ter que desmentir alguém que ainda está sob contrato da emissora. Ele já foi em vários programas da grade, ganhou um documentário no Globoplay, mas parou por aí. Não parece ter nenhuma intenção por parte da Rede Globo em promovê-lo mais do que isso.

Sem contar que ter um programa próprio na maior emissora do país não é uma coisa menor. Ao contrário, é algo realmente grandioso. E a Globo não age assim. Quando ela quer testar alguém, ela dá um papel numa novela, um quadro semanal, mas ninguém sai de um reality e ganha um programa para si.

O caso de Beatriz Reis é diferente. Talvez a Globo não tenha comentado porque tem um fundo de verdade, sim. Beatriz tem feito muitas campanhas publicitárias. Tem fila de anunciante querendo fazer comerciais com ela. E ela, que é contratada da Globo, tem sido pautada para muitas entrevistas. Podcasts, festas, eventos da emissora, programas do grupo.

A Globo parece estar "preparando a noiva" para que ela tenha mesmo um espaço maior na emissora. Um passarinho me contou (aquele, que foi demitido do Twitter, um azulzinho) que a emissora reuniu pessoas da equipe de criação para pensar em formatos para ela.

Independente de opiniões, minhas, suas, de quem for, a análise é que ela tem muitas coisas que contam a seu favor. Beatriz vende, o que é garantia de faturamento. Tem um arco dramático perfeito, da menina que sonhava em ser famosa e conseguiu projeção nacional. É espontânea e fisicamente aspiracional para garotas que querem ser modelo. Nas redes sociais, ela tem milhões de seguidores. E, apesar de ter perdido alguns milhares de seguidores no Instagram, ela recuperou boa parte deles e continua crescendo.

Beatriz também age como um bom antídoto para a TV. A Globo, que sempre foi vista como arrogante, encontra nela e em seu jeito espontâneo e popular uma espécie de antídoto contra o elitismo da empresa.

Se Beatriz vai ter um programa de auditório ou comandar um reality com "Brasil" no nome, se vai ter um quadro em algum produto de linha, se vai fazer ponta em novela ou programa de humor, se vai ser jurada no Domingão com Huck, eu não sei. Só sei que ela tem muito mais chances de conquistar um espaço oficial no Grupo Globo do que Davi.

O tempo, assim como meu passarinho, vão dizer.