Rosana Hermann
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Sheherazade, você conhece o Alisson?

Vídeos da ex-peoa e do influencer nas redes sociais nos fazem enxergar a diferença entre ódio e amor

Rachel Sheherazade e Alisson Spitzner - Instagram

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São Paulo

Ontem eu vi dois vídeos muito diferentes. Mais do que diferentes, aliás, opostos. Um deles foi no X, antigo Twitter. Muito curtinho. Super produzido, artístico, em preto e branco. O outro, no Instagram. Bem mais longo. Espontâneo, sem produção e colorido.

O primeiro era da Sheherazade, belíssima. E muito arrogante. O segundo, do Alisson Spitzner, um garoto que eu não conhecia até então, muito amoroso e tão humilde e verdadeiro que me fez chorar. E pensar.

No vídeo de Sheherazde, ela diz: "Não subestimem minhas fadas. Nós já somos um dos assuntos mais comentados do Twitter com a tag "Sheherazaders Poderosos". Passa lá pra você ver."

Eu sei que ela assinou um contrato para comentar A Fazenda. Sei do sucesso que foi sua presença no programa, dos milhões de seguidores que ganhou rapidamente. Há mais de vinte anos venho acompanhando a transformação que os realities shows causaram no entretenimento e da paixão que alguns participantes despertam na audiência. Rachel é realmente um fenômeno midiático.

O fenômeno, porém, é padrão. A pessoa entra para o reality, faz e fala coisas que impactam, as redes sociais multiplicam essas falas e ações, o público toma partido, forma fandoms e escolhem nomes que os representem como legião e um emoji que os defina, exatamente como fazem os fãs de grandes artistas pop, como os Little Monsters de Lady Gaga, os Beliebers de Justin Bieber, o Beyhive de Beyoncé, os Swifties de Taylor Swift, a Army do BTS, ou os nossos Anitters da cantora Anitta. Assim surgiram os Cactos de Juliette e no caso de Rachel, os Sheherazaders Poderosos.

Não tem nada de errado nisso, é a cultura dos nossos dias. Mas há mais a ser lido nesse pequeno recado da jornalista. Muito bonita e bem produzida, maquiada e iluminada, ela conseguiu passar em poucos segundos um ar de arrogância, especialmente pelo uso de ironia. Pelo menos essas palavras estão presentes em muitos comentários de sua postagem. Mas ela acerta na comunicação com seus fãs, porque empodera sua plateia e enaltece suas 'fadas'.

Talvez eu tivesse achado o vídeo de Sheherazade normal, não fosse o fato de eu ter assistido a outro vídeo, apresentado por uma amiga, Rosinha Monkees, o vídeo de um novo fenômeno do TikTok e do Instagram, o Alisson Spitzner. Um garoto simples de coração que conquistou as redes.

Vi alguns videos do canal de Alisson, mas chorei de emoção mesmo vendo este video apresentando sua família, no canal Is this Real? no Integram. Como pode alguém ser tão puro, tão verdadeiro, simples e humano, a ponto de nos tocar? Ou talvez, a pergunta seja outra: como pudemos nos distanciar tanto de nossa humanidade, a ponto de esquecer que a beleza da vida está nas coisas mais simples e delicadas?

Não vou julgar Rachel, nem o momento que ela está vivendo, porque eu estaria cometendo o mesmo erro de ser arrogante. Qualquer ser humano realmente se sente poderoso ao sentir que milhões de pessoas a apoiam incondicionalmente. Mas paixão não é amor e fama não dura para sempre.

Por isso, caso Sheherazade não conheça Alisson, recomendo que ela veja seus vídeos. Alisson é tão querido que os fãs se revesam voluntariamente, em plantões, para impedir que os haters o machuquem com ofensas. Porque ele é como um tesouro a ser resguardado, uma amostra preciosa da bondade que perdemos ao longo da vida. Enquanto alguns fandons agridem, brigam, defendem seus ídolos com ódio, os seguidores de Alisson agem com amor.

É essa comparação que esses vídeos de Sheherazade e Alisson nos trazem. A diferença do amor e do ódio. Da simplicidade e da prepotência. Da verdade e da ilusão.

As opções estão sempre a nossa disposição. Basta escolher, quem você quer seguir, quem você quer ser, como quer viver. Se quer viver em paz e ser capaz de se encantar com uma alma meiga como a do Alisson, ou se quer usar de arrogância para provar sua superioridade como se tudo fosse uma guerra.

Eu não escolheria a guerra. Guerra, na vida real, a gente está acompanhando. E é a coisa mais triste de que a humanidade é capaz.