Na segunda-feira, 8 de maio, o nome de Silvio Santos passou o dia entre os assuntos mais comentados do Twitter. Em outras redes, como o BlueSky, muitos perfis também comentaram o mau gosto do boato.

Boato, sim, porque Silvio Santos está vivo, como o próprio SBT confirmou, no esforço de, mais uma vez, desmentir as fake news que viralizaram ao longo do dia.

Em fevereiro deste ano, a mesma mentira se espalhou, dizendo que o apresentador teria morrido nos Estados Unidos. A apresentadora Maisa usou seu Instagram para acalmar os fãs, explicando que Silvio estava bem e com a família e a emissora também precisou emitir um comunicado oficial negando a ocorrência.

Não foram só nessas duas ocasiões que pessoas na internet espalharam notícias falsas envolvendo a morte do empresário. Só nos últimos 12 meses, segundo o Google Trends, a expressão "morre Silvio Santos" teve mais de 14 picos de pesquisa, indicando que muita gente recebeu essa informação e foi ao buscador na tentativa de encontrar uma confirmação. O mais inacreditável é que, mesmo depois de todos os desmentidos, os posts com essa desinformação continuam no ar, enganando mais e mais gente.

Mas por que Silvio Santos e por que agora? Porque Silvio Santos tem mais de 90 anos, porque é uma das figuras mais populares do Brasil e porque sofremos uma perda muito triste, com o passamento da nossa querida Palmirinha. Como a cozinheira que tanto amamos tinha 91 anos e Silvio Santos, 92, as pessoas que publicam essas falsidades se aproveitam dessas semelhanças para enganar o público.

A pergunta que fica no ar, no entanto, é: por que as pessoas criam essas fake news? É por fama, por cliques, por views? Mas, se em muitos casos elas fazem isso anonimamente, por que elas fazem isso?

Uma possível resposta é "pela perversão". A pessoa que altera uma informação certa na Wikipedia e a substitui por um dado errado, a que lança um boato de falsa morte, mesmo anônima, vê que as pessoas estão caindo em suas armadilhas, vê sua mentira viralizar e se sente poderosa. Quanto mais a mentira se espalha, mais o criador se sente importante, por estar enganando tanta gente, por ver "tantos peixes" mordendo sua isca e isso causa grande prazer, um prazer perverso, degenerado, mas intenso para a pessoa que começa tudo isso.

Vale lembrar que publicar de forma intencional uma inverdade, como a morte de uma pessoa, é crime. E não vale a atenuante de dizer que era brincadeira, até porque não é engraçado, é só insensível e cruel.

É verdade que a morte faz parte da vida, que todos somos mortais e que é natural imaginar até que idade vamos viver ou como será o mundo quando nossos ídolos partirem. O que não é natural é publicar mentiras que enganam, magoam, abalam e atrapalham a vida das pessoas.

Silvio Santos está vivo. Mas a noção de quem espalha fake news certamente já morreu.