Rosana Hermann

Ei, haters de Eliezer, que tal carpir um lote?

Ninguém tem de se meter nas decisões individuais dos outros

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Até o começo do ano passado o cidadão Eliezer do Carmo Neto podia fazer o que bem entendesse de sua vida sem receber um tsunami de palpites indesejados. Ele não era famoso e ninguém nas redes sociais o conhecia.

Eu, por acaso, sabia quem ele era porque cinco anos atrás ele participou do episódio sobre a Tailândia na série de viagens "Porta Afora", que eu apresentava com Fabio Porchat. Mas nem por isso me meti em sua vida antes ou depois da gravação.

Eis que no dia 17 de janeiro de 2022 Eliezer foi apresentado como um dos participantes da turma da Pipoca na vigésima segunda edição do Big Brother Brasil e sua existência passou a ser alvo de toda sorte de julgamento, como costuma acontecer com participantes do maior reality show da nossa terra.

Entre os milhões de fãs que acompanhavam o BBB 22 estava uma ex-participante da edição anterior do programa, a vlogueira Vitória di Felice Moraes, conhecida como Viih Tube.

Desde o primeiro momento Vitória teria ficado encantanda com Eliezer, mobilizando sua audiência a votar para que ele continuasse no programa.

Em abril, o programa acabou, Arthur Aguiar foi o vencedor da edição e, aqui fora, Viih Tube e Eliezer se conheceram ao vivo, viraram amigos e começaram um relacionamento. Em agosto assumiram-se como casal e em setembro anunciaram que estavam grávidos.

Viih Tube e Eliezer em Maracaípe (PE) - @eliezer/instagram

A partir daí, todas as novidades sobre a gravidez, os procedimentos estéticos de Eliezer, minúcias do relacionamento, incluindo detalhes íntimos da vida sexual do casal, foram expostos na rede. E, sim, foi uma opção dos dois manter essa exposição.

Aqui é importante ressaltar que o fato de os dois terem feito a escolha de compartilhar tudo com os fãs não dá direito a ninguém de julgá-los. Se eles quiserem contar sobre a primeira vez que transaram, suas posições de preferência, seus fetiches ou bizarrices é decisão de ambos. Eles são adultos e têm liberdade de expressão e ninguém pode ofendê-los por isso.

Mas foi isso que aconteceu no dia 8 de fevereiro, quando Eliezer anunciou em seus Stories do Instagram que sua filha com Viih Tube, Lua, que está prestes a nascer, talvez não receba o sobrenome do pai. A menina deverá se chamar Lua de Felice e, por sonoridade, talvez Eliezer não queira adicionar seu nome de família ao da filha.

Bastou essa informação para que um chorume de queixas e palpites desagradáveis e agressivos caísse sobre o rapaz. Eliezer foi acusado até de "renegar a própria filha". O resultado foi desastroso. Eliezer ficou abalado, chorou e disse que Vitória chegou a passar mal por causa dos comentários agressivos.

Gente, pra que isso? Pra que se meter na vida do casal, nas decisões individuais do pai e a da mãe, pra que tanto ódio a ponto de fazer com que uma garota no final da gravidez chegue a se sentir mal?

As redes sociais, que são tão interessantes e úteis, projetadas para gerar interações e compartilhamentos, estão se tornando plataformas tóxicas e abusivas, porque as pessoas não têm senso de limite, porque se metem onde não foram chamadas, porque se outorgam uma autoridade sobre a vida alheia que elas não têm!

Espero que Lua nasça com saúde, que seja bem-vinda, que tenha o nome e o sobrenome que sua família escolheu, que todos sejam felizes. Espero também que os que atacaram o casal melhorem. E que se fizeram esses ataques absurdos por falta de ter o que fazer, desejo saúde e uma boa enxada para que possam gastar essa energia toda carpindo um bom lote.