Miss Universo: Para experts, Colômbia e Tailândia são as mais fortes, mas Brasil pode ir longe
Missólogos também apostam em países como Peru, Itália, África do Sul, Filipinas e Ucrânia
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Um ano e um mês depois da última edição, o Miss Universo celebra no dia 14 de janeiro mais uma coroação, desta vez direto de Nova Orleans (EUA). Mas como está o grupo deste ano e o que esperar do show? Quem tem mais chances de vencer e quem são as mais fortes? Onde está o Brasil na fila desse pão?
Para entender tudo isso, conversamos com quatro especialistas em concursos de beleza, os chamados "missólogos". Segundo eles, o grupo deste ano está bem forte e competitivo —como nunca antes. São 86 misses lutando pela coroa que hoje pertence à indiana Harnaaz Sandhu, 22, com o Brasil representado pela capixaba Mia Mamede, 27.
"Em todos os continentes, temos meninas com muito potencial. Está cada vez mais difícil ser a Miss Universo", diz a apresentadora de TV gaúcha Cris Barth, que é apaixonada pelo mundo miss e também apresentou os dois últimos shows do Miss Universo Brasil.
O consultor de misses Paulo Filho, responsável pela página Hora da Miss, endossa o comentário e lembra que, a cada ano, as meninas estão mais completas e bem preparadas. "A maioria não vai só passear. Além da beleza estética, elas trazem histórias de superação e currículos que chamam a atenção", observa.
João Ricardo Camilo Dias, curador da página Miss Brazil On Board, vê cerca de 25 a 27 meninas com condições reais de vencer. Entre elas, estão candidatas da África e da Europa, sem tanta tradição no concurso, ao lado de figurinhas carimbadas. "Mais do que nunca terão muita dificuldade para escolher o top 20. Os países que sempre classificam, que dizemos que têm peso de faixa, estão mais fortes ainda", analisa.
QUEM SÃO AS MAIS FORTES
Segundo as apostas dos missólogos, quem está com uma das mãos na coroa, além do Brasil, são: Colômbia e Tailândia, com quatro votos cada, seguidas de África do Sul, Filipinas, Itália e Peru (três votos), além de Angola, Jamaica, Ucrânia e Venezuela (dois). Em seguida, com um voto, estão Austrália, Camboja, Chile, Curaçao, Espanha, Guatemala, Islândia, Nigéria, Porto Rico, Portugal e Vietnã (em ordem alfabética).
"Vejo a Venezuela favoritíssima, além de Colômbia e Peru", enumera João Ricardo. "Na Europa, as melhores são Espanha, Ucrânia e Itália. Aliás, seria lindo uma italiana ou uma ucraniana vencendo pela primeira vez. Gosto bastante das africanas, principalmente África do Sul, Nigéria e Angola, que são bem bonitas. Na Ásia, destaco Camboja e Tailândia, além das Filipinas".
O missólogo e empresário gaúcho Henrique Fontes, que comanda o site Global Beauties, segue na mesma linha de favoritas. "A venezuelana é a candidata a ser batida. Estou muito impressionado com a italiana, que será vestida na final pelo estilista conterrâneo Roberto Cavali", aponta. Henrique também se encantou com a misses Peru, Tailândia, Filipinas, África do Sul, Jamaica, Colômbia e Guatemala. "Vejo Angola, Islândia, Chile e Portugal como possíveis surpresas", completa.
E A MISS BRASIL, MIA MAMEDE?
"Mia corre por fora e pode chegar muito longe. Ela é muito inteligente, culta e comunicativa. Vai impressionar na entrevista preliminar", observa Henrique. "Sua oratória é poderosa, e ela tem também cultura, paixão por projetos sociais e a experiência de ter crescido pelo mundo e morado em diferentes países. Seu inglês é impecável. Se chegar ao top 5, com o microfone em mãos, ela definitivamente entra na briga pela coroa."
Para Paulo, o ponto forte de Mia é, sem dúvida, a comunicação. "Ela tem facilidade para discursar sobre temas variados. A criação multicultural trouxe para ela uma visão mais global da sociedade. Esse conhecimento pode ser utilizado como estratégia para se conectar com os diferentes públicos."
Por sua vez, João Ricardo discorda e não vê a brasileira indo para o pódio. "Ela realmente é desenvolta na comunicação, mas não a vejo com condição de vencer. Não acredito que ela tenha o perfil que eles buscam, de acordo com o que foi declarado pela nova dona do concurso", diz.
"Hoje vemos os grandes certames mundiais elegendo, nas últimas edições, candidatas que são reconhecidas por sua beleza, além de outros atributos. E é isso que as pessoas buscam. Minha análise técnica é de que uma miss mais completa está sendo procurada, e dessa vez o Brasil não tem chances", conclui.
O QUE ESPERAR DO SHOW DEPOIS DA NOVA DONA
Vale lembrar que o Miss Universo vive um novo momento. Sob nova direção, o concurso foi comprado no final de outubro pela empresária tailandesa transgênero Anne Jakrajutatip, que é a primeira mulher a ser, de fato, dona dos direitos da competição. Nesse contexto, o que podemos esperar do show?
"Segundo entrevista concedida por Anne à TV tailandesa, algumas mudanças serão implementadas. Por exemplo, a adoção de maiôs em vez de biquínis e desfiles mais elegantes. Eu acredito que ela chega no concurso com muitas ideias e vontade de fazer algo bom. Aposto em um ótimo show", diz Henrique.
Animada, Cris espera um espetáculo lindo. "Tem tudo para ser um sucesso. Mudanças são positivas, pois acredito que tudo tem que ser reinventado e renovado de tempos em tempos. O próprio Miss Universo não mantém a mesma fórmula e o mesmo formato há 70 anos, e foi mudando ao longo das décadas. Nesse momento pós-pandemia, é mais importante ainda um novo olhar sobre o concurso."
Um palco imponente e um concurso impactante, é o que deseja Paulo Filho. "Uma investidora inteligente terá por objetivo elevar o valor da sua empresa. Então, eu espero um show que realmente marcará uma nova fase da organização Miss Universo", comenta.
João quer ver um resgate da essência do Miss Universo, que era a emoção e a majestade, no sentido de admirar e se emocionar com alguém que consegue ser elegante no que veste e como veste. Segundo ele, em alguns momentos houve uma objetificação da mulher muito grande, com um apelo sexual muito forte.
"O Miss Universo há muito tempo foi perdendo suas características de essência, supostamente como uma adequação aos novos tempos. Me refiro àquela coisa da mulher de biquíni desfilando com caras e bocas, onde tudo era sexista demais. Mesmo o desfile de traje de gala tem uma conotação muito sexy, muito na pegada de instigar ao desejo. Não vejo, por exemplo, tanta elegância em trajes com muito nude, muita transparência, muita fenda, muito decote... Como alguém pode ser elegante se está sumariamente vestido?", finaliza.