Zapping - Cristina Padiglione

'Terra e Paixão' promete não economizar nas cores

Novela de Walcyr Carrasco toma artistas da região e vivacidade de tons como referência cenográfica

Antônio (Tony Ramos), Irene (Gloria Pires), Petra (Debora Ozório), Daniel (Johnny Massaro) e Caio (Cauã Reymond) em cenário interno da fazenda do antagonista da trama - João Miguel Júnior/Globo

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São Paulo

Artistas populares da região Centro-Oeste, Siron Franco e Moacir Sodré servem de referência à equipe cenográfica de "Terra e Paixão", novela de Walcyr Carrasco que estreia na próxima segunda-feira (8), na Globo, sucedendo "Travessia".

Cores vivas dão o tom em diversos cenários da trama, como a fazenda de Antônio (Tony Ramos), a casa de Aline (Barbara Reis), o bar de Cândida (Susana Vieira) e o quarto de Anely (Tata Werneck), entre outros.

Quadros dos artistas fazem parte da decoração do interior da fazenda de Antônio, da pousada de Andrade (Ângelo Antônio) e Lucinda (Débora Falabella) e da casa de Ademir (Charles Fricks). A pintura da praça da cidade cenográfica da fictícia Nova Primavera foi feita pelo goiano Kboco.

A natureza e a paisagem das plantações de Dourados e Deodápolis, principais locações na região, dão o tom de toda a cenografia, assinada por Cris Bisaglia e Ana Aline, e da produção de arte, de Eugênia Maakaroun, que também assina a direção de arte.

"Trabalhamos com os tons da terra da região, bastante vermelha, e trouxemos muitas cores da natureza para o nosso cenário e para dentro das casas", diz Eugênia Maakaroun, conhecida como Didi. "Esse processo foi muito diferente do que estamos acostumados, pois nos preocupávamos mais com o momento das plantações, o dia em que a fazenda que a gente estava gravando iria plantar e colher a soja. Nosso trabalho foi muito em função do que iria acontecer durante a viagem. Íamos correndo atrás desses acontecimentos e construindo o cenário da nossa história, à mercê da natureza", conclui.

Assim como aconteceu em "Pantanal", a parceria com fazendas locais conspirou a favor da presença de máquinas grandiosas em cena, como tratores, plantadeiras, semeadeiras e colheitadeiras, além de drones e outros equipamentos tecnológicos.

Mesmo assim, a Globo mandou trazer para o Mato Grosso do Sul equipamentos de outros estados, em razão da alta demanda de apetrechos para as gravações, como mostra a foto abaixo, com Cauã Reymond.

Caio (Cauã Reymond) em 'Terra e Paixão': vivacidade domina paleta de cores - João Miguel/Divulgação

"Trouxemos maquinários e equipamentos agrícolas do Paraná para o Mato Grosso do Sul. Estávamos em época de colheita, então precisamos correr atrás de mais colheitadeira, plantadeira e o trator de outro estado que não estava exercendo a colheita naquela época. Foi uma curiosidade interessante desse trabalho", conta Eugênia.

Nas externas no Rio de Janeiro, "Terra e Paixão" teve cenas gravadas em Guaratiba, Mangaratiba, Seropédica e Itaguaí, entre outros lugares.  "Encontramos locações em que podemos trazer fragmentos das plantações do Mato Grosso do Sul. Lá é uma grandiosidade, horizontes sem fim, mas aqui também conseguimos contar essa história, ter um cenário próximo, só que um pouco menor", explica a diretora de arte. 

A fazenda de Aline fica em uma das cidades cenográficas da novela e precisou passar por um processo de reconstrução ao longo das gravações, já que acontece um incêndio no primeiro capítulo e na história a casa é toda reformada após o atentado.

A cidade cenográfica que representa Nova Primavera traz a Cooperativa, o bar de Cândida (Susana Vieira), a escola municipal onde Gladys (Leona Cavalli) é diretora, a delegacia, a academia de Krav Magá de Odilon (Jonathan Azevedo) e a butique de Graça (Agatha Moreira), entre outros cenários.

Dourados, no Mato Grosso do Sul, pauta as principais referências para ambientar os lugares do folhetim. A parte externa da fazenda de Antônio fica em outra cidade cenográfica dos Estúdios Globo.

Já a área interna, construída em estúdio onde os cenários possam permanecer montados ao longo de toda a novela, também buscou referências sólidas. "Essa é uma fazenda bem maximalista. Quando visitamos o Mato Grosso do Sul pela primeira vez, entendemos que existem casas com conceitos maximalistas, com muitas cores, animal print, bastante dourado. Aqui na região sudeste as pessoas gostam mais dos cinzas e beges e lá eles gostam dos coloridos. É um cenário que foi muito significativo compor", finaliza Didi.