Galvão Bueno revela que quase desmaiou antes do grito 'É tetra!'
Em documentário que estreia este mês, narrador volta ao estádio de Los Angeles e fala sobre mal-estar minutos antes da vitória
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É um clássico, e o áudio foi até parar no Museu do Futebol, o grito de Galvão Bueno comemorando o tetracampeonato da seleção brasileira de futebol em Los Angeles, no estádio Rose Bowl, em 1994. Mas aquela imagem do narrador urrando, pulando e abraçando Pelé logo depois que o italiano Roberto Baggio errou a última cobrança de pênalti, quase não aconteceu.
É o próprio Galvão quem conta esse enredo em "Galvão: Olha o Que Ele Fez", documentário em cinco episódios que estreia no GloboPlay no próximo dia 18, quinta-feira.
Com direção de Gustavo Gomes e Sidney Garambone, a trajetória do maior narrador esportivo da história da televisão brasileira será contada por meio de depoimentos do próprio e de quem o cercou ao longo das últimas quatro décadas.
Para rememorar o grito do Tetra, Galvão voltou ao Estádio Rose Bowl, em Los Angeles, palco daquela final, sob a escolta das câmeras do GloboPlay.
Convém lembrar que naquele dia, pelo horário local, as seleções de Brasil e Itália entraram em campo às 12h30 –o fuso brasileiro estava quatro horas na frente. O calor da Califórnia àquela altura era insuportável. Depois de um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, a primeira seleção a se consagrar tetracampeã mundial na história seria conhecida em uma até então inédita disputa por pênaltis na decisão.
Franco Baresi perdeu o primeiro. Mas não deu nem tempo para festejar, pois na sequência, o zagueiro Márcio Santos desperdiçou também para o Brasil. E foi neste exato momento em que a história desta transmissão poderia ter mudado completamente.
"Quando o Márcio Santos perde o pênalti, eu acho que juntou o nervosismo com a exaustão do calor, eu comecei a ficar zonzo e já ia apagando. De repente me veio uma coisa, não sei de onde. 'Eu esperei uma vida inteira por hoje'. Eu respirei fundo, virei uma garrafa d'água na cabeça e fomos em frente", recorda Galvão no doc.
"O mundo nunca mais foi o mesmo no meu trabalho depois do tetra", completa.
A Copa de 1994 foi a sexta da carreira de Galvão. Fazia 24 que a seleção não levantava a taça, o que só ampliou a carga de emoção da ocasião.
Além dos Estados Unidos, outros países foram visitados pelo narrador e a equipe do Globoplay para o documentário. No Japão, Galvão visitou os estádios de Tóquio e Yokohama, onde foi a voz das conquistas mundiais de clubes brasileiros e do pentacampeonato da seleção.
No Autódromo de Suzuka, relembrou a conquista de Nelson Piquet em 1987, e o tricampeonato de Ayrton Senna na Fórmula 1, em 1988, 1990 e 1991. Galvão também foi acompanhado pelo olhar do documentário no Catar, em sua última cobertura de Copa do Mundo como narrador da TV Globo.
Última, mais ou menos.
Com contrato de dois anos valendo em novo regime com a Globo desde o início deste ano, o acordo dá à emissora prioridade em uma possível renovação, podendo levar Galvão ao próximo mundial, de novo pela tela do plim-plim, mas em caráter de convidado especial, sem o ônus do expediente de narrador.
O documentário ouviu, entre outras figuras, Ronaldo Nazário, Walter Casagrande Jr., Arnaldo Cézar Coelho, Paulo Roberto Falcão e outros profissionais com quem dividiu microfones na Globo, além de ex-jogadores e do ex-chefe, Boni, em boa parte responsável por sua ascensão na emissora. Um nome convidado a entrar em cena, que disse não, é Luiz Felipe Scolari, que está rompido com o narrador desde a derrota por 7 x 1 contra a Alemanha, na Copa de 2014.
Ainda segundo o contrato, Galvão protagonizará um programa especial anual, que já começa a ser planejado para este ano.