Rodrigo Constantino, Zoe Martinez e outros comentaristas são afastados da Jovem Pan
Emissora está sob investigação do Ministério Público Federal por veiculação de notícias falsas e incitação a atos antidemocráticos
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Os comentaristas Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo, Zoe Martinez e Marco Antonio Costa estão temporariamente afastados da Jovem Pan, mas seguem contratados pelo grupo. A emissora não se pronunciou sobre a decisão e tampouco informa quando eles voltarão ao ar.
A suspensão está diretamente relacionada ao afastamento do ex-presidente do grupo, Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, substituído por Roberto Araújo desde segunda-feira, 9 de janeiro, quando o Ministério Público anunciou a abertura de inquérito para investigar a veiculação de notícias falsas pelos canais da Pan, presente no rádio, na internet e na TV paga.
O MPF também apura a incitação a atos antidemocráticos, conteúdo relacionado a comentários dos nomes agora citados, em especial no caso de Constantino. A permanência dele na Jovem Pan implicou queda de braço com outros comentaristas que deixaram a emissora anteriormente, por determinação do ex-presidente do grupo.
Em novembro, Cesar Calejon, que participava de programas da Jovem Pan como convidado, desafiou Constantino a deixar sua residência em Miami e a se juntar aos bolsonaristas que ele incentivava a permanecer em vigília na porta de quartéis do Exército desde a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas. "Correu para o colo do papai", disse Calejon à época, em referência à garantia que Constantino buscou publicamente de Tutinha. Em vídeo, Constantino afirmou que avisou o chefe que não voltaria ao ar com Calejon ou Leonardo Grandini, que também o contestou.
Calejon e Grandini deixaram a Jovem Pan em seguida, e Constantino ficou.
Na semana passada, Constantino foi novamente desafiado a se juntar aos golpistas por Danilo Gentili, com quem se envolveu em discussões pelas redes sociais.
A investigação do Ministério Público à Jovem Pan passa também pelos vídeos de Figueiredo, Costa e Martinez, segundo exemplos citados pelo inquérito. O processo implica ainda que a Jovem Pan não adultere os vídeos publicados em sua plataforma e no YouTube, que já havia suspendido a monetização dos canais da emissora, pela mesma questão de veiculação de notícias falsas e incitações antidemocráticas.
Nos dias seguintes à vitória de Lula nas urnas, a Jovem Pan já havia dispensado algumas grifes que corroboraram sua linha editorial ao longo dos últimos dois anos, a começar por Augusto Nunes. Também foram dispensados Caio Coppolla e Guilherme Fiúza. Ana Paula Henkel pediu dispensa em solidariedade a Nunes.
Ainda não há informações sobre um possível afastamento de Alexandre Garcia, outro nome mencionado entre os exemplos citados pelo MPF na investigação de conteúdos falsos e criminosos.