Zapping - Cristina Padiglione

Bicentenário da Independência inspira 4 séries na Globo

Produções passarão pelo Fantástico, Jornal Nacional, Hoje e Bom Dia, Brasil

A repórter Mônica Sanches em série sobre o bicentenário da Independência do Brasil, em Cachoeira, na Bahia - Divulgação

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São Paulo

De olho nas comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, a Globo lança quatro séries distintas, que começam no Fantástico, e passam por Jornal Nacional, Jornal Hoje e Bom Dia Brasil.

A repórter Monica Sanchez esteve em Cachoeira, na Bahia, onde foi registrada a comemoração antecipada da efeméride, lá celebrada em 25 de junho, à frente do carro do Caboclo, imagem símbolo das festas de independência na Bahia.

No Fantástico, a série especial 1822 - Independência, uma Conquista dos Brasileiros estreia neste domingo mostrando as revoltas populares que eclodiram dentro desse processo

​​Segundo a Globo, foram anos de pesquisa, quatro meses de gravação em diferentes lugares do país e mais de 20 especialistas entrevistados para trazer um novo olhar sobre a Independência do Brasil.

"Existe uma linha que passa por todas as séries: mostrar que a Independência foi um processo de vários anos, em que o 7 de setembro não é a data mais importante. Este processo teve participação popular, de gente de todas as camadas e de várias partes do país", diz Mônica Sanchez.

"Há ainda outro mito de que a Independência foi pacífica. Isso não é verdade. Aconteceram muitas guerras pela independência", revela a repórter, que visitou no Piauí um monumento com túmulos de heróis anônimos, mortos na Batalha do Jenipapo, uma das lutas da independência contra o exército português.

A série 1822 - Independência, uma conquista dos brasileiros tem quatro episódios, produção e reportagem de Mônica Sanches, produção executiva de Amanda Prada e edição de Renata Chiara. O primeiro deles destaca a comemoração do bicentenário na Cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano.

Toda a cidade participou da festa, que aconteceu no dia 25 de junho, data em que começaram os conflitos com o exército português na região. A festa é uma prova de que o calendário da independência não cabe na cena do grito às margens do Rio Ipiranga. A reportagem ouviu pesquisadores que acreditam num processo que durou 36 anos, mais exatamente entre 1789-1825, período em que eclodiram revoltas e conjurações em várias partes do país.

"A gente desconstrói o 7 de setembro, no sentido de mostrar que a independência é um processo, que veio de revoltas populares. Começa na Inconfidência Mineira, na Conjuração Baiana... E teve morte, guerra e batalha, antes e depois dessa data. E muitos negros se envolveram nessa luta, achando que dali sairia o fim da escravidão, muitos indígenas lutaram para ter a posse da terra. Vamos mostrar também a frustração que a independência traz para quem entrou nessa luta para defender suas causas", explica Mônica, referindo-se ao fato de que a nossa primeira Constituição, de 1924, sequer citar mulheres, indígenas e negros, que não eram nem considerados cidadãos na época.